05/03/2014
5 questões que desafiam a grande imprensa
A imprensa comercial joga contra o Brasil. No time da oposição, é a camisa 9 da propaganda anti-governo, se posicionando na grande área para as eleições
Da Carta Maior - 5/3/2014
por Daniel Quoist
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1.
O PIB do Brasil cresceu 2,3% em 2013. Numa lista de 13 grandes
economias, incluindo China e Estados Unidos, o Brasil apresentou o
terceiro maior crescimento. Esse crescimento é ruim para o país? Para
o país não, mas para a oposição além de medíocre, é sofrível! É como se
os bicos dos tucanos tivessem rachado ao colidir com a parede da
realidade mundial. Qualquer país adoraria conviver com a mediocridade de
um crescimento de sofríveis 2,3% em seu PIB. Mas, para a velha turma do
quanto pior melhor, nem se o crescimento fosse superior a 13% seria
considerado razoável.
2. Qualquer militante oposicionista pode infernizar a vida dos petistas presos na Papuda?Pode
e é simples: basta um jornal qualquer publicar que José Dirceu se
comunicou com alguém usando um celular e então ou o ministro Joaquim
Barbosa ou seu preposto, o delegado da Vara de Execuções Penais, Bruno
Ribeiro, o mantém em regime fechado e adia até não mais poder o prazo
para decidir sobre seu pedido para trabalhar fora do presídio. Se um
site instrumentalizado pela oposição difundir com algum sucesso a
notícia de que Delúblio Soares ofereceu uma feijoada na Papuda, tal
versão já será mais que suficiente para trazê-lo de volta ao regime
fechado. Mais um pouco e o estagiário de uma revista dirá que José
Genoíno começou uma briga ao estilo “Velozes e Furiosos” no pátio de sua
casa. Resultado: em meia hora estará amargando o regime fechado no
pátio da Papuda.
3. Qual
a reação do colunismo político sobre os rompantes, diatribes e
chiliques de Joaquim Barbosa ao vivo e a cores na TV Justiça quando
insiste em mostrar indisfarçável repulsa ao voto proferido por Luiz
Roberto Barroso? Consideram
politicamente muito pertinente e juridicamente muito natural. Recebe até
conselhos para se aposentar antecipadamente e se candidatar nas
eleições de 2014. Os motivos oferecidos à guisa de conselhos ao
irritadiço ministro estão a um passo da infâmia: porque amargar uma
derrota no STF e se “submeter” à presidência de Ricardo Lewandowski
dentro de mais alguns meses? O ministro faz intervenções abruptas e
histriônicas sempre de olho no relógio da Corte – há que estar
sincronizado com o início do Jornal da Nacional da Globo. Não lhe parece
natural que a bancada do JN deixe de mencionar seu nome e de lhe
reforçar a aura de justiceiro solitário sempre que é feita a escalada
das matérias.
4.
Porque um jornal espanhol – o influente El País – afirma em sua capa
que é praticamente unânime a avaliação de que a Petrobras é um sucesso
no longo prazo e que a petrolífera brasileira será capaz de reduzir o
endividamento este ano seguindo seu plano estratégico e, ao mesmo tempo,
notícia como essa nem mesmo chega a ser considerada como nota de rodapé
em qualquer dos tradicionais jornais brasileiros? Nossa
imprensa tradicional só repercute no Brasil matéria publicada no
exterior que diminua o prestígio do Brasil, ataque suas instituições
econômicas a começar pela insistência na demissão do ministro Mantega ou
que espinafre a organização da Copa 2014 e preveja a falência da
Petrobras. Em síntese, repercussão apenas para o Brasil que não pode de
modo algum dar certo. Porque o que dá certo levanta a bola do governo e
levantando essa bola, mais água cairá no moinho da reeleição da
presidenta Dilma. O risco para a grande imprensa é que o PT seja
vitorioso e dessa vez... em primeiríssimo turno.
5.
Luiz Roberto Barroso tem feito os mais brilhantes e bem fundamentados
votos que um ministro do STF tenha proferido nos últimos anos sobre a
AP-470, o dito mensalão, muito bem, porque então não recebe qualquer
aplauso da grande imprensa? Porque o
que interessa é manter o STF em seu viés máximo de partidarismo
político, atuando como partido político de forma escancarada,
transformando seu presidente Joaquim Barbosa em candidato à presidência
da República e no único capaz de levar as eleições de outubro próximo
para um hipotético segundo turno. Barroso é jurista, é professor de
direito, é reconhecido nos meios jurídicos por um refinamento
intelectual que destoa profundamente dos demais integrantes da Corte.
Porque ao se posicionar sobre quaisquer temas jurídicos, Barroso tem
mais é que ser escanteado para o banco de reservas. Sua postura, altivez
e independência o tornam impossível de ser patrulhado e menos ainda de
ser “colonizado” pela grande imprensa.
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