03/10/2016
Alckmin no jogo presidencial; “Onda Freixo” menor que o necessário
Por Fernando Brito
A primeira impressão, ainda sem detalhar muito, do triste resultado das eleições municipais é a de que Alckmin tornou-se, disparado, o mais credenciado aspirante à candidatura tucana em 2018.
Eleger o boneco de cera de João Dória Junior, sem o desgaste de um segundo turno onde iria apanhar merecidamente e não teria nada a ganhar – mesmo vencendo a eleição – é uma vitória do governador, embora não chegue a ser uma surpresa, porque ele próprio ganhou em primeiro turno, com percentual parecido, mesmo depois do desastre hídrico no Estado.
Se é um triunfo para Alckmin, é muito ruim para Temer, que sabe que o governador de São Paulo, ao contrário do que acontece com Aécio Neves e José Serra, não tem de se jogar de cabeça nas propostas de cortes de direitos e nem no desgaste absurdo da reforma da previdência.
Haddad sai derrotado, mas não humilhado, papel que deixa a Marta Suplicy, com todo o merecimento.
E Alckmin, o vitorioso, hoje, é o grande senhor do tucanato.
O segundo momento que destaco é que, de fato, formou-se a “Onda Freixo” que hoje cedo se reconheceu formar-se num post, antes de iniciada a votação.
Mas não foi, a meu ver, de tamanho suficiente. Jandira foi desidratada pelo eleitor- como foi Erundina em São Paulo – de uma maneira atroz, com a migração de seus votos para Freixo.
É bom lembrar, porém, que Freixo teve um percentual – 18% – bem pior do que os 28% obtidos na eleição anterior, em 2012, quando foi a grande surpresa.
Infelizmente, esta onda não chegou à Zona Oeste (à parte pobre, formada por Realengo, Bangu, Campo Grande e Santa Cruz), onde Freixo teve entre 6 e 11% dos votos, Na parte rica, como era natural que fosse, venceu Pedro Paulo.
É verdade que Freixo tem a seu favor a rejeição a Crivella, que quatro eleições perdidas mostram não ser pequena.
Mas os percentuais de 16% de Pedro Paulo (16%), no fascistóide Bolsonaro (14%), Índio da Costa (9%) e pelo tucano Osório (quase 9%, também), somam 48% do eleitorado no qual, francamente, não vejo como Freixo levar, em maioria, embora Crivella seja osso duro de roer para essa gente.
Sinto muito, de verdade, não poder expressar outra visão, mas tenho de, com todo o sofrimento, de tentar analisar, embora torça muito para estar errado.
Dizem que o segundo turno é uma nova eleição e, em muitos aspectos, isso é verdade.
Mas o eleitor é o mesmo.
PS: O PMDB do “homem que ia unir o Brasil” ganhou onde, mesmo?
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