quarta-feira, 3 de abril de 2013

Contraponto 10.805 - "Dilma aponta os cinco eixos das ações do governo contra a seca"

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03/04/2013
 

Dilma aponta os cinco eixos das ações do governo contra a seca 

 

Do O Povo - 3/4/2013





Foto EDIMAR SOARES
Cid Gomes, Dilma Rousseff e o ministro Fernando Bezerra durante o anúncio das novas medidas federais para ajudar Nordeste no combate à seca


Tem cinco eixos principais o conjunto de medidas que a presidente Dilma Rousseff anunciou ontem em Fortaleza, ao participar da 17ª reunião ordinária do Conselho Deliberativo da Sudene, para o combate à seca no Nordeste. As medidas, que envolvem recursos da ordem de R$ 9 bilhões, prevêem ações de aumento na oferta de água, garantia da oferta de milho para alimentação dos animais, ampliação de crédito aos agricultores, apoio aos municípios e implantação de um sistema de monirotamento mais eficaz.

Dilma comandou o encontro da Sudene, que aconteceu no Centro de Eventos de Fortaleza e trouxe à cidade os governadores da Bahia, Jacques Wagner (PT), de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), do Piauí, Wilson Martins (PSB), da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini (DEM), e de Alagoas, Teotônio Vilela (PSDB). Sergipe, com Jackson Barreto (PSB), Maranhão, com Washington Luiz de Oliveira (PT), e Minas Gerais, com Alberto Pinto Coelho (PP), enviaram os vice-governadores.

No pacote de Dilma, consta a disponibilização de recursos para garantir a oferta de 340 mil toneladas de milho para os meses de abril e maio. Uma demanda apresentada pelos estados que reclamam mais atenção aos seus rebanhos, que estariam sofrendo a falta de alimento como efeito direto da falta de chuvas. O Ceará deve ficar com 49 mil toneladas e o governador Cid Gomes anunciou, ainda ontem, que porá em campo uma verdadeira operação de guerra para garantir a chegada do produto ao Estado, já que a logística de transportes é dos um maiores problemas que têm sido enfrentados.

Outro anúncio muito comemorado foi o de garantia de verba para um aumento na oferta de carros-pipa para garantir o abastecimento dágua nos municípios mais atingidos pela seca em todo o Nordeste. Nos números apresentados pelo governo, o número de veículos à disposição, hoje 4.746, passaria a 6.170, representando um acréscimo de 30%.

Em outro eixo importante, a presidente ampliou o prazo para renegociação das dívidas dos agricultores atingidos pela seca, garantindo-lhes 10 anos para quitação. No caso da agricultura familiar, inclusive, oferecendo carência de dois anos para pagamento da primeira parcela.

Dilma ressaltou, no momento de apresentação das medidas, que a tecnologia é fundamental no combate à seca. Dentro da lógica é que ressaltou ações desenvolvidas no campo do monitoramento, com a criação da Força Nacional de Emergência e do Observatório da Seca. As medidas também incluem construção de cisternas e apoio aos municípios, com a garantia de que cada um dos 1.415 municípios atingidos pela estiagem dispoinha de um kit para atendimento emergemcialç de suas populações.

No geral, as medidas agradaram aos governadores. Para Cid, inclusive, foi mais do que o Ceará havia solicitado. O encontro da Sudene, que trouxe a Fortaleza, ainda, vários ministros e a presidente da Petrobras, Graça Foster, serviu também para articulações políticas e discussão de temas como reforma tributária e a luta pela construção de uma refinaria de petróleo no Ceará.


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03/04/2013 

Perto de Cid, distante de Eduardo Campos

Do O Povo- 3/4/2013

Presidente Dilma Rousseff recebe fartos elogios do governador cearense, enquanto seu colega pernambuco optou por linha mais comedida e crítica
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FOTO Igor de Melo
Dilma e Cid, troca de elogios se contrapondo à desconfiada distância de Eduardo Campos, presidente nacional do PSB

O anúncio de novas medidas do governo federal contra a seca foi marcado pela troca de afagos entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o governador Cid Gomes (PSB). Ambos ressaltaram por várias vezes o clima de parceria. Cid disse que as demandas do Ceará foram atendidas além do que ele imaginava. Já o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), adotou tom mais comedido e até de cobrança em alguns pontos.

Cid citou como exemplos os benefícios do Garantia Safra e do Bolsa Estiagem para dizer que a presidente foi além do que estava sendo pedido. “Nunca vi presidente nenhum que tenha tratado com tanta atenção, presteza e solidariedade as demandas apresentadas por prefeitos, governadores e deputados em relação à seca”, afirmou o governador.

Dilma retribuiu dizendo que Cid é “um grande parceiro do governo federal”. Segundo ela, obras de abastecimento de água do Ceará são apresentadas a outros estados como modelo. “O governo estadual e o governo federal têm um histórico de boas obras no currículo”, disse.

As lisonjas culminaram, no fim do evento, com o anúncio da construção de um centro de treinamento de atletas para as Olimpíadas de 2016, a ser instalado ao lado do estádio Castelão. Será uma parceria entre os governos estadual e federal. Dilma disse que vai disponibilizar R$ 230 milhões para a obra. Ela fez questão de destacar que estava atendendo a um pedido de Cid. Além disso, prometeu R$ 277 milhões para a construção da ponte estaiada sobre o rio Cocó.

Campos faz contrapontos

Eduardo Campos, que vem se movimentando nos bastidores como possível candidato à presidência da República, citou várias dificuldades e disse que é preciso desburocratizar a relação entre governo federal, estados e municípios. “Precisamos de medidas administrativas que agilizem as obras necessárias”.
Ainda pela manhã, ao ser questionado sobre o que havia avançado desde a última reunião com o governo federal sobre a estiagem, Campos respondeu: “O que avançou foi a seca”.

Sobre os problemas na obra de transposição do Rio São Francisco, o governador criticou a falta de um projeto executivo quando do início da obra e disse que isso era a principal causa do aumento de gastos em relação ao orçamento inicial.

Na reunião entre Dilma e os governadores, Campos pediu à Dilma para que fossem reduzidos os tributos para as companhias de água dos estados e lembrou que o governo federal já havia feito o mesmo com as distribuidoras de energia. Cid e outros três governadores apoiaram a ideia e Dilma ficou de analisar a proposta.

Bastidores

Dilma chegou a Fortaleza em companhia do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), do senador Eunício Oliveira (PMDB) e do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT). Ela foi recebida pelo prefeito Roberto Cláudio (PSB) e pelos senadores José Pimentel (PT) e Inácio Arruda (PCdoB).
De acordo com informações de bastidores, Eduardo Campos, durante a reunião, fez vários contrapontos às medidas apresentadas por Dilma, citando problemas de Pernambuco e frisando a necessidade de obras estruturais.

À tarde, ao assinar a ordem de serviço para a construção da barragem de Lontras (no município de Croatá), Dilma disse: “Estou aqui ao lado de Cid Gomes, no Ceará, assinando uma obra de uma grande barragem que terá dinheiro do Governo Federal, para mostrar que estamos, sim, fazendo obras estruturais no Nordeste”.

O coordenador da bancada federal cearense, Antônio Balhman (PSB), avaliou que as medidas apresentadas tendem a “diminuir bastante” as cobranças de prefeitos, governadores e parlamentares, acalmando, ao menos por enquanto, o ambiente político em relação à seca.

O deputado José Guimarães (PT) disse que as ações do governo terão impacto direto na economia e que os equipamentos entregues vão revolucionar a infraestrutura dos municípios, mudando a logística na hora de enfrentar a seca.

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Um comentário :

  1. Confio nas boas intenções da Dilma. Tenho dificuldade, muita, de acreditar no coronelismo nordestino, que sempre desviou as verbas do "combate à seca" para seus próprios bolsos, e foram curtir a seca em Paris...

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