20/12/2016
Para Roberto Amaral, Temer será 'descartável' a partir de 1° de janeiro
Rede Brasil Atual - 20/12/2016
Para cientista político e
ex-presidente do PSB, denúncias contra presidente e eventual decisão do
Tribunal Superior Eleitoral são "as duas espadas de Dâmocles" que pesam
sobre peemedebista
por Eduardo Maretti, da RBA
publicado
19/12/2016 17:39,
última modificação
19/12/2016 17:40
Reprodução/Youtube
"PSDB foge de eleição direta como o diabo da cruz", diz cientista político Roberto Amaral
São Paulo – “A partir do dia 1° de janeiro, Michel
Temer é uma carta descartável, que pode ser jogada fora do jogo, porque
sua substituição já poderá ser por via indireta.” A previsão é do
cientista político, ex-ministro da Ciência e Tecnologia e ex-presidente
do PSB Roberto Amaral.
Na opinião de Amaral, Temer “vai ser descartado” com base em uma de duas justificativas. “A primeira é o aumento das denúncias contra ele nas delações da Odebrecht, porque ele está sabidamente envolvido; a outra é a eventual decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de cassar a chapa Dilma-Temer. Pesam sobre ele essas duas espadas de Dâmocles”, diz Amaral. “Apesar da maioria que o governo tem no Congresso, e está demonstrando isso nas votações, é um governo fraco. O que se pode esperar é uma crise mais profunda em 2017.”
Na semana passada, o assessor especial do presidente, José Yunes, entregou sua carta de demissão. Ele foi citado na delação premiada do executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho. Segundo a delação, a um emissário teria levado dinheiro vivo diretamente ao escritório de Yunes para campanhas do PMDB, em 2014. O dinheiro seria parte dos R$ 10 milhões que Marcelo Odebrecht teria destinado ao partido, supostamente a pedido de Temer durante um jantar em maio de 2014, no Palácio do Jaburu.
Yunes foi o sétimo nome forte de Temer a deixar o governo. Antes saíram os ministros Romero Jucá (Planejamento), Fabiano Silveira (Transparência), Henrique Eduardo Alves (Turismo), Fábio Medina Osório (Advocacia Geral da União), Marcelo Calero (Cultura) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo).
Para Roberto Amaral, o presidente está vulnerável ao julgamento do TSE previsto para o primeiro trimestre de 2017. “É o golpe dentro do golpe, com a tentativa da eleição indireta para seu substituto. O que o PSDB mais tem medo é de eleição direta. Ele foge dela como o diabo da cruz.”
Amaral lembra que os dois nomes correndo para disputar, segundo a imprensa, seriam o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-ministro da Justiça e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim. “Fernando Henrique é o puro sangue do PSDB, e Nelson Jobim teria a vantagem de acalmar o PMDB.” Segundo essa visão, ressalta o cientista político, Jobim mantém boas relações com o PT, com Lula e com a atual oposição ao presidente da República.
Conforme previsão do artigo 81 da Constituição Federal de 1988, vagando os cargos de presidente e vice-presidente da República, realiza-se nova eleição direta 90 dias depois de aberta a última vaga. Porém, se a vacância acontecer nos últimos dois anos do mandato, a eleição é indireta, no Congresso Nacional.
Segundo pesquisa Datafolha divulgada no dia 11 de dezembro, 63% dos brasileiros querem a renúncia de Temer para possibilitar a realização de eleição direta. Mas a possibilidade é virtualmente irrealizável, devido ao mandamento constitucional, já que o presidente precisaria renunciar até o fim deste ano.
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Na opinião de Amaral, Temer “vai ser descartado” com base em uma de duas justificativas. “A primeira é o aumento das denúncias contra ele nas delações da Odebrecht, porque ele está sabidamente envolvido; a outra é a eventual decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de cassar a chapa Dilma-Temer. Pesam sobre ele essas duas espadas de Dâmocles”, diz Amaral. “Apesar da maioria que o governo tem no Congresso, e está demonstrando isso nas votações, é um governo fraco. O que se pode esperar é uma crise mais profunda em 2017.”
Na semana passada, o assessor especial do presidente, José Yunes, entregou sua carta de demissão. Ele foi citado na delação premiada do executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho. Segundo a delação, a um emissário teria levado dinheiro vivo diretamente ao escritório de Yunes para campanhas do PMDB, em 2014. O dinheiro seria parte dos R$ 10 milhões que Marcelo Odebrecht teria destinado ao partido, supostamente a pedido de Temer durante um jantar em maio de 2014, no Palácio do Jaburu.
Yunes foi o sétimo nome forte de Temer a deixar o governo. Antes saíram os ministros Romero Jucá (Planejamento), Fabiano Silveira (Transparência), Henrique Eduardo Alves (Turismo), Fábio Medina Osório (Advocacia Geral da União), Marcelo Calero (Cultura) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo).
Para Roberto Amaral, o presidente está vulnerável ao julgamento do TSE previsto para o primeiro trimestre de 2017. “É o golpe dentro do golpe, com a tentativa da eleição indireta para seu substituto. O que o PSDB mais tem medo é de eleição direta. Ele foge dela como o diabo da cruz.”
Amaral lembra que os dois nomes correndo para disputar, segundo a imprensa, seriam o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-ministro da Justiça e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim. “Fernando Henrique é o puro sangue do PSDB, e Nelson Jobim teria a vantagem de acalmar o PMDB.” Segundo essa visão, ressalta o cientista político, Jobim mantém boas relações com o PT, com Lula e com a atual oposição ao presidente da República.
Conforme previsão do artigo 81 da Constituição Federal de 1988, vagando os cargos de presidente e vice-presidente da República, realiza-se nova eleição direta 90 dias depois de aberta a última vaga. Porém, se a vacância acontecer nos últimos dois anos do mandato, a eleição é indireta, no Congresso Nacional.
Segundo pesquisa Datafolha divulgada no dia 11 de dezembro, 63% dos brasileiros querem a renúncia de Temer para possibilitar a realização de eleição direta. Mas a possibilidade é virtualmente irrealizável, devido ao mandamento constitucional, já que o presidente precisaria renunciar até o fim deste ano.
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