O governo federal teve déficit (despesas maiores que receitas) de R$ 39,9 bilhões no mês passado, mas os governos regionais e as empresas estatais registraram superávit (receitas maiores que despesas) de R$ 421 milhões e R$ 314 milhões respectivamente.
No acumulado de janeiro a novembro de 2016, o déficit primário do setor público consolidado atingiu R$ 85,1 bilhões.
No mesmo período de 2015 também houve déficit, mas bem menor: R$ 39,5 bilhões. No acumulado de 12 meses até novembro, o déficit primário chega a R$ 156,8 bilhões, o equivalente a 2,50% do Produto Interno Bruto (PIB).
Em relação a outubro, houve aumento de 0,30 ponto percentual.
Abaixo matéria da Reuters:
Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - O setor público consolidado brasileiro registrou déficit primário de 39,141 bilhões de reais em novembro, pior resultado para o mês da série histórica iniciada pelo Banco Central em dezembro de 2001, ressaltando a contínua deterioração das contas públicas em meio à recessão econômica.
O dado, divulgado nesta terça-feira pelo BC, veio pior que o rombo de 35,90 bilhões de reais estimado por analistas em pesquisa Reuters e foi puxado pelo rombo de 39,876 bilhões de reais registrado pelo governo central (governo federal, Banco Central e INSS).
Enquanto isso, Estados e municípios ficaram no azul em 421 milhões de reais e as empresas estatais registraram superávit primário de 314 milhões de reais no mês passado.
Nos acumulado de janeiro a novembro, o déficit primário do setor público alcançou 85,053 bilhões de reais. Em 12 meses, o rombo foi a 2,50 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), por incorporar os dados de dezembro de 2015, quando o governo realizou pagamento extraordinário de 55,6 bilhões de reais por conta das chamadas "pedaladas fiscais".
Para o ano, a meta fiscal é de déficit primário ainda mais alto, de 163,9 bilhões de reais para o setor público consolidado, equivalente a 2,6 por cento do PIB. O dado será, se confirmado, o pior já registrado pelo país e o terceiro consecutivo no vermelho.
Refletindo o persistente desarranjo fiscal, a dívida bruta do país foi a 70,5 por cento do PIB, acima dos 69,5 por cento do mês anterior. A dívida líquida subiu a 43,8 por cento do PIB em novembro, ligeiramente superior aos 43,7 por cento de outubro.
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