03/08/2017
PROCUREM O CONCORRENTE, POR FAVOR!
Blog do Mauro Santayana - 29 de jul de 2017

Mauro Santayana

A justificativa, citada pela atendente - que não quis nem saber sequer quanto ele tinha para depositar e aplicar, foi "tout court", "superlotação", como se tratasse não de uma agência bancária top de linha, mas de uma vulgar - e desumana - cela de prisão.
A verdadeira razão da recusa?
A apressada e repentina decisão do governo Temer, tomada a toque de caixa, com menos de seis meses de governo e sem discussão com a sociedade, de fechar ou transformar em postos de atendimento centenas de agências do BB, apesar de o Banco do Brasil não ter tido um centavo de prejuízo nos ultimos 15 anos e dos seus funcionários já estarem atendendo, em média, mais de 400 contas por cabeça quando a medida entrou em vigor.
Orientado, em nova agência, a tentar abrir sua conta pela internet, ele tentou várias vezes, mas também não conseguiu, embora o governo tenha feito paradoxalmente há alguns meses campanhas na televisão sobre apps do banco, em seu esforço de tentar molhar a pata de veículos que - com seus próprios interesses em vista e decepcionados com a baixíssima popularidade de Temer - agora mordem a sua mão.
Conversando com outro funcionário, na porta do estabelecimento, foi lhe explicado, diretamente e sem subterfúgios, que, com a desculpa de "modernizar" o banco, se está sabotando deliberadamente o Banco do Brasil - como se fez no governo FHC - com a intenção de privatizá-lo, de forma fatiada, a médio prazo.
Na verdade, esse é um movimento que já começou, com a venda de ações do Banco do Brasil do Fundo Soberano, que fará cair a participação do governo para apenas 50,7% do total.
Enquanto isso, entrega-se, diminuindo a qualidade do atendimento ao consumidor, parcelas cada vez maiores do seu público e de seu mercado aos bancos privados, corrigindo o "crime" perpretado por Lula e Dilma, de terem fortalecido - da Caixa Econômica federal ao BNDES - o papel dos bancos públicos e aumentado o percentual de sua participação no mercado financeiro e na economia nacionais.
As perguntas que ficam agora são as seguintes:
Quantos clientes do Banco do Brasil, ou potenciais clientes, como esse, se passaram, nos últimos meses - irritados com a queda de qualidade do atendimento - para bancos particulares, ou pior, para bancos particulares estrangeiros - como o Santander, que em plena pressão pela Reforma da Previdência, acaba de ter 338 milhões de reais em multa perdoados pelo CARF - desde que começou, no BB, essa pilantragem chamada genericamente de "restruturação"?
A quem interessa arrebentar com os nossos bancos públicos - a Caixa e o BNDES também estão sob insuportável pressão - indiscutíveis e estratégicos instrumentos para o desenvolvimento nacional?
Por que os sindicatos não entram - ou não entraram - na justiça para contestar essas medidas?
Por que o extremamente bem sucedido Ministro da Fazenda de um governo sem voto, que ganhou de fontes privadas mais de 200 milhões de reais em "consultoria" nos últimos quatro anos - de um país de uma justiça absurda, no qual tem gente que está se arriscando a ser preso e ter seus direitos políticos cassados por ser "dono" de um apto do qual não possui escritura, cujas chaves nunca recebeu - não tenta aplicar, para mostrar confiança na nação - pelo menos uma parte dessa "merreca" no Banco do Brasil?
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