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29/09/2013
Jânio reforça denúncia de Celso de Mello
Do Tijolaço - 29 de setembro de 2013 | 17:03
por Miguel do Rosário
A mídia reagiu à denúncia de Celso de Mello, de que houve pressão indevida dos meios de comunicação para que ele rejeitasse a admissibilidade dos embargos infringentes, saindo pela tangente. Veja e Folha, por exemplo, se refugiram na “liberdade de expressão”. O Globo se calou.
Só que não.
Jornais tem liberdade para defender qualquer ideia, mas tem que ouvir críticas também. E a crítica de Celso de Mello foi pertinente. Houve publicidade opressiva sobre o STF, no caso da Ação Penal 470. A sociedade precisa discutir isso, porque se o STF se curvar aos poderes políticos por trás da mídia, então estaremos manietando a própria democracia
O caso adquire contornos escandalosos após o depoimento de vários juristas importantes, inclusive o antipetista radical Ives Gandra, segundo o qual José Dirceu foi condenado sem provas.
Vai ficar por isso mesmo? O STF será convertido numa extensão do tribunal da mídia?
Sempre é bom lembrar que todo o barulho em torno da decisão de Celso de Mello aconteceu porque foi a primeira vez, durante todo o processo da Ação Penal 470, que um juiz se negou a obedecer aos barões da imprensa. Mas foi uma exceção. O julgamento foi todo conduzido, como descreveu um dos ministros, sob pressão brutal dos meios de comunicação.
PRESSÕES E EXCEÇÕES
Por Janio de Freitas, na Folha.
(…) O jornalismo brasileiro atual volta a uma prática, em graus diferenciados segundo as numerosas publicações, que exigiu muito esforço em meados da minha geração profissional para reduzi-la até o limite do invencível. A opinião está deixando de restringir-se aos editoriais e aos comentaristas autorizados a opinar, sejam profissionais ou colaboradores.
A objetividade possível do noticiário, que, entre outros efeitos, trouxe aos meios de comunicação maior respeito ao leitor/ouvinte e maior fidelidade aos fatos, sofre crescente infiltração de meras opiniões. Muitos títulos são como editoriais sintetizados, parecem mesmo, por sua constância, contarem com o amparo ou indiferença das orientações de edição.
Nesse sentido, ainda se não houvesse comentários com cobranças, explícitas ou transversais, a Celso de Mello em seu voto decisivo, o fundo de mensagem imposto ao leitor/ouvinte, na quase totalidade dos meios de comunicação mais relevantes, de fato foi na linha da percepção do ministro. E ficou ainda mais perceptível com essa peculiaridade brasileira que são as cadeias multimídias, em que as mesmas pessoas dizem e escrevem as mesmas coisas várias vezes por dia, em jornal, em diversos horários de rádio, idem em televisão. Lembra o princípio da lavagem cerebral. (…)
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A mídia reagiu à denúncia de Celso de Mello, de que houve pressão indevida dos meios de comunicação para que ele rejeitasse a admissibilidade dos embargos infringentes, saindo pela tangente. Veja e Folha, por exemplo, se refugiram na “liberdade de expressão”. O Globo se calou.
Só que não.
Jornais tem liberdade para defender qualquer ideia, mas tem que ouvir críticas também. E a crítica de Celso de Mello foi pertinente. Houve publicidade opressiva sobre o STF, no caso da Ação Penal 470. A sociedade precisa discutir isso, porque se o STF se curvar aos poderes políticos por trás da mídia, então estaremos manietando a própria democracia
O caso adquire contornos escandalosos após o depoimento de vários juristas importantes, inclusive o antipetista radical Ives Gandra, segundo o qual José Dirceu foi condenado sem provas.
Vai ficar por isso mesmo? O STF será convertido numa extensão do tribunal da mídia?
Sempre é bom lembrar que todo o barulho em torno da decisão de Celso de Mello aconteceu porque foi a primeira vez, durante todo o processo da Ação Penal 470, que um juiz se negou a obedecer aos barões da imprensa. Mas foi uma exceção. O julgamento foi todo conduzido, como descreveu um dos ministros, sob pressão brutal dos meios de comunicação.
PRESSÕES E EXCEÇÕES
Por Janio de Freitas, na Folha.
(…) O jornalismo brasileiro atual volta a uma prática, em graus diferenciados segundo as numerosas publicações, que exigiu muito esforço em meados da minha geração profissional para reduzi-la até o limite do invencível. A opinião está deixando de restringir-se aos editoriais e aos comentaristas autorizados a opinar, sejam profissionais ou colaboradores.
A objetividade possível do noticiário, que, entre outros efeitos, trouxe aos meios de comunicação maior respeito ao leitor/ouvinte e maior fidelidade aos fatos, sofre crescente infiltração de meras opiniões. Muitos títulos são como editoriais sintetizados, parecem mesmo, por sua constância, contarem com o amparo ou indiferença das orientações de edição.
Nesse sentido, ainda se não houvesse comentários com cobranças, explícitas ou transversais, a Celso de Mello em seu voto decisivo, o fundo de mensagem imposto ao leitor/ouvinte, na quase totalidade dos meios de comunicação mais relevantes, de fato foi na linha da percepção do ministro. E ficou ainda mais perceptível com essa peculiaridade brasileira que são as cadeias multimídias, em que as mesmas pessoas dizem e escrevem as mesmas coisas várias vezes por dia, em jornal, em diversos horários de rádio, idem em televisão. Lembra o princípio da lavagem cerebral. (…)
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