01/10/2015
QUANDO RECONDUZIU JANOT AO COMANDO DA PGR, DILMA SELOU DESTINO DE CUNHA
Blog do Mello - quinta-feira, 1 de outubro de 2015
O atual presidente da Câmara (tomara que esta seja a última vez que eu escreva isso), Eduardo Cunha, pode esbravejar e ameaçar à vontade. Quanto mais ele chia e esperneia, mais fica preso à teia.
Com o envio pela Suíça da investigação criminal aberta contra ele naquele país em abril deste ano, a Procuradoria-Geral da República poderá investigar Eduardo Cunha e processá-lo por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Esse pode ter sido o último ato, antes do desenlace fatal contra Cunha.
Ele anteviu isso, quando o PGR Janot o citou pela primeira vez. Ainda em março deste ano, Cunha acusou o golpe em sua conta no Twitter:
"Sabemos exatamente o jogo político que aconteceu e não dá para ficar calado sem denunciar a politização e aparelhamento da PGR", escreveu. "O PGR só será reconduzido se for da vontade do Executivo", continuou.Desse dia em diante, Eduardo Cunha trabalhou incansavelmente para que a presidenta Dilma não reconduzisse Janot à presidência da Procuradoria Geral da República.
A presidenta pode ter cedido a várias chantagens de Cunha, mas não cedeu à única que poderia mantê-lo vivo. Reconduzindo Janot, a presidenta deu um xeque-mate em Cunha.
Se o PGR Janot já tinha motivos institucionais para investigar Cunha, com as agressões vindas do presidente da Câmara, a questão passou a ser também pessoal. Para azar de Eduardo Cunha.
Agora, quando até a mídia tão amiga já o abandona, após usá-lo como cunha (significado militar: Força de combate ou invasão que se introduz em campo inimigo) para tentar derrubar o governo, o deputado se aproxima do final de qualquer mosca apanhada na teia.
Nada agradável para a mosca. Para deleite da aranha.
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