sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Contraponto 17.900 - "Ministros e juízes do TSE gastaram R$ 720 mil em diárias de viagem em"

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09/10/2015 

 

Ministros e juízes do TSE gastaram R$ 720 mil em diárias de viagem em

Do Metrópoles
 
 
Os gastos de magistrados correspondem a 61% da soma desembolsada pelo tribunal, que já chega a R$ 1,17 milhão de janeiro a agosto
 
por MEL BLEIL GALLO
 
Os ministros e juízes auxiliares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) gastaram só em diárias, de janeiro a agosto de 2015, 30 vezes mais do que a média do período nos últimos três anos.

Com estadas em quatro continentes, os magistrados receberam nos primeiros oito meses deste ano R$ 720.730,05. Em 2014, os juízes e ministros haviam recebido uma quantia infinitamente mais modesta até a mesma data: R$ 26.060,70. Já em 2013, o valor foi de R$ 32.559,38 e, no ano anterior, a quota não chegou a R$ 15 mil.

Levantamento feito pelo Metrópoles com os dados mais recentes disponíveis em relatórios do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostra que até agosto os gastos com as diárias de todos os funcionários do TSE chegaram a R$ 1,17 milhão. Essas despesas levam em conta o que os magistrados e os técnicos do tribunal receberam quando precisaram se ausentar de suas bases a trabalho. Desse total, uma fatia de 61% é referente às diárias só de juízes auxiliares e ministros.

Em um passado recente, o percentual dessas diárias de magistrados era bem menor. Em 2014, representava 31% do bolo (R$ 142,9 mil). No ano anterior, os magistrados consumiram o equivalente a 5,4% (R$ 49,1 mil) de todas as diárias pagas pelo TSE e, em 2012, menos ainda, apenas 2,9% (R$ 28,2 mil).

O campeão de viagens no TSE é, justamente, o presidente da Corte, José Antonio Dias Toffoli. Somente em junho deste ano, ele acumulou R$ 35,1 mil em diárias nacionais e internacionais – cujo valor varia de acordo com a cotação do dólar. O montante é maior do que o salário bruto de ministros do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF), que recebem aproximadamente R$ 33 mil.

A agenda de viagens de Toffoli em junho começou no dia 4, quando ele acompanhou as eleições gerais do México. O ministro retornou ao Brasil cinco dias depois. Pela missão, o magistrado recebeu seis diárias internacionais, no valor total de R$ 14,2 mil.

Ainda no mês de junho, entre os dias 18 e 23, Toffoli fez outras duas viagens. Dessa vez, pelo país. Primeiro, compareceu à 36ª Reunião do Colégio de Corregedores Eleitorais, no Rio Grande do Norte.

Depois, seguiu para a capital paulista, onde deu palestra na Universidade de São Paulo (USP). As seis diárias nacionais custaram aos cofres do tribunal R$ 6,8 mil.

Tanto em Natal quanto em São Paulo, Toffoli teve a companhia dos juízes Carlos Vieira Von Adamek, secretário-geral da Corte, e de Márcio Antônio Boscaro, cujas diárias somaram R$ 12,7 mil. A reunião potiguar também contou com a presença da ministra Maria Thereza de Assis Moura e do juiz auxiliar Nicolau Lupianhes Neto. Os dois receberam juntos R$ 6,2 mil em diárias. Todos representando o TSE.

O valor pago a Toffoli em junho incluiu também a antecipação de outras seis diárias. Entre os dias 1º e 6 de julho, o ministro participou da 7ª Conferência Ibero-americana sobre Justiça Eleitoral, no Peru. Para isso, recebeu mais R$ 14,1 mil.

Desde janeiro, o presidente do TSE visitou os seguintes países, em ordem cronológica: República Dominicana, Índia, Suécia, Espanha, Chile, Itália e Peru. Já seus colegas ministros se revezaram em viagens para Bolívia, Sudão, Guiana, Uruguai, Venezuela, Colômbia e Bélgica.


Kacio Pacheco/Metrópoles

Juízes auxiliares
 
Uma parte do orçamento gasto com diárias no TSE é para bancar a estada de juízes auxiliares em Brasília. Esses magistrados, muitas vezes, são convocados de outros estados e, por isso, recebem o auxílio. Eles têm direito a uma diária e meia por semana enquanto estão na capital federal a trabalho.

A convocação sistemática da figura do juiz auxiliar no TSE é recente. A decisão de autorizar um juiz auxiliar para cada um dos sete ministros do TSE foi tomada na gestão de Dias Toffoli, à frente do tribunal desde maio de 2014. Até então, somente dois juízes auxiliares eram convocados e ficavam à disposição da Presidência da Corte.

Desde o início deste ano, seis juízes auxiliares têm recebido as diárias: Camila Plentz Konrath, Carlos Vieira Von Adamek, Gabriel da Silveira Matos, Márcio Antônio Boscaro, Nicolau Lupianhes Neto e Valter Shuenquener de Araújo.

No início da semana, a reportagem do Metrópoles pediu ao TSE um detalhamento dos gastos da Corte com o deslocamento de seus magistrados e a lista completa dos juízes auxiliares convocados.

Até a publicação desta matéria, o tribunal enviou a lista dos juízes, mas não deu resposta quanto às justificativas do aumento vertiginoso de gastos com diárias de ministros e juízes.

Segundo a assessoria do TSE, as informações só poderiam ser fornecidas após o retorno do secretário-geral da Corte ao país. No momento, Adamek acompanha as eleições gerais do Quirguistão, junto do juiz auxiliar da presidência, Márcio Antônio Boscaro.

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