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10/06/2013
Bons ventos
Arquivo / ABr
Aos indicadores positivos da indústria somou-se o Plano Agrícola e Pecuário, que terá 136 bilhões
de reais para financiar inclusive a infraestrutura
por Delfim Netto
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publicado
10/06/2013 08:19,
última modificação
10/06/2013 09:07
O IBGE divulgou esta semana um conjunto de
informações sobre o comportamento da produção industrial brasileira no
primeiro quadrimestre com dados que indicam uma expansão em 17 dos 27
setores habitualmente pesquisados. O índice acumulado nesses quatro
meses de 2013 revelou um crescimento de 1,6%, em relação ao período
similar de 2012.
O destaque fica para o crescimento de 1,8% da atividade
industrial no mês de abril (em relação a março), com um perfil
generalizado de expansão em todas as categorias dos ramos observados. Na
série sem ajuste sazonal, a indústria cresceu 8,4% em abril de 2013, em
confronto com o mês de 2012.
A esses indicadores positivos, que prometem uma retomada firme da
atividade industrial, somou-se o lançamento do Plano Agrícola e
Pecuário, para dar suporte à produção do campo com um aumento importante
de recursos para a etapa 2013-2014. São 136 bilhões de reais, um
crescimento de 18% em relação ao ano passado.
É o segundo plano de safra do atual governo. A presidenta Dilma
Rousseff fez questão de dar solenidade ao lançamento para reafirmar a
garantia de que o setor agropecuário continuará a receber apoio
financeiro com recursos ampliados para investimento, comercialização e
custeio. Pelos resultados da safra agrícola deste ano e da expansão de
praticamente todos os ramos da produção animal, os incentivos de crédito
e o suporte governamental funcionaram. E há motivos para confiar que
continuem a ajudar o setor que mais contribuiu para o desenvolvimento.
No
período de expansão econômica modesta dos últimos dois anos,
especialmente do setor industrial, a produção da agricultura e da
pecuária brasileira manteve-se em alta: o PIB agropecuário cresceu
excepcionais 17%, na comparação do primeiro trimestre deste ano com o
homólogo do ano passado, conforme ressaltou a presidenta ao discursar na
solenidade da segunda-feira 3 no Palácio do Planalto. Em relação ao
último trimestre de 2012, continuou com crescimento de 5,7%.
Dilma Rousseff chamou atenção para duas áreas de atividades que merecerão tratamento preferencial na execução do programa:
1.
A armazenagem de grãos, com a dotação de recursos da ordem de 25
bilhões de reais para financiar as empresas privadas e os produtores
dispostos a construir silos e armazéns por conta própria ou em Parcerias
Público-Privadas, nos próximos cinco anos, dos quais 5 bilhões já
disponíveis durante a atual safra.
A deficiência de espaços adequados para estocar grãos de oferta
pública, sobretudo nas propriedades agrícolas, tornou-se um dos
problemas mais dramáticos para o escoamento das safras, o que aumentou
os custos logísticos e impôs altos prejuízos aos agentes de toda a
cadeia produtiva, e, finalmente, aos consumidores.
Acresce o fato de o
financiamento da estocagem tornar-se impraticável diante do nível dos
juros de mercado entre nós. A presidenta frisou, na ocasião, que o plano
de armazenagem é um compromisso assumido em 2012. “Garantir os estoques
é crucial para o nosso País. O governo tem todas as condições de
oferecer crédito para a realização dos projetos de armazenagem a juros
de 3,5% ao ano e prazos de 15 anos para pagar”, afirmou.
2. O
outro fato importante foi a descoberta da Extensão Rural, na verdade, a
“recriação” de uma atividade que nunca deveria ter sido abandonada pelos
sucessivos governos, União e estados, com algumas exceções. O
Ministério da Agricultura anunciou a inclusão, no Plano Agrícola, de um
serviço nacional para prover assistência técnica e extensão rural que
atuará nos moldes da Embrapa e que, segundo a presidenta Dilma,
juntamente com ela será responsável por “transformar o Brasil em um dos
países de economia mais competitiva e no maior produtor de alimentos do
mundo”.
É cedo para festejar, mas não há dúvida de que se trata
de iniciativa de grande alcance que, se for implementada com
inteligência, poderá realizar o trabalho das antigas Emater estaduais,
ajudando a colocar o conhecimento das modernas práticas agrícolas ao
alcance dos produtores rurais, especialmente os pequenos e médios. É
fato que são eles os responsáveis pela produção de uma boa parte dos
alimentos que o povo brasileiro consome.
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