10/10/2016
1964 x 2016: eram os IPM, agora os “IPF”
Por Fernando Brito
Os mais velhos, como eu, se lembram como era na ditadura.
Aos que o regime considerava seus inimigos, abria-se um IPM, Inquérito Policial Militar.
Abriram-se centenas, milhares, praticamente contra toda a esquerda, fosse trabalhista ou marxista.
E não só, também contra liberais progressistas, como JK.
E até contra alguns dos golpistas, como Carlos Lacerda.
Agora, o IPM é o IPF, “Inquérito da Polícia Federal”.
Todos eles caminhos para chegar a Lula, contra quem já se abriram 4 ou 5.
Seve qualquer coisa, apartamento, sítio, pedalinho, guarda de caixotes e, agora, as palestrares remuneradas, feitas muito tempo depois de ele ter deixado o governo.
Mas foi propina, da “propinocracia” do Dr. Dallagnol.
Será que foram propinas as que fez para a Globo e para a Microsoft?
Será que não propinas as que fazem e fizeram FHC e Bill Clinton?
Certamente não são as palestras pelas quais se cobra ingresso do Dr. Moro.
As coisas são assim quando se entra numa ditadura.
Na de 64 também o Congresso e o Judiciário funcionavam.
Alguém, em sã consciência, pode acreditar numa posição de isenção de policiais, procuradores e juízes em relação a Lula?
Agem como uma matilha, que ataca de todos os lados, para sangrar, sangra, sangrar o “inimigo” imenso, até que ele não tenha mais forças para defender-se.
Cada vez mais junto-me aos que não têm ilusões sobre o comportamento da Justiça.
Assistimos a um linchamento com formalidade. Cada vez menos formalidades.
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