quinta-feira, 15 de março de 2018

Nº 23.634 - "Execução de vereadora do PSOL do Rio leva crise política a outro nível"

.

15/03/2018

Execução de vereadora do PSOL do Rio leva crise política a outro nível

Do Blog da Cidadania - 15 de Março de 2018

 

por Eduardo Guimarães

Foi morta a tiros dentro de um carro na Rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, na Região Central do Rio, por volta das 21h30 da última quarta-feira (14/3). Além da vereadora, o motorista do veículo, Anderson Pedro Gomes, também foi baleado e morreu.

Uma outra passageira, assessora de Marielle, foi atingida por estilhaços. A principal linha de investigação da Delegacia de Homicídios é execução.

Segundo as primeiras informações da polícia, bandidos em um carro emparelharam ao lado do veículo onde estava a vereadora e dispararam.

Marielle foi atingida com pelo menos quatro tiros na cabeça. A perícia encontrou nove cápsulas de tiros no local. Os criminosos fugiram sem levar nada.


Carro em que Marielle estava quando foi baleada

A passageira atingida pelos estilhaços foi levada para o Hospital Souza Aguiar e liberada. Em seguida, ela foi levada para prestar depoimento na DH.

Marielle havia participado no início da noite de um evento chamado “Jovens Negras Movendo as Estruturas”, na Rua dos Inválidos, na Lapa.

No momento do crime, a vereadora estava no banco de trás do carro, no lado do carona. Como o veículo tem filme escuro nos vidros, a polícia trabalha com a hipótese de os criminosos terem acompanhado o grupo por algum tempo, tendo conhecimento da posição exata das pessoas.

O motorista foi atingido por pelo menos 3 tiros na lateral das costas.

No domingo (11), Marielle denunciou ação de PMs do 41º BPM (Irajá) na Favela de Acari. Segundo ela, moradores reclamaram da truculência dos policiais durante a abordagem a moradores. Ela compartilhou uma publicação em que comenta que os rapazes foram jogados em um valão.

De acordo com moradores, no último sábado (10), os PMs invadiram casas, fotografaram suas identidades e aterrorizaram populares no entorno.



É óbvio que Marielle não incomodou – nem incomodava – traficantes – essa será a teoria que a Intervenção no Rio tentará vender.

Quem mandou matar a jovem parlamentar seguramente estava incomodado com a sua militância política. De esquerda. Contra militares e seus abusos.

Claro que o assassinato da jovem pode – e deve – ter sido obra de grupos de extrema-direita independentes e não de militares – apesar de que nunca se sabe… Porém, seja como for, esse assassinato eminentemente político faz a crise política mudar de patamar no país.

Até hoje, a violência entre coxinhas e mortadelas, ou entre militantes de direita e de esquerda resumiu-se a insultos em redes socais e algumas desinteligências em espaço público, mas sem violência real e, muito menos, fatal. Mas, agora…

A Volta dos crimes de sangue causados pela política pode ser considerada um marco neste país. O caso de Marcielle é único ou o é primeiro? Eis a questão.

Claro que, no Rio, a situação social ficou pior em todos os sentidos após a Intervenção, mas as próprias denúncias de Marcielle contra a medida do governo já mostram não só o fracasso, mas o risco.

A tentativa de abafar esse caso é previsível. Isso não pode ser permitido. Esse crime político só será o último se for apurado e os autores severamente punidos. Do contrário, será apenas o primeiro. E não nos esqueçamos de que violência é um jogo que os dois lados podem jogar.

Assista, abaixo, a reportagem da Globo sobre o caso.

[1280×720] Vereadora do PSOL, Marielle Franco é morta a tiros na Região Central do Rio Rio de Janeiro G1 from Eduardo Guimarães on Vimeo.



.

Nenhum comentário :

Postar um comentário

Veja aqui o que não aparece no PIG - Partido da Imprensa Golpista