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06/07/2013
Veloz, confortável, bonito — e feito, oficialmente, para cumprir missões muito diferentes de levar políticos para passear.
Do Diário do Centro do Mundo - 6/7/2013
Você, que viaja de classe econômica cada vez mais na
vertical, cada vez mais apertado, cada vez mais triste, iria adorar o
jato em que costumam pegar “carona” alguns dos políticos do Brasil. Há
dias, surgiram as notícias de que Renan Calheiros, presidente do Senado,
e Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara dos Deputados,
embarcaram num avião da FAB com destino a um casório e um jogo de
futebol, respectivamente. Alves disse que vai reembolsar o erário. Renan
se recusou a considerar essa hipótese.
O jato C-99, que serve à dupla, é moderno, confortável,
veloz, relativamente econômico. Foi fabricado pela Embraer. A FAB tem
oito deles operando.
Custa 23,5 milhões de dólares. Tem capacidade para 50
pessoas, dependendo da configuração interna. Não há serviço de bordo (a
não ser em ocasiões especiais, como quando um deputado foi acusado de
levar duas garotas de programa à guisa de aeromoças).
Chega a alcançar 833 quilômetros por hora. Os motores são duas turbinas Rolls Royce. O número de tripulantes é cinco.
De acordo com o site da Força Aérea Brasileira, ele realiza
“transporte VIP e missões para o CAI (Correio Aéreo Internacional). Seu
objetivo primário é o transporte entre o Brasil e as principais
capitais da América do Sul, além de atender as necessidades das
embaixadas”.
A descrição prossegue: “Existe também o interesse
político-econômico em demonstrar a capacidade da indústria aeronáutica
brasileira no exterior”.
Seja lá o que quer dizer esse “VIP”, numa entrevista para
um site especializado em aviação o tenente coronel Ricardo Braga disse o
seguinte: “Os destinos hoje mais voados são Brasília, Manaus, Porto
Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo, porém são apenas algumas
para citar aqui, por que o esquadrão é muito versátil e nós cumprimos
qualquer missão que nós é passada.”
Num relatório, o C-99 é relacionado a missões como o
Projeto Rondon, deslocamento de tropas, transporte de adidos
estrangeiros, transporte de chefes de estado, além de ser a aeronave de
reserva da presidência da república.
Renan e Alves não apenas deram seu rolê habitual. Eles
fizeram isso porque a FAB virou a companhia aérea de gente como eles.
Quem precisa de Gol, Tam ou Passaredo se tem a Força Aérea Brasileira à
disposição para passear?
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