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07/11/2016
Na mídia brasileira, o que o Papa diz vai para as catacumbas
“Quem governa então? O dinheiro. Como
governa? Com o chicote do medo, da desigualdade, da violência
econômica, social, cultural e militar que gera sempre mais violência em
uma espiral descendente que parece não acabar nunca. Quanta dor, quanto
medo!”
“Como a política não é uma questão
dos “políticos”, a corrupção não é um vício exclusivo da política.
Existe corrupção na política, existe corrupção nas empresas, existe
corrupção nos meios de comunicação, existe corrupção nas Igrejas e
existe corrupção também nas organizações sociais e nos movimentos
populares. É justo dizer que existe uma corrupção radicada em alguns
âmbitos da vida econômica, em particular na atividade financeira, e que é
menos notícia do que a corrupção diretamente e ligada ao âmbito
político e social.”
“Sabemos que “enquanto não se
resolverem radicalmente os problemas dos pobres, renunciando à autonomia
absoluta dos mercados e da especulação financeira e atacando as causas
estruturais da iniquidade, não se resolverão os problemas do mundo e
definitivamente, nenhum problema. A iniquidade é a raiz dos males
sociais”
Você não leu estas frases nos grandes jornais, apensar de terem sido ditas pelo Papa Francisco, no sábado, no encerramento do III Encontro Mundial dos Movimentos Populares, no Vaticano. Uma única exceção, ao que eu saiba, foi o portal UOL, que reproduziu matéria da agência italiana Ansa.
É que o discurso que valoriza o ser humano ante o “mercado” foi relegado pela mídia brasileira, às catacumbas.
O cumprimento frasterno e a boa risada que troca com o líder do Movimento dos Sem Terra, João Pedro Stédile (que você vê aqui, no vídeo integral da cerimônia) nem sei para onde mandariam.
Graças ao blog do Marcelo Auler – aquele que a delegada Érika Mialik pede que seja censurado, considerando-o “um esquerdista devoto” – a gente, felizmente, pode ler uma seleção das palavras do papa, que os jornais brasileiros não se preocuparam em publicar.
Papa preocupado com o popular, para eles, não é pop.
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