segunda-feira, 26 de março de 2018

Nº 23.732 - "Caravana de Lula revela ascensão incontestável do fascismo no Brasil"



26/03/2018


Caravana de Lula revela ascensão incontestável do fascismo no Brasil


Do Blog da Cidadania - 26 de Março de 2018




por Eduardo Guimarães

Os camisas negras foram organizados por Benito Mussolini nos anos 1920 como uma violenta ferramenta do seu movimento político. Os fundadores foram intelectuais nacionalistas, ex-oficiais militares e latifundiários que se opunham aos sindicatos de trabalhadores e camponeses do meio rural.

Seus métodos tornaram-se cada vez mais violentos a medida que o poder de Mussolini aumentava, e usaram da violência, intimidação e assassinatos contra opositores políticos e sociais.

Seu ethos e uniformes foram imitados por outros que compartilhavam da ideologia fascista, como os nazis alemães, que reservaram o preto para guarda pessoal de Hitler (Schutzstaffel ou SS) e escolheram as camisas pardas para as SA] (Sturmabteilung), de função similar às camisas negras italianas.



Já a Sturmabteilung abreviado para SA (em alemão, “Destacamento Tempestade”) usualmente traduzida como “Tropas de Assalto” ou “Secções de Assalto”, foi a milícia paramilitar nazista durante o período em que o Nacional Socialismo exercia o poder na Alemanha. Seu líder era Ernst Röhm, capitão do exército e notório por seu senso de organização e sua capacidade de comando. Os membros das Sturmabteilungen também eram conhecidos como “camisas pardas”, pela cor de seu uniforme (a cor parda provinha de fardamentos destinados a tropas alemãs que serviram na Tanzânia durante a Primeira Guerra Mundial, e que nunca chegaram a ser entregues; após a guerra, foram adquiridas a preços módicos pelos nazistas, para vestir suas milícias).



Os fenômenos ocorridos no Sul do país nos últimos dias, com ataques violentos contra a caravana do ex-presidente Lula reproduzem os métodos dos camisas negras italianos e dos camisas pardas alemães nos anos 1920/1930, durante a ascensão do fascismo na Europa.

Os métodos eram exatamente os mesmos, as milícias fascistas atacavam trabalhadores rurais alemães exatamente como os latifundiários gaúchos atacaram os trabalhadores rurais do MST.

A semelhança é impressionante.

Como se não bastasse, um líder violento, que prega violência e que tem uma horda de seguidores fanáticos dispostos a espancar quem pensa diferente.

O próprio dicionário (Houaiss) já explica a semelhança do fascismo com o processo político brasileiro:

https://houaiss.uol.com.br/pub/apps/www/v3-3/html/index.php#3

“Movimento político e filosófico ou regime (como o estabelecido por Benito Mussolini na Itália, em 1922), que faz prevalecer os conceitos de nação e raça sobre os valores individuais e que é representado por um governo autocrático, centralizado na figura de um ditador”

Tudo que ver com os conceitos racistas dos seguidores de Bolsonaro e seu culto a símbolos patrióticos.



A mídia desdenhou dos ataques fascistas à caravana de Lula ou a violação do direito constitucional de ir e vir. Fascistas apoderaram-se de cidades no Sul do país e usurparam o poder de Estado decidindo quem poderia ou não entrar nessas cidades.

Dezenas de milhares de cidadãos que não foram condenados a nada foram alvo das milícias fascistas do Sul.

O caldo de cultura do desastre está no fogo.

O Blog da Cidadania vê dizendo há anos que chegaríamos a isso. Seu editor foi atacado por grupos de esquerda que diziam que era “exagero” afirmar que Dilma corria risco de ser deposta por um impeachment fake…

Isso, lá em 2013.

Enfim, agora está sendo dado este aviso:

Há um processo de ascensão do fascismo no Brasil protagonizado por Jair Bolsonaro. A humanidade já desdenhou de um monstro antes. Adolf Hitler era visto exatamente como Bolsonaro, como uma figura histriônica que não oferecia maior risco, pois ninguém acreditava que alguém tão caricato poderia chegar ao poder. Deu no que deu.

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