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05/12/2015
Futuro ou mais do mesmo?
O que seria do Brasil do golpe?
Em sua coluna, hoje, na Folha, em rápidas pinceladas, André Singer, especula sobre o que têm a oferecer os que se candidatam a assumir a presidência para a qual Dilma Rousseff foi eleita.
É, em resumo, nada.
Ou melhor, a continuidade do que eles próprios dizem ser o desastre.
“Existe, é verdade, em parte da
opinião pública, a crença de que este governo carece de condição para
seguir e deve ser interrompido, mesmo que para isso seja necessário
forçar a mão das leis. Trata-se de um golpismo branco, autojustificado
pela expressão moral do “assim não dá mais”. Ocorre que, em política, a
frase é incabível, pois à política compete sempre indicar caminhos
alternativos e não a impossibilidade moral de continuar.
Qual o projeto nacional do senador
Aécio Neves, presidente do PSDB, que na quarta (2) saudou a decisão de
Cunha? O que ele faria diferente de cortar e cortar gastos, esperando
que ao fim do austericídio comece a haver uma recuperação, como agora
parece ser o caso, por exemplo, na Espanha? A impopularidade da gestão
Aécio seria similar à atual.
Que perspectiva oferece o
vice-presidente Michel Temer que, na hora simbólica do pronunciamento
presidencial, evitou postar-se ao lado da companheira de chapa? Até FHC
considerou a “ponte para o futuro”, carta-programa firmada por Temer
como garantia aos mercados, liberal demais. Se chegar a acontecer, o
mandato do PMDB terminará em isolamento semelhante ao que acomete hoje o
Planalto.”
“Operando no fio da navalha, o PT
procura, com enormes dificuldades, reencontrar o prumo. A decisão de
apoiar a cassação de Cunha, que precipitou a explosão do deputado
carioca, bem como a recusa em defender o senador Delcídio do Amaral
(PT-MS), mostra alguma vida no interior da legenda. Resta ver se haverá
força para mudar também a política econômica. Nesse caso, a batalha que
se aproxima ganharia algum sentido positivo”.
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