10/10/2016
O banquete macabro da PEC da Morte
Blog do Miro - segunda-feira, 10 de outubro de 2016
Num futuro próximo, o regabofe oferecido pelo Judas Michel Temer na noite deste domingo (9) para 210 deputados federais e seus familiares até poderá ser chamado de o banquete macabro da PEC da Morte. A cena inóspita, em pleno Palácio da Alvorada e com grana pública, serviu para enquadrar os parlamentares que devem votar ainda nesta semana a Proposta de Emenda Constitucional, PEC-241, que limita os gastos em saúde, educação e assistencial social pelos próximos 20 anos. Com seu jeito de vampiro, o usurpador discursou por alguns minutos e ameaçou os que criticam a medida nefasta.
"Nós estamos cortando na carne com essa
proposta e todo o qualquer movimento ou ação corporativa que possa
tisnar a medida do teto de gastos públicos não pode ser admitida",
esbravejou.
Pedido de suspensão da votação no STF
Diante da regressão, parlamentares do PT e do PCdoB ingressaram na sexta-feira (7) com um pedido no Supremo Tribunal Federal de liminar (decisão provisória) para suspender a tramitação da chamada PEC do Teto. Eles argumentam que o projeto é ditatorial porque agride a separação entre os poderes e limita a própria ação do Legislativo. "Uma grave consequência da limitação que pretende-se impor ao povo brasileiro, como titular do Poder político do Estado, consiste em que seus representantes, parlamentares que eleitos: em 2018, 2022, 2026, 2030 e em 2034 (todos empossados no ano seguinte) não terão a possibilidade de exercer em plenitude a representação popular no Poder Legislativo".
A própria Procuradoria-Geral da República elaborou uma nota técnica em que afirma que a PEC-241 é um atentado à Constituição e deve ser arquivada. Segundo a PGR, o projeto desrespeita a separação entre os poderes, reforçando a ditadura da área econômica do governo federal. "Há que se assentar a inconstitucionalidade [...], sob pena de se incutir no poder Executivo a ideia de um 'super órgão' que passará a controlar os demais poderes, ainda que de maneira indireta, inviabilizando o cumprimento de suas funções constitucionais e institucionais", afirma a nota.
A Proposta de Emenda Constitucional, elaborada pela
máfia rentista que domina a área econômica do covil golpista, já foi
apelidada por deputados e senadores de PEC da Morte. Estudos demonstram
que o brutal ajuste fiscal congelará os gastos em áreas vitais para a
população, servindo apenas beneficiar os agiotas financeiros que
especulam com títulos da dívida pública. "A população quer que se corte a
farra dos ricos com o dinheiro público, e não o dinheiro para a
população", reage Alessandro Molon, deputado da Rede. "Não é uma PEC
para limitar os gastos públicos, mas sim para limitar os gastos com
saúde e educação. É para aumentar o lucro dos empresários", completa
Patrus Ananias (PT-MG).
Pedido de suspensão da votação no STF
Diante da regressão, parlamentares do PT e do PCdoB ingressaram na sexta-feira (7) com um pedido no Supremo Tribunal Federal de liminar (decisão provisória) para suspender a tramitação da chamada PEC do Teto. Eles argumentam que o projeto é ditatorial porque agride a separação entre os poderes e limita a própria ação do Legislativo. "Uma grave consequência da limitação que pretende-se impor ao povo brasileiro, como titular do Poder político do Estado, consiste em que seus representantes, parlamentares que eleitos: em 2018, 2022, 2026, 2030 e em 2034 (todos empossados no ano seguinte) não terão a possibilidade de exercer em plenitude a representação popular no Poder Legislativo".
O pedido dos deputados novamente caiu nas mãos do ministro tucano do
STF, Gilmar Mendes. Além da crítica ao desrespeito da separação entre os
poderes, ele critica o tópico da PEC que vincula o teto de gasto às
despesas do ano anterior. Sustenta que não só o Legislativo, mas o
Judiciário também ficará às margens da discussão orçamentária nacional.
"Ao prever que as despesas de cada poder da República e suas respectivas
execuções devam permanecer limitadas à variação anual de índice
decorrente de pesquisa de preços (IPCA), implementada por autarquia do
poder Executivo da União, as necessidades que Judiciário e Legislativo
considerem imprescindíveis contemplar no orçamento estarão
restringidas", alerta a peça, que será analisada pelo relator Gilmar
Mendes.
PGR aponta inconstitucionalidade da PEC
PGR aponta inconstitucionalidade da PEC
A própria Procuradoria-Geral da República elaborou uma nota técnica em que afirma que a PEC-241 é um atentado à Constituição e deve ser arquivada. Segundo a PGR, o projeto desrespeita a separação entre os poderes, reforçando a ditadura da área econômica do governo federal. "Há que se assentar a inconstitucionalidade [...], sob pena de se incutir no poder Executivo a ideia de um 'super órgão' que passará a controlar os demais poderes, ainda que de maneira indireta, inviabilizando o cumprimento de suas funções constitucionais e institucionais", afirma a nota.
A PGR ainda alerta que a PEC "institui um novo regime fiscal pelos
próximos 20 anos, prazo longo o suficiente para limitar, prejudicar e
enfraquecer o desempenho do Judiciário e demais instituições do Sistema
de Justiça e diminuir a atuação estatal no combate às demandas de que
necessita a sociedade, entre as quais o combate à corrupção". Ao final,
ela propõe mudanças no projeto, com a redução do prazo de vigência para
10 anos e a possibilidade de revisão das regras a partir do quinto ano.
Estas propostas, porém, foram imediatamente rejeitadas por Henrique
Meirelles, o czar da economia. Em nota, o Palácio do Planalto reagiu com
arrogância às ponderações da PGR.
Quem planta vento colhe tempestade
Pela presença festiva no banquete macabro no Palácio da Alvorada tudo
indica que a PEC da Morte será aprovada pelo pior Congresso da história
recente do Brasil. Além disso, a proposta conta com o entusiástico apoio
das elites empresárias - que financiam as campanhas destes
parlamentares venais. Na semana passada, nove confederações patronais
investiram fortunas em anúncios publicitários nos principais jornais do
país para defender a urgência da aprovação da medida. Na maior caradura,
estes autênticos assaltantes dos cofres públicos classificaram a PEC
como "uma revolução fiscal".
Com a aprovação da PEC da Morte o Judas Michel Temer dá mais um golpe
dentro do golpe. Mas ele não conseguirá garantir o silêncio das vítimas.
A medida deverá servir para impulsionar ainda mais a unidade dos que
lutam contra o desmonte das políticas públicas imposto pelo covil
golpista. Os usurpadores do poder, sem votos e sem legitimidade, estão
plantando vento e vão colher tempestade.
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