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28/10/2016
Temer. A enorme nulidade
Irresistível reproduzir o texto de Paulo Nogueira no Diário do Centro do Mundo. Nem o ótimo Paulo Betti, que representou o canastrão no cinema, lembra tanto:
A incrível semelhança entre Temer e o Ed Mort de Veríssimo. Por Paulo Nogueira
Verissimo tem um personagem chamado Mort. Ed Mort. É um detetive particular extremamente atrapalhado.
Mort trabalha num cubículo no Rio tão
pequeno que decide tratá-lo como cubi. Cubículo é uma palavra grande
demais para o tamanho do aposento.
Me veio à cabeça Temer. Michel Temer.
Temer é hoje uma figura tão diminuta que poderíamos chamar de Te. Pre
Te. Presidente Temer.
Pensei em várias coisas relativas a isso. Por exemplo: que aconteceria se seus seguidores convocassem uma manifestação pró-Te?
Quantas pessoas compareceriam?
Nem ele. Porque Te não vai a lugares públicos. Ele se esgueira e se esconde, com pavor das vaias.
Me pergunto, também, se os garçons do Planalto ainda lhe servem o tradicional café.
Não há nada mais melancólico do que
final de governo. O alarido festivo dos primeiros dias é substituído
pelo silêncio mórbido da era que se encerra.
Pior ainda é quando você pula uma casa. Mal começa e já vive o clima dos últimos tempos, como Te.
Certas pessoas públicas despertam
admiração e paixão à primeira vista. Com Te se deu o oposto. Os
brasileiros não conheciam Te. Ficara nas sombras da paixa política a
carreira toda. Quando o conheceram, imediatamente o desprezaram.
Uma nova pesquisa Ipsos mostrou, hoje, que apenas 9% dos ouvidos o acham ótimo ou bom.
É uma irrelevância estatística, mas se você observar Te vai ver que 9% francamente é demais.
No noticiário político, ele
rapidamente passou a figurante, ainda que no Planalto. As pessoas falam
em Carmen Lúcia, em Renam, em Eduardo Cunha, mas não nele.
É como aquele convidado numa festa
que ninguém quer ouvir, mesmo sendo pretensamente o dono. Num
determinado momento o descaso é tão grande que ninguém sequer finge
interesse no homem deixado num canto.
Parece evidente, a alta altura, que
ele não chegará ao final da festa. 2018 é longe demais para alguém com
as características de Te.
Quem ocupará seu lugar até lá?
É uma questão tão complexa que até o nome de FHC foi ventilado.
Uma coisa é certa: o substituto não pode ser tão insignicante que tenha o mesmo destino do cubículo de Mort. Ed Mort.
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