domingo, 15 de janeiro de 2017

Nº 20.696 - "Temer é o chefe. Até quando?"

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15/01/2017

Temer é o chefe. Até quando?


Brasil 247 - 15 de Janeiro de 2017


Marcos Corrêa/PR


ALEX SOLNIK


Alex SolnikReflexões e conjecturas depois da leitura dos jornais de domingo desse janeiro que é o mais quente dos últimos anos:

   1) Por não gostar de vermelho, a primeira-dama mandou tirar todos os tapetes persas do Palácio da Alvorada, pois não há um só tapete persa que não tenha essa cor na sua composição. Todos os tapetes vermelhos, de todos os tamanhos, origens e feitios, estejam onde estiverem, serão substituídos. Alguns experts tentaram argumentar, sem êxito,  que os tapetes foram confeccionados muito antes da criação do PT. É mais um exemplo da austeridade do atual desgoverno. Em apoio à sua bela, jovem, recatada e exigente esposa, Temer cogita pedir ao novo imperador dos Estados Unidos para extinguir o tapete vermelho do Oscar. Ia me esquecendo: o próprio Temer que também não gosta da cor preta mandou trocar todos os sofás pretos do palácio.

   2) O impeachment foi apenas o último dos muitos golpes aplicados ao longo dos últimos sabe-se lá quantos anos pelo grupo que tomou o poder e que se assemelha, cada vez mais, a uma quadrilha.

   3) O melhor advogado de Lula é a Polícia Federal que vem desmentindo sistematicamente o procurador Dalton Dalagnol: está ficando claro que ele não é nem nunca foi chefe da quadrilha que tomou de assalto o Palácio do Planalto.

   4)  Temer nunca foi um vice decorativo, como alardeou na carta que foi a senha para o golpe. Ao contrário de Itamar Franco, que não tinha nenhum poder dentro do governo Collor e por esse motivo não foi atingido pelo impeachment em 1992, Temer colocou seus aliados, como Geddel Vieira Lima e Moreira Franco, para citar apenas dois, em posições chave onde negociações escusas rolavam solto em benefício de seu grupo e de seu partido.

   5) A ex-presidente Dilma tem que sair de sua reclusão voluntária e contar em todos os detalhes quais foram as pessoas que Temer indicou para postos chave do governo e que ela nomeou, mesmo correndo o risco de ser criticada por ceder esses postos a trombadinhas e trombadões travestidos de políticos.

   6) Até quando o país vai se sujeitar ao comando de um presidente da República que a cada dia perde as condições morais de governar?

   7) Não adianta apenas a Odebrecht, ou a Friboi, ou a Gol mudarem de nome para sobreviver, talvez seja o caso de o Brasil mudar de nome.

   8) Tinha razão o visionário Raul Seixas: o negócio é alugar o Brasil.



Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"
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