quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Nº 21.986 - "O Lacerda 2.0"

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02/08/2017

O Lacerda 2.0

Do Tijolaço  -  01/08/2017

malam


por Fernando Brito

Dizem que a velhice é a volta da infância e olhe que acabo me convencendo disso.

Era guri e ouvia falar, nas conversas mais picantes – quase doces, comparadas às de hoje –  nas “mal-amadas do Lacerda”.

Eram senhoras que, na falta do que fazer, dedicavam suas existências vazias a criticar os outros, a criar demônios – mesmo que fossem simples guris da vila em que eu morava – para justificar os males do mundo.

Claro que, para haver mal amadas, era preciso também haver os maus amantes, porque são condição necessária para a frustração que cozinha vidas sem sentido, senão o do ódio.

Não deu para fugir da identificação, hoje, ao ler a reportagem da Folha sobre as senhoras que festejavam, em Curitiba, o aniversário de 45 anos do Varão de Plutarco da Justiça brasileira.

Teve coxinha no aniversário do juiz federal Sergio Moro, que nesta terça (1º) completou 45 anos. Cerca de 20 apoiadores do magistrado se reuniram em frente ao prédio da Justiça Federal de Curitiba para cantar parabéns para o responsável pela Operação Lava Jato.

A festinha tinha início marcado para às 17h30, mas atrasou meia hora por conta do salgadinho que demorou a chegar. O petisco era essencial no evento. “Simbolicamente, os coxinhas estão com ele (Moro)”, disse uma manifestante, segurando uma caixa de papelão com os acepipes.

Também teve bolo. Dois, um deles com o rosto do magistrado estampado em meio a uma bandeira do Brasil. Os manifestantes entregaram o bolo para os seguranças do prédio, que prometeram que ele chegaria até o gabinete de Moro.

A Folha perguntou à assessoria do tribunal se a guloseima realmente chegou até a sala do juiz, mas não obteve resposta. Moro, no dia em que comemorou o 45º ano, aceitou a denúncia do Ministério Público Federal e tornou Lula réu no caso do sítio de Atibaia. No lado de fora do prédio, os autodenominados “coxinhas” soltaram bexigas verdes e amarelas com o número 45.

As coincidências, como se sabe, são mera semelhança.

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