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10/09/2014
A nova receita dos golpes de Estado made in USA
Do Brasil 247 - 09 de Março de 2014 às 20:58
Nas décadas de 60 e 70, os Estados Unidos
derrubavam governos democraticamente eleitos alegando razões
geopolíticas: era preciso deter o avanço soviético; hoje, o modelo é
mais sofisticado; envolve protestos de ruas, campanhas nas mídias
sociais e atentados contra civis, para que os governos sejam
responsabilizados pelas mortes de seus próprios cidadãos; foi o que
aconteceu na Ucrânia, onde atiradores ligados às forças que hoje estão
no poder alvejaram civis; na Venezuela, roteiro é o mesmo e
vice-presidente americano Joe Biden deu a senha para o golpe; melhor
ficar em estado de alerta
No passado, as intervenções americanas em outros países assumiam diversas formas. No Irã, em 1954, o regime de Mossadegh foi derrubado depois que o presidente eleito nacionalizou a produção de petróleo. No Brasil, dez anos depois, foi a vez de João Goulart ser apeado do poder com apoio da CIA. Na década de 70, também em razão do perigo comunista, o alvo foi Salvador Allende.
Agora, os Estados Unidos estão novamente assanhados, como demonstrou o vice-presidente americano Joe Biden, em entrevista ao jornal El Mercurio, que apoio a queda de Allende. "Enfrentar manifestantes pacíficos com a força e em alguns casos com milícias armadas, limitando a liberdade de imprensa e de assembleia não está à altura dos sólidos padrões de democracia que temos na maior parte de nosso hemisfério", disse ele neste fim de semana, referindo-se à Venezuela. Em resposta, o chanceler Elias Jahua afirmou que os americanos são os maiores promotores da violência em escala global.
Na Venezuela, a receita de bolo do golpe é semelhante à que foi aplicada na Ucrânia. Ela envolve protestos de rua, campanhas nas mídias sociais e atentados contra civis, para que os governos sejam responsabilizados pelas mortes de seus próprios cidadãos. Foi assim, após a morte de civis, que o presidente eleito Vitor Yanuovich foi apeado do poder em Kiev.
No entanto, investigações independentes demonstraram que os atiradores de Kiev, na verdade, não eram ligados ao governo – mas sim às forças que hoje estão no poder. Da mesma forma, na Venezuela, o opositor Leopoldo Lopez se entregou depois de ter recebido informações do serviço secreto venezuelano de que seria assassinado para que a culpa fosse atribuída ao presidente Nicolas Maduro.
Sobre o que realmente aconteceu em Kiev, vale a pena ler texto da Rede Voltaire:
A propaganda anti-ucraniana e os misteriosos snaipers
A cadeia de televisão Russia Today publicou
uma intercepção do telefone do ministro estónio dos Negócios
estrangeiros, Urmas Paet, no qual ele indica que os misteriosos
snaipers(atiradores-furtivos) da praça Maidan estavam ligados à
oposição pró- europeia.
O ministro, indignado, explica a Lady Ashton ter tido confirmação pela Dra. Olga Bogomolets, (célebre dermatóloga envolvida nas manifestações da praça Maidan), que foram indivíduos ligados à oposição pró-europeia —e não membros das forças de segurança fiéis ao presidente Ianoukovytch— quem atirou, simultâneamente, contra a polícia ucraniana e contra os manifestantes afim de provocar a revolta, e derrubar o governo.
A administração saída do golpe de Estado lançou um mandado de captura internacional contra o presidente Viktor Ianoukovytch, acusando-o de ter ordenado disparos sobre os seus opositores e de ser o principal responsável dos confrontos da praça Maidan.
A Rede Voltaire sublinhou, desde o início dos confrontos, que a presença de misteriosos franco-atiradores que disparam, ao mesmo tempo, contra polícias e manifestantes tem caracterizado as diferentes «revoluções coloridas» e «primaveras árabes» registadas (registradas-Br) desde 1989.
No caso dos motins da cidade líbia de Benghazi, em 2011, 4 membros das forças especiais italianas confessaram, depois da queda de Muammar el-Kadhafi, ter sido enviados pela OTAN para aí provocar uma guerra civil, disparando sobre ambos os grupos.
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