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10/07/2014
Globo: do oba-oba ao Brasil colocado de quatro
247 - Chega a ser assustadora a falta de escrúpulos da imprensa familiar brasileira. O exemplo mais gritante é o das Organizações Globo, que, na edição de ontem do jornal O Globo, publicaram aquela que talvez entre para a história como a capa mais infame já feita pela imprensa brasileira. O jogador David Luiz, que teve uma postura digna durante toda a Copa do Mundo, tanto na vitória, ao consolar o colombiano James Rodriguez, como na derrota, ao se desculpar diante dos torcedores, foi estampado de quatro, sob os dizeres "Vergonha, vexame, humilhação", escritos em letras garrafais.
O Globo, que associa a imagem de David Luiz à de uma nação violentada e estuprada, numa escolha editorial com nítida conotação sexual, pertence ao mesmo grupo que edita a revista Época. Uma publicação que produziu diversas reportagens na linha do #naovaitercopa, disseminando terror e pessimismo entre a população, mas que, nesta semana, diante do sucesso da Copa, decidiu aderir ao clima de alto astral no País com um ufanista "Eu acredito!" na capa. Uma escolha oportunista, como alertou 247, lembrando que conviria bater na madeira diante da conversão global ao otimismo (leia mais aqui).
Em linhas gerais, a cobertura da Copa feita pela Globo, que é parceira da Fifa e fatura alto com o Mundial, passou do terrorismo ao oba-oba para, agora, chegar ao sadismo sensacionalista. Por quê? Qual é a lógica que justificaria uma postura tão vil e covarde?
A única resposta parece ser a política. Como bem lembrou o colunista Miguel do Rosário, o objetivo parece ser o despertar emoções primitivas na sociedade (leia mais aqui), como se a nação estuprada tivesse agora a missão de se vingar do governo que a deixou ser violentada pelos alemães.
Mas o estupro, no entanto, ainda não está completo. No roteiro dos sonhos da família Marinho, falta apenas o capítulo final, com a presidente Dilma Rousseff entregando a taça ao capitão argentino Lionel Messi. "Há uma conspiração dos astros contra a presidente Dilma", diz o colunista Merval Pereira, alertando para o "risco" de que isso ocorra. "Pior desfecho não poderia haver".
Fica claro, portanto, que a família Marinho é Argentina desde criancinha. Apostaram no terrorismo contra a Copa e perderam a aposta. Fizeram oba-oba na capa de Época e agouraram a seleção. Agora, surfam no "vexame", como se disso dependesse o sucesso de sua agenda política. Vão perder novamente. Caso Lionel Messi, um jogador admirado pela grande maioria dos brasileiros, receba a taça, terá sido apenas por merecimento. E assim como a Argentina merecerá aplausos pelo eventual título, o Brasil também pela organização da Copa.
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