03/02/2016
'Operação Abafa': como o tucanato se mantém no poder
Desde o propinoduto e o caso Alstom até a 'máfia da merenda', reportagem lista 16 escândalos que os tucanos habilmente abafaram na imprensa e na Câmara.
Carta Maior - 03/02/2016
Tatiana Carlotti
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Mais um escândalo envolvendo
governos tucanos veio à tona. Desta vez, a acusação é o superfaturamento
em contratos para o fornecimento de merenda escolar à Secretaria de
Educação e mais 22 prefeituras do estado de São Paulo. Em delação, na
“Operação Alba Branca”, dirigentes da Cooperativa Orgânica Agrícola
Familiar (COAF) citaram o deputado Fernando Capez (PSDB-SP), presidente
da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), e o ex-chefe
de gabinete da Casa Civil do Governo Alckmin, Luiz Roberto dos Santos, o
Moita, como participantes do esquema. Ambos negam.
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Segundo
denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), o superfaturamento
chegava a 25% no valor de cada contrato firmado entre a cooperativa e o
setor público. O dinheiro era escoado do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE). O MPE aponta, ainda, o pagamento de
propina pela Coaf para burlar a disputa com outras cooperativas no
fornecimento da merenda. A fragilidade na fiscalização do Governo
Alckmin já havia sido denunciada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Em artigo publicado no Diário do Centro do Mundo e republicado aqui, na
Carta Maior, Mauro Donato detalha o esquema.
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Denúncias
relativas à “Máfia da Merenda” não são de hoje. Em 2000, as empresas de
Sérgio de Nadai, De Nadai Alimentação e Convida Alimentação, foram tema
de investigação por contratos sem licitação durante o Governo Covas. Em
2009, a Convida Alimentação estava na lista das empresas do cartel para
o fornecimento de alimentos. Aliás, a denúncia citava até mesmo a
participação do cunhado de Alckmin, Paulo César Ribeiro, no
direcionamento de contratos de uma das empresas envolvidas no cartel, a
Verdurama.
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Em 2012,
o MPE denunciou o cartel da merenda à Justiça, apontando fraudes em
licitação em 57 municípios paulistas, entre 2001 e 2011. Apesar de todas
as denúncias, como destaca a reportagem da Carta Capital,
de 14.01.2016, nos últimos anos (2001 a 2015) foram fechados vários
contratos entre a empresa de Sérgio de Nadai e as secretarias do Governo
Alckmin - Educação, Planejamento e Saúde – totalizando R$ 75 milhões em
vendas.
Com
apoio da mídia e folgada maioria entre os parlamentares na Alesp, os
tucanos têm trânsito livre para comandar e derrubar investigações e CPIs
na Casa legislativa. Uma verdadeira “operação abafa” como comprova o
destino dos principais escândalos envolvendo os governos de Mário Covas
(1995 a 2001), Geraldo Alckmin (2001-2006 / 2011 até hoje) e José Serra
(2007 a 2011). Confiram alguns:
1 - Crise no abastecimento de água.
Ocultamento de informações e da real situação da crise de abastecimento
de água em São Paulo, durante a disputa eleitoral de 2014. Os gastos
com publicidade saltaram, enquanto se mantinha o discurso da ausência de
racionamento, à revelia do que atestava a população nas periferias.
Ficou patente a má gestão e a omissão dos governos Alckmin e Serra
diante dos alertas sobre riscos no Sistema Cantareira, como, por
exemplo, o alerta da Fundação de Apoio à USP, em 2009 (FSP, 13.03.2014).
Em meio à crise, também foi denunciado, pelo MPE, o favorecimento de 13
empresas de engenharia em contratos realizados pela Sabesp, entre 2008 a
2013, no escopo do programa de redução de perdas de água no estado (OESP, 21.05.2014).
Com
ativos privatizados na Bovespa e na Bolsa de Nova York, em março de
2015, Alckmin anunciou o pagamento de uma dívida de R$ 1 bilhão para
cobrir os rombos financeiros da "estatal". A crise escancarou a quem
realmente serve a “estatal” tucana. Criada na Câmara Municipal de São
Paulo, a CPI da Sabesp defendeu a necessidade de criação de uma
autoridade fiscalizadora municipal para monitorar a política de
saneamento básico. Autoridades tucanas permanecem intocáveis. Alckmin,
inclusive, foi agraciado com o “Prêmio Lucio Costa de Mobilidade,
Saneamento e Habitação”. O documentário “O escândalo da Sabesp” produzido pelo Diário do Centro do Mundo detalha as irregularidades na “estatal” tucana.
2 - Socorro à Folha, Estadão e Veja.
Gastos de mais de R$ 3,8 milhões na compra de 15.600 assinaturas da
Folha, Estadão e Veja, utilizando-se verbas do orçamento da Secretaria
de Educação. As assinaturas foram destinadas às escolas da rede estadual
de ensino em um projeto chamado “sala de leitura”, como mostra a reportagem publicada por Altamiro Borges do Centro de Mídia Barão de Itararé.
3 - Propinoduto tucano.
O esquema envolvendo multinacionais da área de transporte sobre trilhos
em sucessivos governos tucanos – desde 1998 - veio à tona em meados de
2012. Documentos encaminhados pela Justiça Suíça ao Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (CADE) apontavam fraudes em
licitações de trens e metrôs, pagamento de propina, superfaturamento de
obras e subcontratação de empresas derrotadas em concorrências. O
escândalo só foi descoberto porque a Siemens estava sendo investigada
pela Justiça suíça. Reportagem da Isto É
(16.08.2013) apontava que na delação da multinacional, foram citados
nomes de várias autoridades tucanas, como os secretários de Transporte
Metropolitano, José Luiz Portella (Governo Serra) e Jurandir Fernandes
(Governo Alckmin). Entre 2008 e 2013, segundo reportagem da Rede Brasil Atual,
mais de 15 representações haviam sido encaminhadas aos ministérios
públicos Estadual e Federal pela oposição paulista. Entre os indiciados
até agora estão os executivos das empresas envolvidas.
4- Pedágios abusivos e concessões de Rodovias.
Irregularidades e distorções nos contratos de concessão das rodovias de
São Paulo, gerando preços exorbitantes na cobrança dos pedágios – o
estado cobre a mais alta taxa no país. Em maio de 2014, durante a CPI
dos Pedágios na Alesp, além dos preços elevados, a oposição colocou em
suspeita contrações de consultorias pela Agência de Transporte do Estado
de São Paulo (Artesp), que representavam 2/3 da receita da agência.
Também foi questionada a prorrogação de contratos firmados em 1998 -
assinada em aditivos no final de 2006 - permitindo às concessionárias o
direito de estenderem concessões, com base em novos tributos que
passaram a incidir após a assinatura dos contratos. Presidida pelo
tucano Bruno Covas (PSDB-SP) - e com maioria da base aliada - a CPI foi
esvaziada e concluiu não haver nenhuma irregularidade nos contratos.
5 - Nova Marginal Tietê.
Em 2012, no escopo das investigações sobre o bicheiro Carlinhos
Cachoeira, o ex-diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza, mais conhecido
como Paulo Preto, tornou-se suspeito por contratos firmados entre a
Dersa e a Delta Construções. Quando da denúncia, Alckmin afirmou sobre
os contratos à Folha: “Nem sei se tem, se tem são ínfimos”. Porém, levantamento do blog Transparência SP
apontava que, de 2002 a 2011, a Delta Construções havia fechado pelo
menos 27 contratos com empresas e órgãos públicos do governo do Estado
de São Paulo.
Entre
os contratos suspeitos: a ampliação da Nova Marginal Tietê. Com valor
previsto em R$ 1 bilhão, em 2008; a obra superou o valor de 1,75 bilhão,
sem estar concluída. A Delta venceu a concorrência do segundo lote da
Nova Marginal Tietê, recebendo aditivos de R$ 71 milhões que despertaram
denúncias no MPE. Entre os suspeitos, estava seu ex-diretor-executivo
Fernando Cavendish, suspeito de ter fraudado a concorrência. Parlamentares da oposição ao governo paulista também protocolaram um requerimento no Ministério Público
para investigar o aumento dos valores na obra da empreiteira,
denunciando outros consórcios entre órgãos públicos do estado e a Delta:
um total de R$ 800 milhões – R$ 664 milhões celebrados na gestão Serra e
R$ 140 milhões na gestão Alckmin.
6 - Rodoanel 1.
Em 2010, durante as investigações da Construtora Camargo Corrêa, no
escopo da Operação Castelo de Areia, a PF encontrou um pen drive e
documentos que indicavam o pagamento de propina pela empreiteira a
autoridades tucanas. Reportagem da revista Época
(14.05.2010) apontava que entre os nomes citados pela PF estavam
Arnaldo Madeira, ex-chefe da Casa Civil (Governo Alckmin), responsável
pela checagem das obras do Rodoanel e do Metrô; Luiz Carlos Frayze
David, presidente do Metrô entre 2003 e 2007; e o ex-diretor da Dersa,
Paulo Preto. Coordenador do programa de governo de Aécio Neves na última
eleição, Madeira negou ter recebido dinheiro ou doações de campanha da
empreiteira. Luiz Carlos saiu do governo 40 dias após o acidente nas
obras da Estação Pinheiros. Já o ex-diretor da Dersa, Paulo Preto –
acusado naquele ano de ter desaparecido com cerca de R$ 4 milhões da
campanha de Serra - foi demitido oito dias após a inauguração do trecho
sul do Rodoanel. No dia 5 de abril de 2011 a operação Castelo de Areia
foi anulada pela 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça.
7 - Rodoanel 2. Em novembro de 2009,
três vigas de um viaduto em obras no trecho sul do Rodoanel caíram
sobre a Rodovia Régis Bittencourt, na cidade de Embu. Técnicos do TCU
haviam soltado um laudo, em abril daquele ano,
denunciando superfaturamento na construção do trecho sul do Rodoanel,
incluindo compras com valores, em média 30% acima do orçamento. O laudo
apontava, também, alteração de métodos construtivos pelas empresas para
reduzir custos: por exemplo, a diminuição do número de vigas utilizadas.
A oposição tentou emplacar uma investigação, denunciando a “pressa” do
então governador José Serra em inaugurar o Rodoanel em março de 2010,
ano eleitoral. Dois anos depois, o TCU aceitou as explicações dadas pelo Governo do Estado e pela Dersa, comandada à época, por Paulo Preto.
8 - Caso Alstom.
Em 2008, documentos da Justiça suíça, enviados ao Ministério da Justiça
do Brasil, evidenciavam o pagamento sistemático de propinas pela
empresa francesa a autoridades dos governos tucanos. Entre 1998 a 2001, o
dinheiro foi repassado por empresas offshore (paraísos fiscais), em
troca da assinatura de contratos no setor energético paulista. Um dos
engenheiros da Siemens apontava o sociólogo Claudio Mendes,
assessor de Covas e secretário-adjunto de Robson Marinho (Casa Civil),
como intermediário nas negociações. À frente da Secretaria de Energia,
na época dos contratos, estiveram David Zylbersztajn, genro do
ex-presidente FHC; o deputado Andrea Matarazzo; e Mauro Arce,
ex-secretário estadual dos Transportes. José Serra se esmerou para
bloquear a CPI, impedindo que as ligações entre Alstom e Governo fossem investigadas ou mesmo discutidas.
A
multinacional francesa fechou um acordo na Justiça, aceitando pagar R$
60 milhões para se livrar do processo. Robson Marinho, um dos fundadores
do PSDB e chefe da Casa Civil de Covas, permanece como o réu na ação do
Ministério Público, como destaca a Folha de S. Paulo (22.12.2015).
9 - CPI da Eletropaulo.
Privatizada em 1998, a Eletropaulo foi vendida para o consórcio
Lightgás, liderado pela AES Corporation, por R$ 2 bilhões - parte do
valor financiado pelo BNDES. À frente da negociação, estava o governador
Geraldo Alckmin, na época presidente do Programa Estadual de
Desestatização (PED) do Governo Covas. Após a demissão de metade dos
funcionários da estatal e das suspeitas sobre o baixo valor da venda,
parlamentares da oposição tentaram instalar uma CPI. Apenas em 2008,
após o escândalo Alstom vir à tona, ela pode ser instalada. Além do
baixo preço da venda, os deputados denunciavam (veja aqui)
ilegalidades formais e improbidade administrativa praticada pelo BNDES
na concessão do empréstimo. Os parlamentares também pediam que se
incluísse a Alstom no bojo das investigações. A CPI foi encerrada
naquele, sem mencionar a multinacional francesa em seu relatório. Em
2013, nova tentativa de investigação foi enterrada pelos deputados da
situação na Alesp.
10 - Cartões de Pagamento. Em
2008, no auge das denúncias sobre cartões corporativos do Governo
Federal, a Folha de S. Paulo trouxe uma matéria apontando que o Governo
Serra havia gastado R$ 108,3 milhões em cartões de pagamento de despesas.
A denúncia motivou o primeiro pedido de CPI da bancada petista naquele
ano, enterrada pela situação na Alesp. Três anos depois, outra reportagem
do jornal, afirmava que em dez anos, o Governo paulista gastara R$ 609
milhões em cartões de pagamento. “O valor é 70% maior que o registrado
pelo governo federal no período”, afirmava o texto.
11 - Cratera do Metro.
Em novembro de 2004, começaram as obras da Linha 4 – Amarela do Metrô,
com previsão de inauguração em 2008. Em janeiro de 2007, porém, ocorreu
um desmoronamento vitimando sete pessoas e abalando a estrutura de
vários imóveis na região. Dados do Sindicato dos Metroviários, à época,
apontavam a existência de 11 acidentes desde o início das obras na Linha
4, um deles com vítima fatal. Em junho de 2008, laudo do Instituto de
Pesquisa Tecnológicas (IPT) denunciava a execução inadequada do projeto, culpando o Consórcio Via Amarela pelo acidente. Em agosto de 2008, o laudo final do Instituto de Criminalística (IC) apontava falhas na fiscalização do Metrô. O processo foi lentamente arrastado pela Justiça paulista. Reportagem da Rede Brasil Atual, em 2014, denunciava a impunidade e o fato de ninguém ter sido julgado pelas mortes.
12 - Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU).
A Operação Pomar, deflagrada em 2007, apontava um esquema de
superfaturamento e fraudes em licitações para construção de casas em 23
municípios paulistas. A partir do exame do livro-caixa da empreiteira FT
Construções, entre os suspeitos
estavam prefeitos, vereadores, empresários, diretores da CDHU e o
ex-secretário de Habitação de Alckmin, Mauro Bragato, absolvido pelo
Conselho de Ética da Alesp.
Em
novembro de 2007, o Legislativo paulista chegou, inclusive, a mudar
pareceres do TCE que indicava irregularidades em quatro obras das
gestões Alckmin e Covas. O novo parecer do TCE
foi elaborado por Bruno Covas (PSDB), neto do ex-governador que
afirmara ser obrigação do Legislativo analisar os casos julgador
irregulares pelo TCE, referendando ou reformando a decisão. Houve uma
CPI da CDHU, mas sob a presidência do deputado José Augusto (PSDB) e sem
dar o prazo necessário às investigações, como demandavam os
parlamentares da oposição, ela foi encerrada em 2009.
13 - CPI das obras do Tietê. Em
2005, o rebaixamento da calha do Tietê foi tema de várias reportagens
questionando os gastos acima de R$ 1 bilhão, a partir de aditivos e
acréscimos aos valores iniciais do empreendimento. O acerto prévio pelo
financiamento do JBIC (banco japonês), garantia que não seriam toleradas
elevações de preços superiores ao limite legal de 25%. O Governo
Alckmin, porém, fez alterações no contrato da obra, contratou
consultorias, aumentando os valores iniciais em 148%, como denunciava reportagem da FSP. A oposição tentou instaurar uma CPI, mas jamais conseguiram.
Além das suspeitas de irregularidades, como detalha Henrique Costa, no artigo As tragédias anunciadas do Rio Tietê,
neste site (15.05.2011), após a entrega da obra de ampliação da calha
do Tietê, técnicos alertaram que a eficiência da obra (que custou quase
R$ 2 bilhões) dependia, fundamentalmente, da limpeza da calha do rio. O
sucessor de Alckmin no Estado, José Serra não deu atenção ao alerta:
retirou do rio apenas 200 mil m3 de resíduos, quando a média anual
necessária deveria ficar entre 400 e 600 mil m2.
14 - Nossa Caixa.
Esquema de favorecimento da Nossa Caixa – banco estadual na época e
terceiro maior banco público do país – para distribuição de verbas
públicas para deputados ligados à base aliada do Governo Alckmin. A
denúncia dizia respeito a irregularidades nas verbas publicitárias do
banco, que operou por um ano e meio com contratos vencidos (R$ 28
milhões no total) com duas agências de publicidade: Colucci &
Associados Propaganda Ltda. e Full Jazz Comunicação e Propaganda Ltda. O
gerente de marketing Jaime de Castro Júnior foi afastado e uma
sindicância interna encaminhada ao Tribunal de Contas Estadual. Em posse
dos documentos, a Folha de S. Paulo publicou uma reportagem – Banco estatal beneficiou aliados de Alckmin
(23.03.2006) – afirmando que o Palácio dos Bandeirantes “interferiu
para beneficiar com anúncios e patrocínios” deputados da base aliada na
Assembleia Legislativa. Com a quebra do sigilo da correspondência de
Castro Júnior, foi revelado que os pedidos de benefício haviam partido
de Roger Ferreira, então assessor-chefe de comunicação de Geraldo
Alckmin, e também assessor da presidência da Nossa Caixa. Ele atuou nas
equipes de marketing das campanhas presidenciais de Fernando Henrique
Cardoso e José Serra. Geraldo Alckmin exonerou Roger Ferreira após as
denúncias. Duas tentativas de se convocar uma CPI sobre o assunto foram abafadas.
15 - Aeroporto Fantasma.
Em 2005, o governo Alckmin investiu pesado em obras no aeroporto
Antônio Nogueira Junior, em Itanhaém, com 85 mil habitantes à época.
Batizado de “aeroporto fantasma", o movimento médio de passageiros
naquele ano não ultrapassou 5 pessoas por dia. O total gasto pelo
governador na obra chegou a R$5,5 milhões, com direito a uma pista capaz
de receber até mesmo um Boeing 737, como denunciava a Folha de São Paulo. Tentativa de investigações foram abafadas pelos tucanos.
16 - Compra de votos. Em julho de 2005, reportagem da Folha de S. Paulo
trazia à tona uma conversa telefônica entre os deputados estaduais
Romeu Tuma Jr. (PMDB-SP) e Paschoal Thomeu (PTB-SP), às vésperas da
eleição do novo presidente da Alesp. Entre os candidatos estava Rodrigo
Garcia (PFL), apoiado por Tuma Jr. e Edson Aparecido (PSDB), apoiado por
Alckmin. Na gravação, Thomeu afirmava que votaria em Edson Aparecido,
alegando que suas "seis firmas" estavam em situação muito difícil e
mencionava a venda de terras para a CDHU. Dizia ainda que o governador
em pessoa havia lhe prometido ajuda. Confrontado com a gravação, o
deputado afirmou que a conversa foi uma desculpa que inventou para não magoar Tuma, como apontava a reportagem do jornal.
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