12/10/2016
O balcão de negócios da PEC da Morte
Blog do Miro - 12/10/2016
Por Altamiro Borges
O usurpador Michel Temer jogou pesado para aprovar a PEC da Morte – a
proposta de emenda constitucional que congela por 20 anos os gastos
públicos em saúde, educação e em outras áreas essenciais para a
população mais sofrida do Brasil. Afinal, ele já vinha sendo cobrado
pela elite empresarial – principalmente pelos abutres financeiros – que
financiou o “golpe dos corruptos” e garantiu o seu assalto ao Palácio do
Planalto. Ela exigia pressa nas “medidas impopulares” e até sinalizava
que poderia trair o Judas mais cedo do que muitos imaginavam. Temendo a
traição, o ilegítimo fez de tudo: do banquete macabro com os deputados
na véspera da votação aos anúncios milionários na mídia chapa-branca.
Mas a vitória na votação de segunda-feira (10), na qual 366 deputados-carrascos aprovaram a PEC-241, não se deveu apenas ao convencimento no campo das ideias. Aos poucos, a imprensa venal vai revelando que o Palácio do Planalto se transformou em um autêntico balcão de negócios para “convencer” os nobres e éticos parlamentares. Uma notinha na Folha informa que em troca do apoio à PEC, os deputados cobraram cargos e benesses. “Com o esforço do governo em conseguir um placar folgado na votação da proposta de teto dos gastos públicos, integrantes da base aliada na Câmara dos Deputados aproveitaram a ofensiva do Palácio do Planalto para negociar a indicação de cargos em empresas estatais”.
“Segundo um assessor presidencial, ao longo do dia, deputados que estavam fechados desde o domingo pelo apoio à iniciativa pressionavam o Palácio do Planalto nesta segunda-feira (10) a atender seus pedidos aproveitando a votação considerada vital para o sucesso do governo Temer. Os pedidos, de acordo com auxiliares presidenciais, já eram esperados. ‘Nada que seja surpreendente. Sempre há um deputado federal, inclusive favorável à austeridade fiscal, que aproveita para fazer negociações de seu interesse’, avaliou um aliado do peemedebista. Para garantir a aprovação da proposta, o presidente montou uma força-tarefa ministerial, que incluiu a criação de um gabinete de inteligência para identificar traições na base aliada e a exoneração temporária de auxiliares diretos que detêm mandato de deputado federal”.
Cargos nas estatais e ameaças aos “traidores”
Ainda segundo a reportagem, assinada pelos insuspeitos Valdo Cruz e Gustavo Uribe, o próprio Michel Temer “atendeu pelos menos quatro deputados federais que se mostraram indecisos sobre a iniciativa. Caso houvesse a necessidade uma abordagem mais direta, o presidente deixou a agenda de compromissos livre, assim como os ministros Eliseu Padilha e Geddel Vieira. Para evitar o esvaziamento do plenário, o Palácio do Planalto mandou cancelar todas as audiências marcadas com deputados federais em ministérios e estatais, como o Banco do Brasil e a Caixa. Além disso, montou um sistema online com atualizações sobre o número de congressistas que registram presença na sessão parlamentar”.
Já o Estadão informa que o balcão de negócios foi acompanhado de ameaças, de um verdadeiro terrorismo. O jornal revela que os “dissidentes”, os que não se submeteram às promessas de cargos e benesses ou às ameaças, deverão ser punidos. “O maior foco de irritação é com o PSB, que controla o Ministério de Minas e Energia e deu 10 votos contra a proposta do teto. A maioria deles veio de Pernambuco, estado governado pelo partido e base política do ministro Fernando Bezerra Coelho Filho”. O capanga Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil, já mandou avisar que “os traidores” serão exemplarmente punidos. “Quem votou contra a PEC não deve participar do governo”.
Mídia chapa-branca será recompensada
Nestes dias de tensão antes da aprovação da PEC da Morte, o Judas Michel Temer e seus jagunços tiveram um aliado fiel, sem qualquer risco de “traições”. A mídia rentista, por razões político-ideológicas e por motivos meramente mercenários, não vacilou um segundo na defesa do corte dos gastos públicos na saúde e educação e na garantia do dinheiro em caixa para pagar os banqueiros. Em editoriais e generosas reportagens, os jornalões, as revistonas e as emissoras de rádio e televisão bombardearam os “midiotas” com farta munição para justificar a “austeridade fiscal”. Nesta terça-feira (11), passada a refrega, a mídia chapa-branca esbanjou euforia com a “vitória folgada” da PEC da Morte.
No jornal O Globo, da bilionária famiglia Marinho, a ex-urubóloga Miriam Leitão soltou rojões: “A PEC do teto de gastos não resolve o problema, mas sem ela a situação se agravaria muito... A vitória por 366 votos foi significativa, mas é só o primeiro passo”. Já o Estadão elogiou a “firmeza” de Michel Temer e garantiu que a votação criou “as condições políticas para tornar possível o urgente ajuste das contas públicas e a consequente retomada do crescimento econômico”. No mesmo rumo, a Folha aplaudiu a aprovação da PEC da Morte. Diante de tamanho servilismo, talvez nos próximos dias a Secretaria de Comunicação (Secom) do covil golpista até eleve ainda mais as verbas publicitárias para a mídia chapa-branca!
Mas a vitória na votação de segunda-feira (10), na qual 366 deputados-carrascos aprovaram a PEC-241, não se deveu apenas ao convencimento no campo das ideias. Aos poucos, a imprensa venal vai revelando que o Palácio do Planalto se transformou em um autêntico balcão de negócios para “convencer” os nobres e éticos parlamentares. Uma notinha na Folha informa que em troca do apoio à PEC, os deputados cobraram cargos e benesses. “Com o esforço do governo em conseguir um placar folgado na votação da proposta de teto dos gastos públicos, integrantes da base aliada na Câmara dos Deputados aproveitaram a ofensiva do Palácio do Planalto para negociar a indicação de cargos em empresas estatais”.
“Segundo um assessor presidencial, ao longo do dia, deputados que estavam fechados desde o domingo pelo apoio à iniciativa pressionavam o Palácio do Planalto nesta segunda-feira (10) a atender seus pedidos aproveitando a votação considerada vital para o sucesso do governo Temer. Os pedidos, de acordo com auxiliares presidenciais, já eram esperados. ‘Nada que seja surpreendente. Sempre há um deputado federal, inclusive favorável à austeridade fiscal, que aproveita para fazer negociações de seu interesse’, avaliou um aliado do peemedebista. Para garantir a aprovação da proposta, o presidente montou uma força-tarefa ministerial, que incluiu a criação de um gabinete de inteligência para identificar traições na base aliada e a exoneração temporária de auxiliares diretos que detêm mandato de deputado federal”.
Cargos nas estatais e ameaças aos “traidores”
Ainda segundo a reportagem, assinada pelos insuspeitos Valdo Cruz e Gustavo Uribe, o próprio Michel Temer “atendeu pelos menos quatro deputados federais que se mostraram indecisos sobre a iniciativa. Caso houvesse a necessidade uma abordagem mais direta, o presidente deixou a agenda de compromissos livre, assim como os ministros Eliseu Padilha e Geddel Vieira. Para evitar o esvaziamento do plenário, o Palácio do Planalto mandou cancelar todas as audiências marcadas com deputados federais em ministérios e estatais, como o Banco do Brasil e a Caixa. Além disso, montou um sistema online com atualizações sobre o número de congressistas que registram presença na sessão parlamentar”.
Já o Estadão informa que o balcão de negócios foi acompanhado de ameaças, de um verdadeiro terrorismo. O jornal revela que os “dissidentes”, os que não se submeteram às promessas de cargos e benesses ou às ameaças, deverão ser punidos. “O maior foco de irritação é com o PSB, que controla o Ministério de Minas e Energia e deu 10 votos contra a proposta do teto. A maioria deles veio de Pernambuco, estado governado pelo partido e base política do ministro Fernando Bezerra Coelho Filho”. O capanga Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil, já mandou avisar que “os traidores” serão exemplarmente punidos. “Quem votou contra a PEC não deve participar do governo”.
Mídia chapa-branca será recompensada
Nestes dias de tensão antes da aprovação da PEC da Morte, o Judas Michel Temer e seus jagunços tiveram um aliado fiel, sem qualquer risco de “traições”. A mídia rentista, por razões político-ideológicas e por motivos meramente mercenários, não vacilou um segundo na defesa do corte dos gastos públicos na saúde e educação e na garantia do dinheiro em caixa para pagar os banqueiros. Em editoriais e generosas reportagens, os jornalões, as revistonas e as emissoras de rádio e televisão bombardearam os “midiotas” com farta munição para justificar a “austeridade fiscal”. Nesta terça-feira (11), passada a refrega, a mídia chapa-branca esbanjou euforia com a “vitória folgada” da PEC da Morte.
No jornal O Globo, da bilionária famiglia Marinho, a ex-urubóloga Miriam Leitão soltou rojões: “A PEC do teto de gastos não resolve o problema, mas sem ela a situação se agravaria muito... A vitória por 366 votos foi significativa, mas é só o primeiro passo”. Já o Estadão elogiou a “firmeza” de Michel Temer e garantiu que a votação criou “as condições políticas para tornar possível o urgente ajuste das contas públicas e a consequente retomada do crescimento econômico”. No mesmo rumo, a Folha aplaudiu a aprovação da PEC da Morte. Diante de tamanho servilismo, talvez nos próximos dias a Secretaria de Comunicação (Secom) do covil golpista até eleve ainda mais as verbas publicitárias para a mídia chapa-branca!
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