13/01/2017
Propinas de Cunha-Geddel fragilizam base de Temer na Câmara
POR FERNANDO BRITO
Embora não tenham, provavelmente, deixado de embolsar uma boa parte das propinas que se apontam nas negociações de empréstimos na Caixa, quando o primeiro era Vice-Presidente de Pessoas Jurídicas, é claro como água que Geddel Vieira Lima e Eduardo Cunha usavam a “bufunfa” para construir uma rede de apoios parlamentares regada a dinheiro.
Não é por outra razão que Cunha se tornou presidente da Câmara e que Geddel foi logo alçado por Temer como seu articulador no parlamento.
Como também é evidente, desde a delação de Cláudio Mello Filho, vice-presidente da Odebrecht, que o “núcleo do PMDB na Câmara” era operado por Michel Temer através de seus três porquinhos: Moreira Franco, Eliseu Padilha e Geddel Vieira Lima.
Não é à toa que, segunda O Globo, antes de ser preso, Cunha ligou para Geddel, em tom dramático: “Geddel, eu vou ser preso! Vocês precisam fazer alguma coisa!”.
A esta altura, a turma que fez estes negócios está pensando apenas em alguém que lhes salve a pele e observa que Michel Temer só se interessa em salvar a sua própria.
E não reconhece em Rodrigo Maia alguém que possa colocar a Presidência da Câmara em condições de “estancar esta sangria”.
Só se recomenda, em nome do bom-senso, que na improvável hipótese de Geddel Vieira Lima vier a ser preso, não se o coloque na mesma ala de Eduardo Cunha no presídio.
Porque será pior do que a guerra de facções dos presídios brasileiros.
Será a criação de um “Comando Marrom”, capaz de colocar sob seu poder as instituições brasileiras, pelo quanto que sabem dos podres da República.
Não é de descartar um telefonema em tom bem parecido àquele de Cunha: “Michel eu vou ser preso, você precisa fazer alguma coisa”.
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