ANALFABETOS DIGITAIS?
Quarenta dias de viagem e não encontrei um único jovem, nem um só,
lendo um livro. Nem nos aviões, nem nos trens, nem em bancos de praça. E
olha que bati perna. Permitam-me a corujice: só vi minha filha Ana
Luisa e o namorado lendo. Estava todo mundo no Face e no Instagram. Ou
vendo série no Netflix.
Nada contra, eu também faço isso. Mas, será que a
leitura não é essencial para desenvolver a capacidade de abstração, da
qual deriva a capacidade de se colocar
no lugar dos outros, de desenvolver a empatia da qual o idealismo e a
política solidária são tão dependentes? Sim, porque não reconheço
militante que defenda apenas os seus próprios interesses, embora
compreenda que as pessoas votem ou façam escolhas de acordo com seus
interesses. Onde é que fica o senso de comunidade? O interesse público?
A
defesa do bem comum? Eu fico achando que as redes sociais, onde você
muitas vezes só é amigo daqueles que pensam como você, acabam atomizando
as pessoas, criando universos que representam alheamento em relação ao
diferente, ao outro. Isso é horrível se a gente imaginar que democracia é
essencialmente a garantia dos direitos das minorias, de quem não pensa
como a gente. Eu gostaria de ler mais sobre o assunto. Se alguém tiver
alguma sugestão...
.
quinta-feira, 10 de novembro de 2016
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