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11/05/2015
Yousseff é cúmplice do PSDB que a direita resolveu sacrificar para extinguir o PT
Yousseff é dos tucanos. Sempre o foi. Doleiro velho conhecido deles. E o PSDB, os jornalistas dos magnatas bilionários e seus togados vestidos de preto fingem que não sabem dessa históriaDAVIS SENA FILHO
"(...) O frisson do momento é a delação premiada de Alberto Youssef. Mas quem é Youssef? Um mergulho num passado não tão distante mostra que ele foi um dos doleiros usados pelo então operador do caixa do PSDB, Ricardo Sérgio, para "externalizar", num linguajar ao gosto da legenda, propinas da privatização selvagem dos anos 1990".
"Youssef é velho de guerra tanto em delitos como em delação premiada. Já fez uma em 2004, na época da CPI do Banestado, quando se comprometeu a nunca mais sair da linha. O tamanho de sua confiabilidade aparece em sua situação atual. Está preso de novo. Quem diz é o Ministério Público: "Mesmo tendo feito termo de colaboração com a Justiça (...), voltou a delinquir, indicando que transformou o crime em verdadeiro meio de vida". É num sujeito com tal reputação que oposicionistas apostam suas fichas (...)".
{Trecho do artigo "Vazamento premiado e o fator Yousseff", de Ricardo Melo, na Folha de S. Paulo.}
Todos os seres vivos e mortos deste pequeno planeta sabem e compreendem, até mesmo os coxinhas paneleiros analfabetos políticos, quanto mais as pessoas sensatas, e, por serem assim, são realistas e sábias, que a direita partidária, sob a liderança do PSDB, certos setores do MP, do Judiciário e principalmente a imprensa de negócios privados "rifaram" para o alto o doleiro Alberto Yousseff.
Porém, retiraram o colchão de ar que o impediria de se machucar na queda, bem como o traíram, porque, seguramente, tal cidadão é cúmplice e foi o arrecadador de dinheiro para as campanhas eleitorais passadas dos tucanos.
Entretanto, dentre os muitos operadores das campanhas do PSDB, duas pessoas se destacaram para arrecadar valores monetários: Alberto Yousseff e Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, operador notório das campanhas do senador José Serra e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, responsável maior pela selvagem Privataria Tucana, que visou, sobretudo, desmantelar o Estado nacional e entregar, de bandeja, o patrimônio público brasileiro construído, no decorrer de décadas, por sucessivas gerações, que jamais se recusaram a pensar o Brasil para desenvolvê-lo e, por sua vez, conquistar sua independência.
Quem conhece e é íntimo do doleiro Yousseff são os políticos do PSDB e do DEM, apesar de que na política todo mundo sabe quem é quem, o que fez e o que deixou de fazer, mesmo quando se tenta esconder, porque nos altos escalões da República tudo se vaza, por mais que haja cuidado para que informações de Estado, segredos de Justiça e crimes cobertos por uma fina camada de verniz sejam escondidos da imprensa de mercado e manipulados quando se trata de informar o grande público — a sociedade.
Os tucanos e seus principais aliados, a "grande imprensa livre" — como gostam de enfatizar certos coxinhas paneleiros, que desconhecem os bastidores da imprensa empresarial e dos partidos políticos —, o MP e o Judiciário, perceberam, e há muito tempo, que é necessário imolar alguns aliados incômodos, como o Yousseff, do que ficar também no olho do furacão, como se encontra o PT, que desde que venceu as eleições de 2014, anda não pôde respirar e muito menos ter algum momento de tranquilidade para governar e colocar em prática seu programa de governo, tão diversificado e criterioso, que levou o Partido dos Trabalhadores a governar o Brasil pela quarta vez consecutiva.
Contudo, a esquerda brasileira, progressista e desenvolvimentista, que ousou, inclusive, efetivar uma diplomacia independente e não alinhada aos Estados Unidos, apesar de saber que a direita brasileira é uma das mais poderosas e perversas do mundo, jamais pensou que, após estar no poder há 12 anos, ficaria imprensada contra o muro no dia seguinte às eleições de outubro de 2014, sem ter tempo ao menos para administrar o País e mostrar ao povo brasileiro o que está a ser feito e realizado.
Apesar de reações tímidas e setoriais por parte dos parlamentares e governantes do PT, a avalanche empresarial e direitista, com o apoio financeiro e propagandístico do governo dos Estados Unidos, transforma o Brasil, o País latino-americano mais poderoso, em um alvo de uma propaganda política virulenta, somente similar ao que houve na Argentina e na Venezuela, quando o casal presidencial, Néstor e Cristina Kirchner, e a dupla bolivariana, Hugo Chávez e Nicolás Maduro, tornaram-se alvos de uma conspiração internacional, à frente as burguesias apátridas desses dois países, que até hoje sofrem com uma forte campanha negativa orquestrada pelas mídias conservadoras e pelos segmentos mais ricos da sociedade, que até hoje conspiram contra a democracia e a emancipação desses povos.
Alberto Yousseff foi escolhido pela direita brasileira para ir à forca. Todavia, ele tem boca, língua e um cérebro que grava suas memórias. Ele "entrega" o PT, em Curitiba, a capital brasileira onde a reação à vitória eleitoral de Dilma Rousseff é mais virulenta e que tem o apoio logístico e de pessoal do próprio Estado, que a presidenta Dilma Rousseff administra e comanda. Ou se esqueceram dos delegados federais aecistas, que fizeram campanha contra o PT e atacaram, desrespeitosamente, o ex-presidente Lula? Ou do juiz Sérgio Moro, com suas decisões de primeira instância, cujo principal propósito é fazer do PT um partido proscrito, porque implicar o caixa de campanha do PT e de seus principais dirigentes à operação Lava Jato viabiliza a criminalização do partido por meio da partidarização e da ideologização da PF e da Justiça Federal do Paraná.
Porém, era só o que faltava acontecer no Brasil. Depois da truculência, da seletividade e da partidarização de juízes de direita do STF, que se basearam na armadilha jurídica conhecida por "domínio do fato", para prender, sem prova de culpabilidade, lideranças petistas históricas e de grandeza nacional, a exemplo de José Genoíno e José Dirceu, agora querem extinguir o maior e mais importante partido brasileiro de todos os tempos, organicamente inserido na sociedade em quase todos seus matizes. Um partido que não revolucionou, mas modificou, profundamente, as relações sociais e econômicas até então impostas ao povo brasileiro, que se livrou da fome, da miséria absoluta e teve acesso, sem sombra de dúvida, ao mercado de consumo, à educação e ao emprego.
De repente, o MP e a Justiça do Paraná, onde atuam políticos de oposição, que agem de forma feroz, não se preocupam com a realidade dos fatos e nem observam os limites do jogo democrático, a exemplo de Álvaro Dias, Beto Richa e Fernando Francischini, resolvem "pisar na jaca" para influenciar a política nacional, porque estão a serviço, indubitavelmente, dos interesses do establishment e das candidaturas a presidente do PSDB. Um estado que politicamente nunca liderou a política nacional e que ora se faz presente por intermédio de caprichos de funcionários públicos togados, que resolveram fazer política partidária, porque optaram pelos interesses de uma direita que não se conforma de não ter mais o controle total do status quo.
Aos estúpidos que não enxergam a um palmo do nariz, vos direi: o que está em jogo neste momento é a criminalização e o indiciamento do PT e de seus principais dirigentes, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, que, coincidentemente, venceram quatro eleições. Ambos políticos socialistas e trabalhistas, que enfrentam uma frente conservadora tão violenta, que faz com que setores importantes da sociedade vislumbrem suas quedas como políticos e mandatários e comemorem uma possível extinção do PT. Fatos estes que não ocorrerão, porque, no Brasil, viceja o regime democrático, cujo alicerce é a Constituição e o Estado de Direito. Existem instâncias judiciais mais elevadas que a do senhor juiz Moro, realidade esta que, sem dúvida, inviabilizará os desejos atávicos de vingança e de ilegalidade constitucional da direita brasileira, legítima herdeira da escravidão.
Por isto, a atenção das mídias, dos magnatas bilionários de imprensa e de seus empregados de confiança a mais um depoimento do doleiro Alberto Yousseff, em Curitiba. A imprensa burguesa espera por delações que atinjam a presidenta Dilma Rousseff para se iniciar seu processo de impedimento, bem como desconstruir a imagem de Lula, pois este político pode ser candidato a presidente, em 2018, com muitas possibilidades de vitória.
Acontece que o juiz Sérgio Moro vai ter de comer muito feijão para poder extinguir o maior partido trabalhista e de esquerda do País, sem, entretanto, ser legalmente e duramente questionado. Dizem que decisão judicial não se discute. Por sua vez, decisão político-partidária se discute. Quando um juiz resolve ser um andarilho dessas veredas tortuosas, é sinal de que ele resolveu sair de sua confortável redoma judiciária para encarar as agruras e os obstáculos da política.
Mais do que Dilma, o alvo é Lula. Temos uma burguesia que insiste em tratá-lo como "peão" de fábrica e não como um ex-presidente reconhecido internacionalmente e que saiu do poder com 92% de aprovação. Arrogante, a Casa Grande se reporta ao político trabalhista como se ele, um dos maiores presidentes que governaram a República Federativa do Brasil, fosse medrar ou simplesmente baixar a cabeça. Ledo engano. Lula tem seus defeitos, mas, seguramente, a covardia não é um deles.
A verdade é que a direita que está a fazer o papel de juíza no Paraná está com muita dificuldade para provar o envolvimento dos mandatários petistas com corrupção e por isto está a rasgar a Constituição e o Código Penal.
É como se a direita, de forma uníssona, se transformasse no ex-governador do Pará e ex-ministro da ditadura militar, Jarbas Passarinho, que, de acordo com os historiadores, afirmou ao presidente, marechal Costa e Silva, quando da assinatura do Ato Institucional nº 5: "Às favas, senhor presidente, neste momento, todos os escrúpulos de consciência". E é exatamente assim que o PSDB e seus aliados da Justiça e do MP agem e se comportam. Às favas a legalidade constitucional e a estabilidade institucional. O que vale é derrubar o PT do poder mesmo com as eleições encerradas.
Às favas os mais de 54 milhões de votos concedidos à Dilma Rousseff pelo povo brasileiro. Às favas a autoridade dos tribunais superiores, a exemplo do STF e do STJ. Às favas as decisões do STF e da PGR contra o impeachment de Dilma e o indiciamento de Lula sobre supostos crimes que os mandatários trabalhistas cometeram. Às favas o direito de defesa de quem é acusado por um doleiro criminoso, que foi preso em 2004, fez deleções à Justiça e incorreu em novos crimes, até ser preso novamente, sendo que a intenção dos togados do Paraná é incriminar o PT, derrubar a presidenta Dilma e inviabilizar a candidatura de Lula, em 2018. Só não enxerga quem não quer. Ou enxerga, mas, hipócrita, aposta no golpe e na ilegalidade.
Yousseff é dos tucanos. Sempre o foi. Doleiro velho conhecido deles. E o PSDB, os jornalistas dos magnatas bilionários e seus togados vestidos de preto fingem que não sabem dessa história. Todos a dar uma de joão sem braço. Engessar o Governo popular de Dilma é de enorme necessidade política para a oposição. Por seu turno, mais do que engessá-lo é imperativo destruí-lo para depois fazer do PT um partido extinto em pleno regime democrático e de direito. O doleiro é cúmplice do PSDB, que a imprensa de mercado e a direita partidária resolveram sacrificar. Yousseff é cria do PSDB. É isso aí.
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