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De Estocolmo — Wellington Calasans, colunista internacional do O Cafezinho
Temos visto nos noticiários e na imprensa alternativa, à direita e à esquerda, que o Brasil perdeu o rumo. O golpe foi consumado pelo sentimento único de vingança de uma elite burra que foi manipulada pelos concorrentes internacionais.
A falácia do “combate à corrupção” perdeu todo o sentido quando teve a bandeira empunhada por figuras, no mínimo, suspeitas como Serra, Aécio, FHC, Geral Alckmin, Romero Jucá, Renan Calheiros, Eduardo Cunha, Michel Temer, Moreira Franco, etc., a lista é grande.
Setores da extrema-direita propõem a intervenção militar, mas se perdem na motivação. A apologia aos torturadores e o medo de uma invasão comunista já não comunicam para os tempos atuais.
Nos setores da esquerda, onde os golpistas são acusados de praticarem crimes contra o Estado e contra os cidadãos, a chamada dos militares não é declarada, mas nos bastidores sabemos que uma intervenção de “transição democrática” tem sido debatida.
O diálogo como caminho político é a chave para que seja evitado o desmonte do setor petrolífero e da indústria nacional. Empresários e trabalhadores enganados que gritaram “Fora Dilma!” dão os primeiros sinais de arrependimento.
O país não está mais dividido, pois a revolta popular contra as propostas de Temer sempre foi maioria nas últimas décadas, comprovadamente nas urnas.
Desprovido de lideranças capazes de limitar os excessos, o atual governo apela para o uso do aparato policial, mas sabe que isto constitui uma ameaça à paz. Os estudantes e trabalhadores planejam “invadir Brasília”, os ânimos estão acirrados.
A história nos mostra que as guerras e conflitos são solucionados através do diálogo. Por isso, se o diálogo anteceder a tudo isso, mortes e prejuízos serão evitados.
Está provado, através de vazamentos do Wikileaks e de análises sobre o modus operandi de alguns agentes públicos, que os interesses internacionais manipularam e cooptaram pessoas de diferentes segmentos sociais e setores da imprensa, política e justiça no Brasil.
Destruir a indústria nacional tem sido a meta a ser atingida por operações danosas à Nação, sobretudo com a Lava Jato. Tudo isso quando os norte-americanos elegeram Trump para garantir o “isolacionismo”.
O número de desempregados aumenta e o tão propalado “combate à corrupção” acaba por ser transformado numa blindagem para aqueles que, mesmo corruptos, colaboraram para o golpe em curso. Sem trabalho e ameaçado, o cidadão vai aos poucos criando coragem de reagir.
A agressão a jornalistas é um sinal de que um dos braços do golpe já não conseguirá se esconder, a impressa que construiu, mergulhou e tira proveito do golpe perdeu o controle sobre o ódio que produziu.
Prova de que o golpe é de fora para dentro é que o principal objetivo é a destruição da Nação e da soberania nacional. Com isso, a primeira vítima será as Forças Armadas. A entrega dos nossos recursos minerais e o excesso de poder de manipulação da sociedade, a partir da Globo, tornará o sentimento nacionalista algo que envergonhe os seus cidadãos.
O discurso do “é tudo igual” ou “ninguém presta” tem sido repetido diariamente pelos comentaristas que “surfam no senso comum”.
Não vai sobrar ninguém que possa representar a unidade do país. Partidos políticos, Organizações Civis e Sindicatos sofrem ataques diários. A Globo conseguiu apoiar o golpe de 64 e jogar a culpa dos crimes nas constas das Forças Armadas e todo o dinheiro na própria conta.
Os irmãos Marinho não são os mais ricos do Brasil por méritos próprios. Foram bancados com o dinheiro público desde o primeiro choro após o nascimento.
Com Lula e Dilma a Defesa Nacional recebeu os maiores investimentos da história recente. Pilotos e engenheiros que estão aqui na Suécia sabem que com as Forças Armadas sucateadas, como aquela de FHC, nada disso seria possível. Atletas medalhistas bateram continência no pódio graças aos programas de incentivo do governo deposto e massacrado pelos agentes do golpe.
Ensaios de que as Forças Armadas serão o próximo alvo da conspiração internacional, representada pelos agentes da mídia, justiça e política, já estão em curso.
Nas últimas semanas, jornais, rádios e redes de televisão citam “casos de corrupção” dentro das Forças Armadas, não apenas como uma clara tentativa de intimidação, mas também de preparação do inconsciente coletivo.
A prisão do Almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva é apenas um ensaio da perseguição que virá contra qualquer militar que ouse fazer da Defesa Nacional uma ameaça às investidas estrangeiras para o saqueamento das riquezas do Brasil.
Está óbvio que o golpe que destituiu uma presidenta eleita democraticamente foi dado para que o Brasil seja reduzido a um agente inexpressivo no contexto internacional. Uma transição democrática, sob a vigilância das Forças Armadas é algo que está acima de ideologias à direita e à esquerda.
É uma questão de assegurar a soberania nacional e evitar que o povo seja transformado em uma massa de miseráveis. Garantir que em 2018 teremos eleições e com urnas que imprimam o voto, pois não dá para acreditar em justiça onde Gilmar Mendes esteja presente. A incompatibilidade é evidente e ele (Gilmar) não tem vergonha de ser parcial.
Está na hora da Frente Ampla de Esquerda sair dos debates vazios para assumir a bandeira nacionalista, antes que os fascistas, sob argumentos retrógrados, o faça.
Convidar as Forças Armadas para uma transição democrática com uma junta representada por todas as franjas sociais é uma ação que se impõe de forma urgente ante o desmonte iminente e já visto como desastroso.
Somos amantes da democracia. Entendemos que ainda há receio de uma intervenção militar, mas já estamos em guerra. Uma guerra silenciosa, porém muito danosa, que foi montada pelo capital estrangeiro, interesses internacionais geopolíticos e que usam células cooptadas do nosso país para a prática de uma ação que pareça democrática e constitucional.
Não será justo assistir estudantes e trabalhadores brasileiros assassinados por brasileiros de farda, pois seria o êxito completo das forças externas. É hora do sentimento nacionalista brasileiro ser posto em prática. O abandono de disputas infantis é o único caminho para a unidade nacional e em defesa de um Projeto de nação. Que o diálogo prevaleça, antes que haja mais mortes nesta guerra.
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