25/11/2016
O Brasil deve um pedido de desculpas a Dilma
Brasil 247 - 25 de Novembro de 2016 às 08:01
O Brasil foi o primeiro país do mundo a derrubar uma
presidente honesta para instalar a corrupção no poder; de um lado,
Geddel Vieira Lima e Michel Temer pressionam um ministro a aprovar uma
obra ilegal; de outro, o líder Romero Jucá age para "estancar a sangria"
da Lava Jato e coloca, de contrabando, a "emenda Cláudia Cruz" na lei
que permite a repatriação de recursos ilícitos por parentes de
políticos; se antes o País teve alguma chance de ser uma nação admirada
no mundo, hoje é a mais bananeira das repúblicas bananeiras.
247 – O golpe
parlamentar de 2016, articulado pelo consórcio formado entre PMDB e
PSDB, em aliança com setores da mídia e do Poder Judiciário, revelou ao
País sua real natureza e seus objetivos.
Um dos principais, ao afastar a
presidente honesta Dilma Rousseff, foi reinstalar a corrupção no coração
do poder, cuja prova evidente é o lobby de Geddel Viera Lima, com aval
de Michel Temer, para liberar a obra onde o ministro tem um apartamento
de R$ 2,4 milhões – imóvel que pode ter sido doado, como pagamento por
serviços prestados, segundo o ex-ministro Juca Ferreira.
No entanto, o grande objetivo, bem
maior do que esse, é livrar a cara dos mais de 200 políticos que estão
prestes a ser atingidos pelas delações da Lava Jato. Ou seja: trata-se
de "estancar essa sangria", como definiu o senador Romero Jucá
(PMDB-RR), que, ontem, conseguiu contrabandear a "emenda Cláudia Cruz"
na lei da repatriação, permitindo que parentes de políticos legalizem
dinheiro sujo.
Enquanto o governo Temer desmorona, a
presidente deposta Dilma Rousseff assiste de camarote à implosão do
golpe tramado contra ela e vê se confirmar a tese do escritor português
Miguel Sousa Tavares. "O golpe foi uma assembleia de bandidos presidida
por um bandido", disse ele, referindo-se à votação liderada pelo
ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Câmara dos Deputados.
Todo esse processo já custou demais
ao País: uma queda de 5% do PIB em 2015, ano da política do 'quanto
pior, melhor', outra de 3,5% neste ano, o primeiro da recessão
Temer-Meirelles, e um 2017 sem nenhuma perspectiva de retomada. Graças a
esse processo, levado adiante pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG),
milhões de brasileiros perderam seus empregos e muitos agora começam a
perceber que foram enganados com a esdrúxula tese das "pedaladas
fiscais".
Dilma foi afastada para que a corrupção voltasse a reinar e o Brasil deve a ela um pedido de desculpas.
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