11/09/2014
Marco Antonio Villa é historiador sectário a serviço da Casa Grande
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Palavra Livre quarta-feira, 10 de setembro de 2014
VILLA É UM HISTORIADOR QUE ESCREVE E REESCREVE A HISTÓRIA CONFORME OS INTERESSES DA CASA GRANDE. |
Por Davis Sena Filho
Todo mundo sabe, até os desajuizados e os
alienados, que o historiador Marco Antonio Villa tem uma visão da história
bastante peculiar para não dizer excêntrica. Digamos que o moço tem propensão a
observar a história pela ótica dos grupos sociais e acadêmicos aos quais ele
pertence, que se resume no mundo das classes sociais e econômicas bem nutridas
e ricas.
Por isto, tal historiador age como um dos
historialistas (misto de historiador com editorialista) oficiais da direita
brasileira. Realidade esta que lhe retira credibilidade junto à maioria dos
acadêmicos das universidades brasileiras, porque, como todo mundo já percebeu,
Villa tem lado, partido, cor ideológica e preconceitos de classe, que
inviabilizam o trabalho de qualquer historiador, pois sua atividade requer
equilíbrio, sensatez, pesquisa, estudos e, mais do que tudo, imparcialidade. Todos
esses fatores são o que, definitivamente, Marco Antonio Villa não preza e nunca
prezará.
Por seu turno, a história observada e
escrita, tal qual Marco Antonio Villa faz, transforma-se em uma colcha de
retalhos, pois história fragmentada e, consequentemente, desacreditada. Villa
aparenta ter o dom da mágica, porque a história filmada pelo seu olhar sofre
uma inacreditável metamorfose e se transforma em fofoca, a historia da
carochinha, a verdadeira conversa para boi dormir, mas que atende plenamente
aos interesses da Casa Grande, que Villa tão bem representa nos fóruns
apropriados à burguesia.
E por quê? Porque as realidades e as verdades
históricas são vilipendiadas por Villa, o mágico historialista da falácia, da fraude
ou simplesmente da mentira. Inverdades em âmbitos históricos, que fique clara
tal assertiva, pois o propósito de Villa é fazer política contra os governantes
trabalhistas do PT, a fim de favorecer os setores acadêmicos, midiáticos e
partidários conservadores — de direita, que lutam pela hegemonia, pois, para
mantê-la, é necessário excluir, o que, seguramente, é o que não tem feito os
governos do PT.
A oposição de uma “elite” desesperada, sumariamente
feroz, porque não aceita a inclusão social de milhões de brasileiros. O sistema
a utilizar gente igual a Marco Antonio Villa, o historialista que confunde
propositadamente os fatos e os acontecimentos, com sua conversa dúbia sobre as
realidades e, por conseguinte, atrair principalmente a classe média por meio de
um verniz de intelectualidade, que tem a finalidade de dar uma conotação
histórica aos “graves” erros do Lula, do PT, da Dilma e dos governos
trabalhistas, que realizaram uma revolução social silenciosa neste País.
A direita colonizada e entreguista que se encontra
histérica por estar somente há 12 anos sem controlar o Governo Federal, quando,
no decorrer de séculos, esse segmento se locupletou nababescamente com as
riquezas do País, explorou a mão de obra barata e aumentou suas fortunas
mediante o poder do Estado, transformado pelas “elites” em patrimonialista e
nepotista. E é exatamente essa nostalgia que mexe profundamente com o caráter
hegemônico e de perfil excludente dos burgueses e dos pequenos burgueses.
Marco Antonio Villa está careca de saber
disso. Porém, historialista vinculado ao golpista e direitista Instituto
Millenium, torna-se necessário a ele distorcer os fatos ou os acontecimentos
para dar veracidade às suas crenças ideológicas, e, por sua vez, agradar às
classes dominantes que Villa representa, porque delas recebe benefícios, como,
por exemplo, ter acesso à Globo News, no papel de “especialista” de prateleira,
ou participar do “Programa do Jô” e aproveitar para fazer publicidade de seu
livro, além de contar a história recente do Brasil através de sua ótica
essencialmente conservadora.
Aliás, um aviso aos coxinhas desavisados ou
ingênuos de plantão: as “entrevistas” do Jô não são consideradas entrevistas
pela Globo, mas, sim, merchandising. Explico melhor: propaganda dentro do
programa e não nos intervalos. Essas propagandas podem ter um formato
jornalístico, de programa de auditório ou serem veiculadas em novelas. Ou seja, quem
vai ao Jô Soares e a outros programas “globais” está a vender algum produto,
mesmo se a pessoa não tiver conhecimento dessa engrenagem, o que muitas vezes
acontece, porque já ouvi declarações de autores, atores e cantores reclamando
desse processo mercantil das Organizações(?) Globo. Ponto!
Recorrentemente, o negócio de venda de
produtos, uma peça de teatro, por exemplo, ou um livro, poderá ser realizado
entre empresas pertencentes às Organizações(?) Globo. De qualquer forma, o monopólio
global não dá abertura ou qualquer opção para que os profissionais de
diferentes segmentos ganhem dinheiro sem deixar a parte do leão para o
oligopólio de todas as mídias cruzadas, que se chama Globo.
Os Marinho monopolizaram o setor midiático,
e estão em todos os negócios, inclusive naqueles em que não gastaram um tostão,
a ter como exemplo chamar um diretor de teatro para falar de seu trabalho,
sendo que a “entrevista” é considerada merchandising, independente ou não da
vontade do “entrevistado”. Todavia, alguém poderia exclamar: “A pessoa vai se
quiser!” Eu retruco com uma indagação: “E tem jeito?” Como sobreviver e deixar
de ser refém dos tentáculos de tal polvo midiático, que pauta até a agenda
política brasileira?
Então, até aqui está tudo bem, mas voltemos
ao Marco Antonio Villa. Não é que o historialista dos ricos não cansa de deitar
falação sobre o ex-presidente trabalhista Lula, pois, acredito, que se ele
falasse de FHC — o Neoliberal I — não conseguiria ser ouvido e muito menos
vender seus livros comprados por uma classe média reacionária, cujo maior sonho
é ir para a Disneylândia abraçar o Mickey para dar uma de Pateta.
A classe média intolerante, aquela que não
agüenta mais “tudo o que está aí”, ou seja, o Governo do PT e sua mania de
distribuir renda e riqueza, bem como empregar os trabalhadores brasileiros, que
passaram a freqüentar aeroportos, universidades, restaurantes, shoppings e a
comprar carros, eletroeletrônicos e passagens aéreas, o que acarretou aos coxinhas
um enorme desprazer de viver no Brasil.
Realidades que geraram um inconformismo e
rancores de conotações preconceituosas incontroláveis, que levaram a classe
média, de forma ridícula, a participar das primeiras manifestações, até porque,
quando o caldo engrossou, os coxinhas se recolheram à segurança e ao conforto
de suas casas e voltaram a criticar com cólera e xingar, geralmente de forma
anônima, por intermédio das redes sociais.
A resumir: Voltaram a fazer o que sempre
fizeram, pois ficou comprovado que os protestos nas ruas foram levados a cabo
por grupos sociais organizados (sindicatos, partidos político e entidades
variadas) e não por uma classe média devoradora de novelas, de programas de
auditório, de revistas conservadoras, como a Época e a Veja e de jornais
televisivos, que fazem a cabeça dessa gente de origem universitária, mas
politicamente alienada e que se sente prejudicada e traída pelo Governo
Trabalhista.
Traída, sobretudo, por ela ter que conviver
ou simplesmente esbarrar com os pobres, em lugares que tal classe reacionária
sempre considerou, equivocadamente, como seus, o que lhe causou revolta e ódio
ao PT, aos seus eleitores, à esquerda e ao Lula e à Dilma.
A classe média quer ser VIP, mas não
controla os meios de produção. A verdade é que nem classe organizada ela o é.
Coitada, sonha em ser um dia convidada para os regabofes, as comezainas dos
ricos e depois se refestelar. Todavia, a realidade é dura, e a classe média
apenas serve à burguesia, que nunca abre as portas da Casa Grande para aqueles
que ela trata apenas como consumidora de seus produtos e empregada de suas
empresas. Ponto!
A “elite” sabedora desse complexo processo,
serve-se de seus meios de comunicação, inclusive os de concessão pública, a fim
de trazer para seu lado a pequena burguesia desejosa de ascender socialmente. É
a partir desse ponto que gente, a exemplo do historialista Marco Antonio Villa,
deita e rola, sem, contudo, ter alguém para fazer contraponto às suas opiniões,
geralmente contrárias à esquerda, aos trabalhistas e, sobretudo, favorável ao
establishment controlado por aqueles que eternizam o status quo, ou seja, a
plutocracia nacional e internacional.
Afinal, a moderada ascensão social dos
pobres no Brasil resultou em um indomável sentimento de ódio e desprezo saído
do coração da classe média, que se sentiu preterida e por isso abomina o PT e
todas suas políticas públicas, que visam dar um equilíbrio econômico e social à
Nação brasileira. O PT não é um partido revolucionário, mas, sim, reformista e
legalista, condição que faz a imprensa de mercado apelar para a fofoca, a
maledicência e a manipulação — a arquitetura do jornalismo de esgoto.
Os petistas no poder da República são
sociais democratas, realidade esta que os tucanos nunca abraçaram. Afinal, convenhamos,
o nome do PSDB significa Partido da Social Democracia Brasileira, mas seu
espaço foi ocupado pelo PT, que se dedicou às questões sociais e investiu
pesadamente em programas de combate à pobreza, bem como em infraestrutura, o
que permitiu, sem sombra de dúvida, que o Brasil crescesse tanto ao ponto de
ser a sétima maior economia do mundo.
Como o PSDB se tornou um partido
conservador e que, indubitavelmente, representa os interesses do empresariado,
dos banqueiros e dos governos de países considerados desenvolvidos, mas de
passado colonialista, evidentemente que o espaço popular já ocupado há décadas
pelo PT permaneceu com o partido estrelado e de cor vermelha.
O PT e o Governo Trabalhista efetivam
políticas públicas de caráter social, reconhecidas no exterior e pelo povo
brasileiro. Não resta dúvida. Por isso venceu três eleições seguidas, além de
não ter vendido as estatais. Ao contrário, criaram outras e fortaleceram as já
existentes. Villa, o historialista da high society sabe disso ou finge não
saber. Porque não é possível que um cara que se diz historiador não enxergue a
história a um palmo de seu nariz. Inacreditável sua desfaçatez e cegueira
ideológica.
Villa chama Lula de ditador, quando a
verdade é que o político trabalhista ampliou as ferramentas e os instrumentos
democráticos ao abrir as portas do Palácio do Planalto a segmentos sociais
fragilizados e sem visibilidade social, organizou centenas de conferências e
chamou a sociedade para participar, nunca reprimiu movimentos sociais e reivindicatórios,
implementou o Portal da Transparência, aceitou as listas tríplices para
escolhas de ministros do STF e procurador-geral da PGR, além de governar de
forma republicana, porque até os governadores adversários receberam recursos
para exercerem seus mandatos com dignidade.
Além disso, o PT tem tradição de organizar
reuniões políticas, partidárias, laborais e é uma agremiação política
democrática, porque talvez o PT seja o único partido brasileiro que seus
militantes têm direito a voto. Lula é um político paciente, pois foi forjado
pelas negociações sindicais com o patronato, além de estar aberto a discussões
partidárias. Sempre ouviu mais do que falou, para ter ciência do que seu
interlocutor quer e deseja.
Todo mundo sabe disso, menos o Marco
Antonio Villa, que, como historiador, é o fim da picada. A verdade é que sua
intenção é desconstruir o PT e seus líderes simbolizados em Lula e Dilma. Villa
apenas repete o mantra antigo e cheio de poeira que historialistas e jornalistas
antigos repercutiam no passado, a ter como alvo o PTB do estadista Getúlio.
Villa é desprovido de criatividade e por causa disso tenta repetir a história.
Só que a história retrata a vida humana e não se repete, pois, quando há esta
intenção forjada pelo homem, a história se torna uma fraude, a farsa em toda
sua essência e plenitude. Ponto!
Os propósitos dessa gente são tão
inacreditáveis que chego a pensar que esse pessoal passou por um processo de
lobotomia. Acredito que não é necessário mentir para distorcer a história, como
o historialista da Casa Grande faz e está cansado de fazê-lo. Marco Antonio
Villa aparenta ser tão imprudente como historiador, que me leva a concluir que
no futuro ele vai ser relegado ao plano de “especialista” de prateleira da
Globo News. Só isso e nada mais. É isso aí.
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