sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Contraponto 18.407 - "Frente contra o golpe e defesa da legalidade tem de defender Dilma e a democracia"

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11/12/2015 

 


 Palavra Livre  - 11/12/2015
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Por Davis Sena Filho 
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Discordo plenamente e amplamente de Breno Altman, jornalista que tem todo meu respeito e consideração. Contudo, quando o articulista afirma que o movimento contra o golpe não poderia ser somente em defesa do Governo Dilma, Altman incorre em um erro de cálculo grave, porque a presidente petista foi reeleita legalmente, seu governo é o governo que mais combateu a corrupção, bem como se a mandatária atualmente está em baixa nas pesquisas de opinião, não seria por causa disso que ela seria merecedora de ser derrubada do poder.



Evidentemente que Breno Altman não fez as assertivas do fim deste primeiro parágrafo. Porém, já me adianto, porque as pessoas não podem se deixar levar pelo fato, por exemplo, de uma mandatária ser impopular ou que o "oficialismo" seja, em um primeiro momento, não prioritário, quando ele o é. E por quê? Porque Dilma é a presidente oficial do Brasil. Simples assim.



Remediar o "Fica Dilma", em prol de apenas ficar atento à preservação da legalidade democrática, seria por demais perigoso — uma temeridade. Seria, com efeito, uma imperdoável omissão e negligência das forças que combatem o golpe demotucano à moda paraguaia desde o primeiro dia após o resultado das eleições de outubro de 2014. Até hoje a direita não desceu do palanque. Surreal.



Na verdade, são duas as questões que devem ser observadas. A primeira é que o Governo Dilma tem de ser defendido pelas forças progressistas e legalistas. A segunda, e eu concordo com o Altman, é que os movimentos que apoiam a presidente, porque é a política do PT que poderá sofrer um golpe por parte da direita deste País, defendam, além do Governo Dilma (Fica Dilma), também a legalidade democrática.



Fora disso, considero uma estratégia de defesa meia boca, porque as duas coisas devem ser observadas e, consequentemente, defendidas. Os dois assuntos não se separam, pois são inerentes e ligados umbilicalmente. Além disso, se alguém acha o governo indefensável, o problema é do tal "alguém", até porque tivemos presidentes da República eleitos, políticos como Jânio Quadros, Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso, que deixaram o poder com baixíssima popularidade, cujos governos foram acusados de todos tipos de falcatruas e corrupções e nem por isso foram alvos de um golpe.



Dois renunciaram, em circunstâncias históricas muito diferentes e mais graves que as de Dilma; e FHC, além de desmantelar o Estado brasileiro, pois realizou a segunda maior privatização da história do planeta, entregou o País a Lula com 12,5% de inflação, com suas reservas internacionais na rapa do tacho, bem como foi ao FMI três vezes, porque quebrou o Brasil três vezes, ao tempo que foi acusado de ter comprado a reeleição, que não constava na Constituição Federal.



Quero lembrar ainda aos que não se lembram, que Dilma Rousseff, em seu primeiro mandato, obteve índices de aprovação e popularidade que certa vez ultrapassaram os do ex-presidente Lula, que alcançaram os 80%. Por sua vez, e convenhamos, todos nós, inclusive o Breno Altman, sabemos que a campanha negativa, que visa desqualificar o Governo Trabalhista, desconstruir as imagens, tanto a de Dilma quanto a de Lula, é talvez uma das mais ferozes e violentas da história do Brasil. Talvez mais do que as campanhas golpistas e antinacionalistas contra os presidentes trabalhistas, Getúlio Vargas e João Goulart.



As forças legalistas deste País, que não aceitam, de forma alguma, que ocorram golpes contra uma mandatária que não cometeu crimes de responsabilidade, tem que, na minha opinião e na de muitos brasileiros, de preservar a integridade de um Governo eleito pela via democrática e constitucional, bem como, conforme o Altman, defender a legalidade democrática, a estabilidade institucional e fazer valer as leis que estão em vigor no Brasil.



A verdade é que defender um governo em que a presidente se tornou alvo da direita golpista é a mesma coisa que defender a legalidade democrática. O "Fica Dilma!" significa dizer "Não ao golpe!" E se é não ao golpe, evidentemente, que está a se preservar uma presidente que conquistou o poder por intermédio do jogo democrático, da soberania do povo, que depositou a maioria dos votos à candidata do PT, Dilma Rousseff.



O "Fica Dilma" não é um bordão estreito. Como também não o é a luta pela obediência às regras e às normas de um País democrático como o Brasil. O Estado de Direito, a permanência de Dilma Rousseff no poder e a estabilidade democrática são irmãos siameses. Todos são importantes e devem ser protegidos pelas forças progressistas, legalistas e democráticas. Os que destoam são os golpistas de direita. Não ao golpe! É isso aí.
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