quarta-feira, 18 de maio de 2016

Nº 19.390 - "Como Cunha atuou no Judiciário para barrar impeachment de Temer"

 

18/05/2016

 

Como Cunha atuou no Judiciário para barrar impeachment de Temer

.

Jornal GGN - 18/05/2016
.
Antes de ter seu mandato suspenso, Eduardo Cunha  formalizou a abertura de impeachment contra Temer, de forma abafada, e deu base para Janot interceder no Supremo

Jornal GGN - Apesar da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio, em liminar no último mês, determinando que o presidente da Câmara, então Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criasse uma Comissão Especial para analisar o impeachment do interino Michel Temer, alguns obstáculos impedem a determinação de avançar.
 .
Um deles parte do próprio Judiciário. A decisão de Marco Aurélio recebeu, na última semana, um posicionamento contrário do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot. No último dia 10, o PGR encaminhou parecer defendendo que o Supremo derrubasse a liminar do ministro que determinava a abertura de impeachment contra Michel Temer.
.
Janot afirmou que a liminar "ultrapassou" o pedido. E os argumentos usados foram os do próprio deputado suspenso Eduardo Cunha.
.
Para o procurador, ao contrário do que apresentado pelo advogado autor da ação e reiterado por Marco Aurélio, há "diferenças" entre a situação da presidente Dilma Rousseff e do interino Michel Temer em relação à edição de decretos que autorizaram a abertura de crédito suplementar - um dos motivos da denúncia.
.
O advogado mineiro Mariel Marley Marra alegava que a situação era "idêntica" à da presidente. Para ele, o agora interino cometeu os mesmos supostos crimes de responsabilidade de Dilma e, por isso, deveria ser julgado. Mas Cunha sequer colocou a denúncia em Comissão Especial ou para o Plenário da Câmara, e arquivou o processo.
.
A justificativa de Janot era que o então presidente da Câmara teve "simetria" entre a decisão de abrir processo contra Dilma e arquivar denúncia contra Temer. "Eduardo Cunha adotou os mesmos critérios" para ambos, mas obteve resultado diferente "em razão das datas dos decretos".
.
O que o procurador alegou é que os decretos assinados por Dilma foram posteriores ao envio pelo Executivo do projeto de lei que propõe a alteração da meta fiscal, e os de Temer não. E que o suposto crime de Dilma estaria no fato de ela entrar com Projeto de Lei para alteração da meta fiscal, o que seria "um reconhecimento de que o governo não conseguiria cumprir a meta inicialmente prevista".
.
Apesar de contrariar a decisão de Marco Aurélio, Janot disse, no entanto, que era possível um vice-presidente da República sofrer processo de impeachment.
.
Foi o parecer de Rodrigo Janot que fez com que a decisão, então monocrática de Marco Aurélio, fosse alvo de análise de toda a Corte do STF, que deve ocorrer nos próximos dias, em data marcada pelo presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski.
.
Outro obstáculo ocorreu dentro do próprio gabinete do ministro relator, onde tramitava a ação. O advogado mineiro entrou com uma petição afirmando que a decisão de Marco Aurélio não tinha sido respeitada por Cunha.
,
O ministro, então, verificou junto à Câmara o andamento de sua liminar, datada do dia 7 de abril. Como resposta, duas semanas antes de sua suspensão, o peemedebista que ainda estava na Presidência da Casa protocolou um procedimento para a criação da Comissão Especial, mas sem o conhecimento da imprensa, que não divulgou a introdução para a abertura do colegiado.
.
Cunha disse à Marco Aurélio que "já formalizou o ato de instauração da comissão, tendo expedido ofícios às lideranças partidárias para que indiquem os integrantes do colegiado, nos termos do que decidido pelo STF". Mas, como escusa, Eduardo Cunha alegou que o Regimento Interno da Câmara não fixava prazo para a indicação de parlamentares no âmbito do processo político-criminal.
.
A resposta foi suficiente para o ministro, seguindo o que declara a Constituição, negar a petição do advogado.
.
As medidas tomadas por Cunha, mesmo fora da Presidência da Câmara, surtiram efeito. Agora com o posicionamento contrário de Rodrigo Janot usando como base os argumentos do deputado afastado, o caso sai da alçada de Marco Aurélio e fica nas mãos de todo o colegiado do Supremo, adiando a decisão de um possível afastamento de Temer. O que, ainda, dá fôlego ao interino para angariar aliados suficientes na Câmara, barrando um impeachment.

.
Leia, abaixo, a decisão de Marco Aurélio, o pedido do advogado com a resposta de Cunha e a manifestação de Janot:

.

Arquivo

_________________________________
.
PITACO DO ContrapontoPIG 


Pelo que se vê, por incrível que pareça, Cunha  que deveria estar preso, ainda dá as cartas na Câmara, no Senado e no STF.
.
Li que Garotinho afirmou  que um amigo comum dele e do Cunha, disse ter "ministros do STF que lhe devem favores".
.
Será?  
.
Ver aqui

_______________________________________

Nenhum comentário :

Postar um comentário

Veja aqui o que não aparece no PIG - Partido da Imprensa Golpista