quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Nº 20.725 - "Guilherme Boulos e o pânico dos golpistas"


18/01/2017

Guilherme Boulos e o pânico dos golpistas



Do Blog do Miro - quarta-feira, 18 de janeiro de 2017


Boulos e fogo


Por Altamiro Borges


Após quase 10 horas de detenção nesta terça-feira (17), o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, sintetizou bem os motivos da sua prisão arbitrária. "O intuito é o de intimidar a luta dos movimentos populares. Isso é notório. Cada vez mais eles tentam desmoralizar os movimentos... Quero dizer que não vão conseguir nos intimidar. A luta só vai crescer, vai aumentar a cada gesto fascista, a cada gesto ilegal, abusivo, como essa prisão de hoje".

Guilherme Boulos foi acusado por "incitação à violência, desobediência e outros crimes", exatamente quando tentava evitar a truculência da PM numa desocupação de terreno na capital paulista. "Acabei sendo indiciado por resistência. Para mim, resistência não é crime. Crime é despejar 700 famílias sem ter alternativa, resistência é uma reação legítima das pessoas contra uma barbaridade como esta".

De fato, o objetivo da destrambelhada prisão foi o de intimidar o conjunto dos movimentos sociais. Isto só comprova que os golpistas - incluindo o prefeito João Dória e o governador Geraldo Alckmin, os dois tucanos que comandaram a ação arbitrária - estão preocupados. Eles têm consciência de que as lutas só vão crescer no próximo período. A política de terra arrasada contra os direitos do povo - expressa no congelamento por 20 anos dos gastos públicos em saúde e educação, na contrarreforma da Previdência e no desmonte das leis trabalhistas, entre outras medidas amargas - tende a gerar explosões de revolta no país. A prisão de Guilherme Boulos visou servir como exemplo para os que ousam resistir e luta por seus direitos. "Não vão conseguir nos intimidar", garante o líder do MTST.

Nova onda de protestos

Na quinta-feira passada (12), a Organização Internacional do Trabalho divulgou um estudo que ajuda a entender o pânico dos golpistas. Segundo a OIT, a crise econômica, o aumento do desemprego e a imposição de receitas amargas devem elevar a temperatura da luta de classes no mundo. No caso do Brasil, o chamado Índice de Agitação Social avançou 5,5 pontos em 2016, enquanto no restante do mundo ele subiu apenas 0,7 ponto. "Se o desemprego e a qualidade de vida piorarem, teremos sim uma maior possibilidade de manifestações”, afirmou o professor de Ciência Política da Universidade Veiga de Almeida, Guilherme Carvalhido, ao Jornal do Brasil. Ele avalia que os protestos poderão ser maiores do que as marchas golpistas que resultaram no impeachment de Dilma - e mais violentos!

A mesma OIT também alertou na semana passada para o rápido agravamento da tragédia social no país. Segundo suas projeções, o Brasil terá, em 2017, o maior aumento no número de desempregados entre as economias do G-20, e deve adicionar mais 1,4 milhão de novos trabalhadores sem emprego à sociedade até o ano de 2018. De acordo com a estimativa da OIT, entre 2016 e 2017 o número de desempregados em todo o planeta vai aumentar em 3,4 milhões. Mais de um terço desse número, 35%, só no Brasil, o que corresponde a 1,2 milhão de pessoas em 2017 e mais 200 mil em 2018. De cada três novos desempregados no mundo, um será brasileiro.

“O crescimento econômico segue decepcionante e é menor do que o esperado, tanto em nível quanto em grau de inclusão. Isso delineia um quadro preocupante para a economia mundial e sua capacidade de criar empregos suficientes, muito menos empregos de qualidade. A persistência de altos níveis de formas vulneráveis de emprego, associadas a evidente falta de avanços na qualidade dos empregos – mesmo em países onde os números agregados estão melhorando – é alarmante. Temos de garantir que os ganhos do crescimento sejam compartilhados de forma inclusiva", adverte o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.

Este alerta, porém, não serve ao covil golpista do Judas Michel Temer. O "golpe dos corruptos" foi orquestrado exatamente para retirar os direitos dos trabalhadores. Daí a decisão de recrudescer na repressão. A explosão da revolta popular está em curso! O país está sentado sobre um vulcão!

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