07/05/2017
Acabou a brincadeira: Lava Jato não tem “meninos” e Curitiba não é República
Por Wellington Calasans, Colunista do Cafezinho, na Suécia
A brincadeira só tem graça quando todos se divertem com ela. A Lava Jato está longe de ser uma brincadeira engraçada para que fiquemos aqui com eufemismos que apresentam a justiça de Curitiba como algo maior do que ela é ou os justiceiros que nela atuam como ingênuos ou infantis.
A Lava Jato não tem meninos! São marajás com salários acima do teto, mas que praticam a falácia do combate à corrupção. Parciais, usam do apoio da Globo para impor o modus operandi dos justiceiros. São os jagunços da justiça. O desgaste imposto pelo tempo tem sido capaz de derrubar as suas máscaras. Hoje a sociedade sabe que esses marajás agem como moleques que fazem bulling contra alvos mais vulneráveis.
Da mesma forma, vamos parar de chamar Curitiba de República. A Constituição Federal vale para todo o território nacional e não pode ser estuprada todos os dias por conta de crimes lesa-pátria, egocentrismo ou planos secretos de figuras bizarras como Moro e o “Zé do PowerPoint” (marca registrada pelo colega Miguel do Rosário).
O enredo manjado de ausência de provas e o excesso de convicções já não causa mais impacto. O brasileiro viu o desemprego explodir porque a má-fé de Moro optou por quebrar empresas quando deveria punir os corruptos. Não há mais como esconder isso.
A perseguição a Lula é o entretenimento que ocupa todos os noticiários da Globo e os seus tentáculos do PIG – Partido da Imprensa Golpista. Enquanto isso, o desmonte da soberania nacional e do estado social é tocado por uma quadrilha. O povo já acordou e não adianta os golpistas fazerem cara de paisagem.
Há boatos que apontam para o envolvimento de quadros do judiciário no escândalo do Banestado e das APAEs. Seria bom a justiça se mexer para investigar isso. Delação de torturados não vale, pois somos éticos e não concordamos com esse método.
Já havíamos antecipado aqui no Cafezinho que Moro não tem provas contra Lula e que usaria as “delações” (leia-se: confissões de desesperados sob tortura psicológica) para, através da Globo (emissora responsável pela novela Lava Jato) tentasse mais uma vez o desgaste da imagem do mais popular político da América Latina. Adiou o depoimento para isso, como explica detalhadamente o advogado de defesa de Lula, Dr. Cristiano Zanin (leia a íntegra do texto logo a seguir).
Nota da defesa de Lula (5 de maio de 2017):
O depoimento de hoje (5/5) do ex-diretor da área de serviços da Petrobras Renato Duque segue o padrão já identificado nas declarações dos novos candidatos a delatores que o antecederam, caso de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, e de seu subordinado Agenor Medeiros. Eles citam Lula, falam de encontros e de conversas com o ex-Presidente, mas não têm qualquer prova do que afirmam. Ao dizer que Lula tinha “pleno conhecimento de tudo, tinha o comando”, Duque busca por em pé perante o Juízo da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba a falaciosa tese do procurador Deltan Dallagnol explorada no seu famoso power-point e que foi negada por 73 testemunhas já ouvidas sob o compromisso de dizer a verdade. Depoimentos cruzados – e certamente combinados – não substituem provas.
Nos três casos, chama a atenção que os advogados dos réus tenham feito questionamentos não para defesa dos clientes, mas com o objetivo de envolver o nome de Lula, inclusive em processos em que ele sequer é parte – caso do depoimento de hoje. O ex-Presidente foi submetido a uma devassa com a quebra de seus sigilos bancário, fiscal e telefônico, além de buscas e apreensões em sua casa e na de seus familiares e nenhum ato ilegal foi identificado. Até mesmo pessoas referidas por Duque, como Pedro Barusco, quando ouvidas com o compromisso de dizer a verdade, negaram a participação de Lula.
Foram 24 audiências realizadas só na ação que trata do triplex do Guarujá e nenhuma prova foi produzida contra o ex-Presidente. Não pode ser coincidência que, nos últimos 15 dias, depois de anunciado o adiamento do depoimento de Lula, três pessoas que há muito tentam destravar uma delação para reduzir suas penas e até mesmo sair da cadeia – caso de Pinheiro e Duque – tenham resolvido falar, especialmente considerando que o processo de Duque já estava em fase de alegações finais. Merece repúdio que se aceite negociar futuras vantagens em troca de acusações frívolas, confirmando o caráter ilegítimo das denúncias contra Lula.
Cristiano Zanin Martins
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