Palavra Livre - 06/10/2015
BENITO MUSSOLINI FEZ ESCOLA NO BRASIL. |
"O fascismo é o capitalismo em decomposição". (Vladimir Lenin)
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Por Davis Sena Filho
São
inúmeros e diferenciados os atores que, a partir de junho de 2013, quando
aconteceram as manifestações, e, principalmente, após a derrota eleitoral do
tucano Aécio Neves para a petista Dilma Rousseff, que os fascistas apostam em
golpe contra a mandatária eleita legalmente e constitucionalmente, sem se
preocupar com as consequências desconhecidas que podem, por exemplo, infernizar
o País, pois muitos eleitores de Dilma, além da sociedade civil organizada,
evidentemente, não vão ficar de braços cruzados.
Além
disso, as Forças Armadas deste País não irão se aventurar em um novo 1964 e,
com efeito, não estão propensas a entrar em uma crise sem precedentes e muito
menos agir em prol dos interesses antidemocráticos e inconfessáveis dos
fascistas, que depois de saírem da caixa de Pandora, demonstram arrogância e
prepotência com quem pensa diferente de suas opiniões políticas e ideológicas,
bem como vociferam seus desprezos pelas vidas de pessoas humanistas e que tem
pensamentos e valores de esquerda.
A
direita brasileira, e, principalmente a extrema direita, repetem suas histórias
e, em tom altissonante, cantam o hino brasileiro, perfilam-se como se militares
fossem, vestem a camisa da Seleção Brasileira, consideram-se nacionalistas,
mas, contraditoriamente, são privatistas, entreguistas, portadores de um imenso
complexo de vira-lata, sendo que muitos desses filhotes de Mussolini ou de
Pinochet deblateram palavras de ordem de conotação militarista e de extrema
agressividade contra as autoridades constituídas por intermédio do voto do povo
brasileiro.
No
decorrer de um ano, fascistas e fascitoides estão histéricos ou neurastênicos e
há muito tempo desejam efetivar ações que acabem em derramamento de sangue. Vai
ser o ápice... Ferozes e ditatoriais, afirmam barbaridades nas ruas, na
internet e apostam no quanto pior melhor. Trata-se de grupos sociais com imenso
ódio e desprezo pelo Brasil e, principalmente, consideram-se prejudicados
socialmente com a ascensão salarial e material dos mais pobres.
"Odeiam"
a corrupção, mas a corrupção que essa gente radical à direita detesta é de
ordem seletiva, porque jamais, e em hipótese alguma, questionam, através da
internet ou em seus arroubos histriônicos pelas ruas, os roubos e malfeitos
perpetrados pelo grande empresariado e pelos políticos de oposição, a liderá-la
o PSDB, o partido que se autodefinia como social democrata e que há muitos anos
parou de flertar com a direita raivosa e passou a ser ele mesmo a própria
direita, mais organizada, rica, a controlar estados poderosos da Federação e a
ter representatividade no Congresso, onde parlamentares como Carlos Sampaio,
Aécio Neves, Aloysio Nunes Ferreira, Cássio Cunha Lima e Álvaro Dias, dentre
outros, fazem política com a bílis, guardam o rancor no freezer, criam
factoides com a imprensa de mercado, alimentam o ódio nas ruas e apostam em
golpe institucional contra a presidenta que, legitimamente, venceu as eleições
nas urnas.
Os
fascistas são perigosos e violentos e estão à solta nos restaurantes, nos saguões
dos aeroportos, nos hospitais, nos shoppings, nos estádios, cinemas e teatros,
bem como nos clubes, nos condomínios residenciais, além de se fazerem presentes
nos trabalhos, nas escolas e universidades. Eles são portadores de carácteres
intolerantes, que os levam a realizar ações e atos violentos, a verbalizar,
conscientemente, seus preconceitos de classe e raciais, ideológicos e políticos
— até mesmo religiosos. São os fascistas que perderam a vergonha, saíram dos
casulos onde se encontravam adormecidos e hoje tem a companhia do diabo para
infernizar a República.
Entretanto,
as principais responsáveis por fomentar, alimentar, incitar, repercutir e
irradiar a intolerância, a insensatez, o preconceito, a mentira e a violência
para que os fascistas e os fascistoides se sintam à vontade para cometerem todo
tipo de provocação são as mídias privadas dos magnatas bilionários de imprensa,
a acompanhá-los seus sequazes, os empregados dessa gente irresponsável e
elitista, que quer preservar, a fogo e a ferro, o status quo conquistado na
razão de cinco séculos.
Não
se pode mais sair com uma camisa vermelha, nem dar opinião em um bar ou
restaurante, tornou-se proibido se dizer eleitor do PT e, quando uma pessoa de
esquerda tenta falar ou se defender, é logo agredida verbalmente ou através de
gestos obscenos, e, se não apaziguar o ambiente para se retirar, o cidadão que
não pensa como um fascista pode ser alvo de violência física.
Ocorreram
inúmeros episódios que corroboram para ratificar o que eu digo. Contudo, já os
citei aos montes em outros artigos escritos por mim. Por sua vez, e com efeito,
cito o último episódio, no qual as pessoas que estavam presentes ao velório do
petista histórico, José Eduardo Dutra, ex-senador e presidente da Petrobras,
foram objetos de ataques em forma de panfletos apócrifos, mas, sabidamente,
distribuídos por neofascistas, que de tão à vontade que se sentem para cometer
crimes e barbaridades inomináveis, passam a não respeitar nem a morte de um
homem que serviu ao Brasil e sempre lutou pelo desenvolvimento desta Nação.
Panfletos
de baixo nível humano e de caráter hediondo, no que tange a que ponto pode
chegar a miséria humana e o desrespeito à própria vida. Fascistas da pior
espécie, que se sentem e se consideram livres para cometer atos atrozes e de
uma vulgaridade que não se encontra em uma casa de meretrício ou em um covil de
bandidos. Dizeres como "Petista bom é petista morto", além de
panfletos com a presidenta Dilma Rousseff sentada em um vaso sanitário, com
palavras que não valem a pena pronunciar.
Tudo
isso em pleno velório, onde estavam presentes autoridades brasileiras, os
amigos, os parentes e os correligionários de José Eduardo Dutra. Evidentemente
que essas ações de cunho fascista e desumano foram premeditadas, propositalmente
organizadas, a fim de se criar uma atmosfera de violência moral e de provocação
política contra o PT, a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula.
Fascistas
que realmente desprezam a sociedade brasileira, que está a viver sob o jugo de
agressões sucessivas, que se contrapõem ao Estado de Direito, à Constituição, à
democracia, aos eleitos escolhidos pela maioria do povo e, principalmente,
contra a sociedade brasileira. A Nação tem de exigir ações duras da Justiça, do
Governo, do Ministério Público e das polícias, porque hão de combater os
radicais de direita, os apostadores do caos, que odeiam a igualdade de
oportunidades, a democracia e a ascensão social dos pobres — a começar pela
mídia corporativa. O fascismo se olha no espelho e vê a face da imprensa
familiar. As ruas não pertencem aos fascistas. É isso aí.
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