quarta-feira, 26 de julho de 2017

Nº 21.944 - "Meirelles sai, mas só depois que Michel ficar"


26/07/2017

Meirelles sai, mas só depois que Michel ficar


Do Tijolaço - 26/07/2017


imexvel


POR FERNANDO BRITO · 26/07/2017


Desculpem os leitores por estar tratando, quase que exclusivamente, de economia, ou do desastre da economia.

Mas é, depois do processo do triplex, o tema mais manipulado do noticiário brasileiro e, mesmo quando as coisas são ditas de maneira escandalosa – “contas são as piores em 21 anos”, por exemplo – elas não são ditas com a devida clareza.

E ditas com a devida clareza, a meta fiscal, o deus do altar neoliberal que nunca deixou de ser cultuado neste país – foi arrombada.

O máximo que se pode dizer é que o Brasil está naquela situação em que, faltando seis rodadas para o fim do campeonato, precisa vencer todas as partidas, acumular 25  gols-bilhão de saldo e ainda torcer por uma combinação que o livre do rebaixamento.

Miriam Leitão, como certos comentaristas esportivos, aliás, diz que  o “cumprimento da meta fiscal para o ano vai ficando mais complicado”.

É como aquela história do “sua mãe subiu no telhado”, a notícia dada aos poucos.

E completa, que o resultado veio “acima” dos R$ 15 bi que o mercado – que sabe tudo – estimava. Acima? Veio R$ 4 bilhões acima, num único mês, ou 40% de tudo o que se pretende arrecadar em seis meses com o brutal aumento de imposto nos combustíveis!

Para acontecer um milagre, seria preciso, além de reza forte e mudança na política econômica – que surtiria efeito no  médio prazo – que houvesse  um time coeso, um técnico com ideias novas e um presidente de clube que pudesse pedir confiança e paciência à torcida.

Nem é preciso dizer que não temos nada disso.

Tudo é movido a pequenas espertezas, como essa de que a Caixa “achou” R$ 1 bilhão em precatórios e, por isso, vai ser possível liberar verbas que seriam cortadas. Como assim, “achou” R$ 1 bilhão? Estava debaixo do forro do armário?

Estão cozinhando o galo da crise e só não ver quem não quer. E o mercado não quer ver, porque até agora está trocando dinheiro e sabendo que nada muda até o mata-mata que Michel Temer tem de jogar na Câmara dos Deputados.

Aí, sim, ele vai pensar em trocar o “técnico”.

Aliás, o “imexível” Meirelles já está  sendo ajeitado na marca do pênalti. A não ser que peça as contas antes, o que não é impossível.

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