14/11/2016
Barroso ainda não venceu o troféu “Pollyana Togada”
Para os mais novos, Pollyana, de Eleanor Porter, era um livro que, tempos atrás, se costumava dar às moças.
Pollyana, muito cedo, vira orfã de pai e mãe e vai parar numa certa Casa das Damas Auxiliadoras.
Com todas as suas desgraças, é a promotora do “jogo dos contentes”, onde das maiores desgraças, extrai-se sempre – e tão-somente – as coisas boas.
Pollyana é ingênua até não mais poder, como deviam ser as moças do início do século XX.
Assim parece ser o Ministro Luís Roberto Barroso, em sua entrevista a Monica Bergamo, na Folha.
(Aliás, muito bem feita pela repórter, nada Pollyana).
Vejam que revelação surpreendente o crédulo Dr. Barroso teve:
“Nós nos demos conta que o país vive
- e creio que há muitos anos, senão desde sempre- uma corrupção endêmica.
Há uma certa perplexidade, um choque. Onde você destampa, tem problema.
Não é fácil enfrentar isso. O STF
começou, no mensalão. A Lava Jato é desdobramento, símbolo de uma
sociedade que se descobriu imersa em corrupção, em desmandos, e deseja
sair disso.
No geral, tanto o juiz [Sergio Moro]
como o Ministério Público e a Polícia Federal prestam um bom serviço ao
ajudar a revelar a extensão e a profundidade do que ocorria.
E você não consegue mudar um paradigma pervertido de absoluta impunidade fazendo mais do mesmo.”
E que agora estamos tentando sair dela, pelas mãos limpas de Michel Temer, Moreira Franco, Eliseu Padilha, Romero Jucá, Geddel Vieira Lima, Mendoncinha e outros da mesma cepa!
O distraído Ministro chega a dizer que é com Fernando Henrique Cardoso que “o iluminismo chega ao poder” no Brasil.
Poxa, doutor, não faça isso com os iluministas, personagens, entre outras coisas, da Revolução Francesa e da Revolução Americana, que tornou os EUA independentes do maior império do mundo à época, o inglês.
Até porque pode parecer ironia chamar de iluminista o presidente do apagão, da privataria, da reeleição.
Vou parar com a “polianice” por aí, porque Pollyana foi atropelada e ficou sem poder andar e, depois do caso Moro-Savonarola, os juízes pararam de entender metáforas e começaram a achar que era praga.
Tal como a democracia brasileira. Com a diferença que o Doutor Edmond Chilton, que faz Pollyana voltar a andar parece, nestes dias, ameaçado em seu direito de ir e vir e andaram até fazendo coação coercitiva sobre ele.
Mais ainda não foi o suficiente para ganhar o troféu Pollyana, onde o favorito ainda é o Doutor Teori Zavaski que não sabia o que Eduardo Cunha ia fazer durante os sete meses que ele gastou examinando seu pedido de afastamento da presidência da Câmara.
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