A expectativa do governo brasileiro é que, durante a missão chinesa,
seja solucionada a questão da liberação das exportações de carne bovina
do Brasil para o país. Durante a visita de Xi Jinping, em julho do ano
passado, foi anunciado o fim do embargo chinês à carne brasileira, que
durava desde 2012. No entanto, ainda falta a assinatura de um protocolo
sanitário.
Está prevista, ainda, a assinatura de acordos nas áreas financeira,
de infraestrutura e de energia entre os dois países. A cúpula dos
empresários é organizada pelo Ministério das Relações Exteriores,
Ministério do Comércio da China e Conselho Empresarial Brasil-China
(CECB). De acordo com o CECB, entre os 150 empresários que chegarão ao
Brasil, grande parte é vinculada a bancos e empresas de engenharia.
A programação da delegação chinesa inclui jantar na noite de
segunda-feira (18) em Brasília, com o empresariado brasileiro, no qual
está prevista uma rodada de negócios. Na terça, ocorre a agenda da
presidenta com o primeiro-ministro chinês e as conversações entre
empresários brasileiros e chineses no Itamaraty, com previsão de anúncio
de acordos.
Na quarta (20), a missão da China segue para o Rio de Janeiro. Lá,
está programada a inauguração de uma exposição de marcas chinesas e um
passeio de barco pela baía de Guanabara, que deve incluir o
primeiro-ministro. Para a secretária-executiva do CECB, Júlia Dias
Leite, as duas visitas oficiais em um curto intervalo sinalizam a
proximidade entre os países. “Demonstra a importância que o governo da
China está dando ao Brasil e que é uma relação madura”, acredita.
A China vem desacelerando suas tradicionalmente altas taxas de
crescimento. Em 2014, o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e
serviços produzidos em um país) chinês cresceu 7,4%, o menor patamar em
24 anos. No primeiro trimestre de 2015, o PIB chinês cresceu 7%, o menor
ritmo em seis anos.
O país também vem perdendo espaço nas exportações do Brasil. Sua
participação no total exportado pelos brasileiros caiu de 19,32%, de
janeiro a março de 2014, para 14,47% no mesmo período deste ano, em
razão da queda dos preços das commodities (produtos primários com
cotação internacional) Mesmo assim, a China ocupou o posto de principal
mercado consumidor dos produtos brasileiros no primeiro trimestre de
2015 e é considerada um parceiro comercial de importância estratégica.
*Colaborou Danilo Macedo
.
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