.
28/07/2014
Alckmin tem “saída” para escassez de água. A seca total
Tijolaço - 28 de julho de 2014 | 02:52 Autor: Fernando Brito
O Estadão
escancara o jogo de Geraldo Alckmin, embora o jornal não se digne a
publicar a imagem feita, estes dias, por seu fotógrafo Tiago Queiroz,
que reproduzo acima.
Fernando Brito
Sabe que São Paulo ficará sem água, talvez não antes mas, certamente, depois das eleições.E pede, de maneira totalmente irresponsável para sugar até a última gota reservatórios que estão abaixo de qualquer limite razoável para seu manejo.
Quer, além dos 182 bilhões de litros que já está autorizado a retirar por bombeamento do sistema além da linha do “zero” da operação normal, autorização para retirar mais 116 bilhões de litros.
Não é apenas uma catástrofe ambiental, é uma catástrofe econômica.
Ninguém, hoje, pode implantar ou ampliar uma atividade em São Paulo que demande água.
O sistema que abastece quase a metade de São Paulo começou o mês com 200 bilhões de litros. Vai terminá-lo com quase 60 bilhões de litros a menos, com algo como 142 ou 143 bilhões de litros.
É a “conta do chá” para chegar às eleições.
Esta é uma tragédia da qual, desde dezembro do ano passado, se podia antever e rigorosamente nada foi feito para amenizá-la.
Se de janeiro a março, quando foram feitas as primeiras medidas para estimular a economia de água, isto já tivesse sido feito ter-se-ia economizado praticamente o mesmo volume da “cota extra” que Alckmin pretende.
Mas se fugiu e se foge, como o diabo da cruz, da palavra racionamento, que está sendo trocada, no futuro pós-eleitoral, por falta d’água.
A seca é, sim, séria, mas a redução do volume dos rios que abastecem São Paulo está longe de ser culpa exclusiva dela.
A chuva foi, de fato, a metade da média,até um pouco acima disto, mas a vazão dos rios está reduzida sempre a menos de um terço do normal e, este mês, a menos de um sexto da média histórica.
O que revela, até para os leigos, o comprometimento crônico dos mananciais.
Nenhum momento seria mais favorável que este para se iniciar um programa de controle e recuperação destas áreas, e nada foi feito para isso.
Só se apresentou – se é que se apresentou algo além de declarações públicas – um plano mirabolante de retirada das águas do já combalido Rio Paraíba do Sul que, além de inexequível a curto prazo é, estruturalmente, um puxar para cá ou para lá de um cobertor visivelmente curto.
E a imprensa paulista, embora publique matérias dizendo que serão mais tantos bilhôes de litros daqui e dali, deixa de fazer o que mais claramente poderia fazer para que seus leitores compreendam a gravidade da situação.
Que, neste momento, já é pior do que a do mísero canal de água suja, em meio ao lodaçal, que o maior dos reservatórios que abastecem a cidade se tornou, como você vê acima.
Mostraria as imagens, se a penúria de meios deste blog permitisse ir ao local fazer o que muito pouco se faz: jornalismo.
Mas posso dar, mesmo para leigos, uma ideia.
O principal reservatório do Cantareira está 26,7 metros abaixo do nível que tem quando está cheio.
O equivalente a um prédio de nove andares estar totalmente encoberto de água ou completamente seco.
Esta é a medida da crise, em termos bem concretos.
Só menor do que a da cumplicidade dos que a disfarçam diante dos olhos dos paulistanos.
.

Nenhum comentário :
Postar um comentário
Veja aqui o que não aparece no PIG - Partido da Imprensa Golpista