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06/06/2013
Pois, afinal, até o presidente do Banco Central entra no coro da inflação alta e aumenta os juros, não é?
Hoje mesmo os jornais anunciam que, acima do que era esperado, IGP-DI sobe 0,32% em maio, após queda em abril, informa FGV.
Mas o que isso quer dizer? Ou melhor, o que não se quer dizer?
Primeiro, que este índice está assim exclusivamente porque o custo da construção civil subiu 2,25%, puxado pela alta de 3,77 no preço da mão de obra. Porque os preços no atacado ficaram estáveis (+0,01%) e os do varejo subiram menos que no mês anterior, passando de 0,52% para 0,32% .
Segundo, que esse índice, no acumulado em 12 meses, substitui um de maio de 2012, que era de 0,91%. Portanto, no cálculo da inflação anual, sai 0,91% e entra 0,32%. Uma bela baixa, que deixa a série do acumulado assim: janeiro – 8,11%; fevereiro – 8,24%; março – 7,97%; abril – 6,83% e, finalmente, maio – 6,2%.
Isso é uma “disparada inflacionária”?
Ou será que a Fundação Getúlio Vargas virou um órgão governista?
“Ah, mas a inflação ao consumidor está subindo, porque o IGP pega outros setores da economia…”
Perfeitamente, vamos ver então o acumulado em 12 meses do Índice de Preços ao Consumidor da FGV, no gráfico menor.
Ué, cadê a disparada?
Todos estes dados estão no release distríbuido pela instituição, aqui e aqui.
Vejam, ninguém diz que não há inflação, porque há. Mas daí a dizer que ela está subindo explosivamente, há anos-luz de diferença.
De diferença ou de má-vontade, como disseram ontem os alemães do Deutsche Bank.
Porque, com a pachorra de fazer um graficozinho no Excel – tem uma colunista que ama gráficos – dá pra ver sem dúvida alguma que não tem “disparada da inflação”. (Clique no “+” para ver o quadro inteiro.)
O que subiu, sim, em nome disso, foi o dinheiro que eu, você, o Governo e o Brasil pagam à turma do terrorismo econômico.
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