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13/08/2013

por Fernando Brito
A coluna do “triplê” de lorde, literato e jurista Merval Pereira, hoje, em O Globo, é uma rendição.
Sabe que voltou ao STF um clima em que o julgamento sereno e vinculado a provas não vai ser dominado pela mídia, que se limitará a um “mais ou menos” contido resmungo contra a revisão do que fora “pautado” por ela para acontecer no julgamento do chamado “mensalão”.
Contido, porque a imensa maioria da corte que examinará os recursos é formada pelos mesmos magistrados de antes, o que vai dificultar a tentação midiática de atribuir aos novos ministros a revisão das decisões.
Além do mais, já não há mais clima na corte para os procedimentos grosseiros e abusados de seu presidente, Joaquim Barbosa.
Afinal, o senhor vestal sabe que, se provocar e fizer ir ao paroxismo gente respeitável, pode levar para casa alguma observação irrespondível, ainda que contida e indireta, sobre sua condição de empresário offshore.
Merval o sabe e hoje admite que Barbosa será fragorosamente derrotado na sua intenção de impedir a revisão legalmente prevista para as decisões do STF.
E sua jurisprudência mervalina já profere o “voto” vencido, não convencido:
“Já escrevi aqui que, num sistema de
Justiça equilibrado, com um esquema penitenciário sem distorções como
aquelas que temos no Brasil, não haveria nenhum problema em que as penas
do ex-ministro José Dirceu e de outros fossem reduzidas numa eventual
revisão de julgamento sobre o crime de formação de quadrilha, ou lavagem
de dinheiro, por exemplo.
De qualquer maneira, a condenação dos
réus do mensalão já está dada. Só aceitar uma pena que o coloque em
regime fechado, como a que está condenado, seria apenas uma vingança
política. Mas a triste realidade brasileira é que a transformação da
condenação em regime semiaberto significa na prática uma manobra para
que o réu de colarinho branco acabe escapando da cadeia, pois não
existem no país prisões albergues suficientes.”
“Só aceitar uma pena que o coloque em regime fechado, como a que está condenado, seria apenas uma vingança política”
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