terça-feira, 6 de outubro de 2015

Contraponto 17.868 - "Nardes sai da posição de desassombrado do TCU e vira ministro tagarela e fanfarrão"

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06/10/2015

 

 

Palavra Livre - 06/10/2015
NARDES ERA DA ARENA, FAZ POLÍTICA NO TCU E QUER O IMPEACHMENT DE DILMA.

Por Davis Sena Filho

 
Augusto Nardes é ministro do TCU e sempre foi vinculado aos interesses da oposição partidária e da direita brasileira em geral, a começar pelo grande empresariado. Sempre se aproveitou de sua posição para fazer política, porque ligado ao DEM, o pior partido do mundo, cruzado do reacionarismo brasileiro, pois herdeiro direto da UDN, da Arena e do PDS, que depois se tornou PFL para apear da ditadura e, rapidamente, montar de carona no galope da candidatura Tancredo Neves, que venceu as eleições indiretas, mas não assumiu, porque vítima de enfermidade que o levou à morte.



Augusto Nardes é político da direita gaúcha e sempre combateu os trabalhistas no berço do trabalhismo brasileiro, que é o Estado do Rio Grande do Sul. Ultimamente tal ministro do TCU, que pertenceu à Arena e ao PDS, siglas de sustentação da ditadura civil-militar, tem se envolvido em polêmicas de casos que ele e seus colegas de tribunal estão a apreciar, sem, contudo, ainda a ter um veredito, no caso, sobre as "pedaladas" fiscais de que é acusada a presidenta Dilma Rousseff e seu governo.



Pedaladas essas que todos os governos cometeram, mas que foram criminalizadas, judicializadas e repercutidas como escândalos pela imprensa de mercado, tais quais as contas da campanha eleitoral do Partido dos Trabalhadores, no que concerne, principalmente, a receber dinheiro da UTC, sendo que o candidato do PSDB, Aécio Neves, recebeu mais dinheiro da mesma construtora do que Dilma, mas somente o PT é acusado de cometer crimes eleitorais, sendo que suas contas foram aprovadas pelo TSE, inclusive pelo juiz de direita, Gilmar Mendes, que também tem a mania de falar pelos cotovelos sobre processos que ele, o condestável, está a analisar, mas não se faz de rogado para atacar sistematicamente o PT e suas lideranças, ao tempo em que participa de reuniões e de eventos promovidos pelas mídias dos magnatas bilionários de imprensa e pela oposição capitaneada pelo PSDB.   



Entretanto, nada do que acontece, que são os fatos, parece ser ponderado e avaliado com sobriedade e sentido de justiça por certos juízes, que se tornaram efetivamente políticos, que, não satisfeitos em dar declarações inconvenientes e fora dos autos, metem a mão na massa e se acumpliciam com a oposição de direita, que após um ano das eleições presidenciais se recusa a aceitar, democraticamente e civilizadamente, os resultados das eleições vencidas pelo PT, e, consequentemente, inconformados e encolerizados.



A verdade é que o Governo Trabalhista de Dilma está a reagir e a AGU questiona, duramente, a posição política do ministro Augusto Nardes, bem como sua conduta antiética e antirrepublicana, ao ponto de muito antes de qualquer processo ser analisado para se ter um veredito, o político conservador, Augusto Nardes, resolveu, a seu bel-prazer, proferir seu voto à imprensa de negócios privados, que seria o de virtualmente reprovar as contas do Governo Dilma. Nardes, ridiculamente e antidemocraticamente, trabalha sob os auspícios do partido mais à direita de todos as agremiações políticas, que vem a ser o Partido da Imprensa.



Tais atitudes do ministro fanfarrão do TCU supostamente abriria um flanco para que a oposição no Congresso Nacional pudesse fazer questionamentos e, com efeito, dar início a um processo de impeachment, com a cumplicidade e a manipulação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), que é acusado de ter cinco contas no exterior não declaradas ao Fisco. Cunha, daqui a pouco, pode se tornar um cadáver político e ter de renunciar ao poder para responder às acusações que lhes são atribuídas, bem como se defender, o que, evidentemente, tomará seu tempo, além de sua condição moral para ocupar o terceiro cargo mais importante da República será mínima e questionada pela sociedade e pelos poderes constituídos.



Nardes, como todo fanfarrão, mostrou-se vaidoso e arrogante, pois são adjetivos peculiares aos soberbos. E deitou falação pela imprensa alienígena, que abre seus umbrais a todos aqueles que, porventura, combaterem os governantes trabalhistas eleitos pelo PT. Não importa o passado e a conduta dos adversários do Governo Trabalhista. De forma alguma, nem mesmo seus crimes quando estiveram no poder federal e agora nos estados da Federação os quais governam.



O que está em jogo, realmente, é a eleição de 2018, bem como derrotar o candidato petista, que pode ser o ex-presidente Lula, alvo diário dos jornais e, semanalmente, das revistas sensacionalistas pertencentes a empresários bilionários, que os utilizam como plataformas e palanques de ataques diuturnos a Lula e a Dilma, porque a intenção é enfraquecê-los ou "sangrá-los" até às vésperas das próximas eleições presidenciais.    



O ministro Augusto Nardes, bem como o presidente do TCU, Aroldo Cedraz, dentre outros, são "peças" de uma engrenagem de direita e do sistema burguês que visa derrotar o PT. Aroldo Cedraz, por exemplo, durante cerca de 20 anos foi deputado federal pelo Estado da Bahia e, como homem do PRN e do PFL que foi e ainda o é, sempre trabalhou em prol de interesses empresariais e de seus próprios negócios. Político discreto, mas influente, nunca subiu muito à tribuna da Câmara para discursar e muito menos se dispôs a votar a favor de matérias de interesse dos trabalhadores e do funcionalismo público. Seu filho, o advogado Tiago Cedraz, é acusado de fazer lobby dentro do TCU e, por causa da posição do pai, beneficia-se para ganhar muito dinheiro, conforme notícias da imprensa familiar e de políticos no Congresso.



Esses, dentre outros, são os homens que se dizem a favor da reprovação das contas de Dilma Rousseff. Cedraz é discreto e Nardes é um fanfarrão desde quando era vereador na cidade de Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul. Pois é... Quem diria. O Estado de políticos da grandeza de Getúlio Vargas, Alberto Pasqualini, José Plácido de Castro (o conquistador do Acre), Pinheiro Machado, João Goulart, Leonel Brizola, Luís Carlos Prestes, Assis Brasil, Osvaldo Aranha, marechal Osório, dentre outros vultos da história brasileira, também tem filhos medíocres, como o Augusto Nardes, e toda a atual casa grande da qual o ministro é um de seus representantes.



A casa grande que viceja por aqueles pagos e tem como compromisso principal defender seus negócios e do empresariado que frequenta os salões da burguesia gaúcha e as colunas sociais de seus jornais porta-vozes, a exemplo do Zero Hora e da RBS(Globo), da família midiática dos Sirotsky. Augusto Nardes é o fim da picada como ministro que vai julgar contas governamentais, sem ao menos se preocupar em se calar e se ater aos autos dos processos. Tal senhor vaidoso, assim como politicamente reacionário e conservador, firmou um pacto com a mídia e antecipou seu voto pela imprensa. Veja bem como é irresponsável o ministro Nardes.



Ele simplesmente disse que o TCU fará história, sendo que o TCU não cassa ninguém, porque é um órgão auxiliar da Câmara. O Tribunal apenas julga as contas e elabora um relatório que é enviado à Câmara dos Deputados. A fanfarronice no caso desse cidadão é algo realmente de caráter assombroso, pois de uma leviandade atroz e de uma tagarelice incomensurável. Nardes é o ministro "desassombrado" do colunista de direita do jornal O Globo, Ricardo Noblat.  



O jornal dos Marinho deu corda ao Augusto Nardes para ele se "midiatizar" e fazer política rasteira. Vamos ver se a corda dos magnatas bilionários de imprensa e de seus empregados que reproduzem os pensamentos dos patrões não se tornará a forca do Nardes. As contas do Governo Trabalhista serão aprovadas, apesar dos Nardes e Cedraz da vida, como o foram aprovadas as contas eleitorais do PT, bem como proibido o financiamento privado de campanhas eleitorais. O resto é pólvora seca da oposição de direita inconformada e alimentada pelo ódio por ser oposição. Nardes sai da posição de ministro desassombrado do TCU a ministro tagarela e fanfarrão. É isso aí.
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