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11/12/2015
Frente contra o golpe e defesa da legalidade tem de defender Dilma e a democracia
Palavra Livre - 11/12/2015
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Por Davis Sena Filho
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Discordo
plenamente e amplamente de Breno Altman, jornalista que tem todo meu
respeito e consideração. Contudo, quando o articulista afirma que o
movimento contra o golpe não poderia ser somente em defesa do Governo
Dilma, Altman incorre em um erro de cálculo grave, porque a presidente
petista foi reeleita legalmente, seu governo é o governo que mais
combateu a corrupção, bem como se a mandatária atualmente está em baixa
nas pesquisas de opinião, não seria por causa disso que ela seria
merecedora de ser derrubada do poder.
Evidentemente
que Breno Altman não fez as assertivas do fim deste primeiro parágrafo.
Porém, já me adianto, porque as pessoas não podem se deixar levar pelo
fato, por exemplo, de uma mandatária ser impopular ou que o
"oficialismo" seja, em um primeiro momento, não prioritário, quando ele o
é. E por quê? Porque Dilma é a presidente oficial do Brasil. Simples
assim.
Remediar
o "Fica Dilma", em prol de apenas ficar atento à preservação da
legalidade democrática, seria por demais perigoso — uma temeridade.
Seria, com efeito, uma imperdoável omissão e negligência das forças que
combatem o golpe demotucano à moda paraguaia desde o primeiro dia após o
resultado das eleições de outubro de 2014. Até hoje a direita não
desceu do palanque. Surreal.
Na
verdade, são duas as questões que devem ser observadas. A primeira é
que o Governo Dilma tem de ser defendido pelas forças progressistas e
legalistas. A segunda, e eu concordo com o Altman, é que os movimentos
que apoiam a presidente, porque é a política do PT que poderá sofrer um
golpe por parte da direita deste País, defendam, além do Governo Dilma
(Fica Dilma), também a legalidade democrática.
Fora
disso, considero uma estratégia de defesa meia boca, porque as duas
coisas devem ser observadas e, consequentemente, defendidas. Os dois
assuntos não se separam, pois são inerentes e ligados umbilicalmente.
Além disso, se alguém acha o governo indefensável, o problema é do tal
"alguém", até porque tivemos presidentes da República eleitos, políticos
como Jânio Quadros, Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso, que
deixaram o poder com baixíssima popularidade, cujos governos foram
acusados de todos tipos de falcatruas e corrupções e nem por isso foram
alvos de um golpe.
Dois
renunciaram, em circunstâncias históricas muito diferentes e mais
graves que as de Dilma; e FHC, além de desmantelar o Estado brasileiro,
pois realizou a segunda maior privatização da história do planeta,
entregou o País a Lula com 12,5% de inflação, com suas reservas
internacionais na rapa do tacho, bem como foi ao FMI três vezes, porque
quebrou o Brasil três vezes, ao tempo que foi acusado de ter comprado a
reeleição, que não constava na Constituição Federal.
Quero
lembrar ainda aos que não se lembram, que Dilma Rousseff, em seu
primeiro mandato, obteve índices de aprovação e popularidade que certa
vez ultrapassaram os do ex-presidente Lula, que alcançaram os 80%. Por
sua vez, e convenhamos, todos nós, inclusive o Breno Altman, sabemos que
a campanha negativa, que visa desqualificar o Governo Trabalhista,
desconstruir as imagens, tanto a de Dilma quanto a de Lula, é talvez uma
das mais ferozes e violentas da história do Brasil. Talvez mais do que
as campanhas golpistas e antinacionalistas contra os presidentes
trabalhistas, Getúlio Vargas e João Goulart.
As
forças legalistas deste País, que não aceitam, de forma alguma, que
ocorram golpes contra uma mandatária que não cometeu crimes de
responsabilidade, tem que, na minha opinião e na de muitos brasileiros,
de preservar a integridade de um Governo eleito pela via democrática e
constitucional, bem como, conforme o Altman, defender a legalidade
democrática, a estabilidade institucional e fazer valer as leis que
estão em vigor no Brasil.
A
verdade é que defender um governo em que a presidente se tornou alvo da
direita golpista é a mesma coisa que defender a legalidade democrática.
O "Fica Dilma!" significa dizer "Não ao golpe!" E se é não ao golpe,
evidentemente, que está a se preservar uma presidente que conquistou o
poder por intermédio do jogo democrático, da soberania do povo, que
depositou a maioria dos votos à candidata do PT, Dilma Rousseff.
O
"Fica Dilma" não é um bordão estreito. Como também não o é a luta pela
obediência às regras e às normas de um País democrático como o Brasil. O
Estado de Direito, a permanência de Dilma Rousseff no poder e a
estabilidade democrática são irmãos siameses. Todos são importantes e
devem ser protegidos pelas forças progressistas, legalistas e
democráticas. Os que destoam são os golpistas de direita. Não ao golpe! É
isso aí.
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