terça-feira, 4 de outubro de 2016

Nº 20.087 - " Dr. Teori, do que adianta falar e não fazer? É para aplacar sua 'consciência jurídica'? "

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04/10/2016

 

Dr. Teori, do que adianta falar e não fazer? É para aplacar sua “consciência jurídica”?

 

espetaculo


Por
 

O ministro Teori Zavascki criticou duramente o espetáculo deprimente dos PPP – Procuradores Powerpoint do Paraná – com seus gráficos mirabolantes destinados a – sem provas, mas convicção – que o ex-presidente Lula seria o “comandante” do esquema de corrupção para o qual inventaram um nome marqueteiro: “propinocracia”.

Lá em Curitiba, se deu notícias sobre organização criminosa, colocando o presidente Lula como líder da organização criminosa, dando a impressão, sim, de que se estaria investigando essa organização criminosa, mas o objeto da denúncia não foi nada disso. Esse espetacularização do episódio não é compatível nem como objeto da denúncia nem com a seriedade que se exige na operação desses fatos”, afirmou Teori, segundo a Folha


Só que, diante disso, sabem o que o Dr. Teori determinou? Que o caso continue lá com o pessoal que faz espetáculo e “cognição sumária”.

The show must go on…

Será que o Dr. Teori acha que quem se presta a um “espetáculo” -como ele mesmo chamou – tem equilíbrio para não transformar persecução penal em perseguição política?

Não é a primeira vez, não é, Dr. Teori?

Porque no caso das gravações ilegais da conversa entre Lula e Dilma o senhor decidiu que aquilo era absurdo, que jamais poderia ser feito e, feito, não poderia ser divulgado. Só que o Dr. Moro fez, divulgou para a mídia inteira – o Jornal Nacional fez a “festa” – e o que aconteceu?

Nada! Por 13 votos a um seus pares disseram que não tem problemas violar a lei “em casos excepcionais”  e tudo o que se queria com aquilo aconteceu e prevaleceu.

Isso sem lembrar que o senhor reteve até que Eduardo Cunha comandasse o show do impeachment o pedido de afastamento dele, feito cinco meses antes e só aí exibiu sua dureza jurídica…

Com todo o respeito à figura austera do Ministro, as suas decisões e seus julgamentos não têm efeito algum, na prática, contra os abusadores da lei!

Diria, para ser sofisticado: têm mero valor declaratório.

Os vazadores, os espetaculosos, os que extrapolam o limite de suas atribuições judiciais fazem o que querem , embora Sua Excelência passe-lhes “um pito”.

E, já dizia o latinista Michel Temer: verba volant.… As palavras se esvaem.

Assim, Curitiba vai explorando os limites do hímen complacente das instâncias superiores, certa de que não haverá mais que um “ai,ai, ai” contra seus abusos.

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