Por Renato Rovai
Se Aécio ganhasse em Minas Gerais dificilmente perderia a eleição presidencial. Antes do pleito, os tucanos previam de 60% a 65% dos votos para o neto de Tancredo no estado. Mas no fim ele perdeu pra Dilma tanto no primeiro quanto no segundo turno. E de quebra viu Fernando Pimentel levar o governo estadual.
Aécio é da geração filhinho de papai do tucanato. No caso dele, mais precisamente netinho do vovô. Já Beto Richa é filho do ex-governador José Richa, um dos fundadores do PSDB. São pessoas que herdaram a partir do nome a carreira política. Se tornaram representantes da família na vida pública. E de alguma forma representantes dos negócios da família e dos interesses de classe que ela passou a defender.
Aécio e Richa são já há algum tempo tratados no PSDB como os herdeiros. E entre os poucos méritos de José Serra na sua vida pública mais recente está o de ter lutado por anos a fio para impedir que essa geração tomasse conta do partido. Ao ser derrotado em 2010, Serra ainda tentou compor com Richa, mas Aécio já tinha feito um acordo com o paranaense.
A forma como o mineiro disputou a eleição no ano passado permitiu que o Brasil o conhecesse melhor. Ao mesmo tempo que obteve um ótimo resultado eleitoral, jogou boa parte da sua reputação e do verniz de low-profile no lixo. Aécio se mostrou um coronel à moda antiga. Xingou num único debate Dilma várias vezes de leviana, ameaçou veículos de internet de processo, estimulou o ódio na disputa e ao não sair vitorioso teve uma atitude bizarra de pedir recontagem de votos, desacreditando o processo eleitoral brasileiro. Não satisfeito agora posa de líder do impeachment mesmo preferindo ir à praia do que às manifestações.
Beto Richa se reelegeu e não precisou fazer palanque para mostrar sua verdadeira face. Foi num governo que ele prometia ser melhor do que o primeiro, que sua reputação foi à lona. Richa mostra como seria uma presidência de Aécio. Não haveria diálogo com o movimento social e todas as medidas que interessassem ao grupo político que o elegeu seriam implementadas na base do cassetete.
Se alguém ainda tinha alguma ilusão com essa nova geração do tucanato, Richa tem mostrado no limite da crueldade o que ela representa.
É importante que o PT não seja a única alternativa de poder com algum compromisso com os movimentos sociais, mas o PSDB deixou de sê-lo desde que Fernando Henrique decidiu enfiar goela abaixo do povo brasileiro as privatizações. E só piorou desde lá.
Beto Richa e Aécio Neves são ainda piores do que FHC, Serra e companhia. E olha que isso não é assim algo tão fácil de superar.
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