07/12/2016
A crueldade dos “49 anos” de INSS que, na prática, são 50, 51, 52…
Por Fernando Brito
Nem Míriam Leitão, que defende quase tudo que vem deste governo ou que se destine a amputar gastos sociais concordou com a exigência dos 49 anos de contribuição ao INSS exigidos para que os trabalhadores possam se aposentar, pelas regras da reforma da previdência proposta por Michel Temer.
É, segundo ela, um “exagero.
Tudo bem, eu acho que é muito mais, é uma crueldade.
Ela explica que, para levar os 100% do cálculo médio das contribuições, quem entre no mercado de trabalho aos 20 anos,terá de trabalhar até os 69 anos.
Mas Miriam faz uma conta que não existe para quase ninguém, a não ser para profissionais liberais que recolhem o INSS por carnê e que podem, a qualquer tempo, suprir os “buracos” de recolhimento por inatividade, o que o trabalhador de carteira assinada não tem.
Este, ao longo de sua vida laboral, certamente vai acumular lapsos de contribuição por mudar de emprego – o que nem sempre é simplesmente sair de um num dia e ingressar em outro no mês seguinte, ou por desemprego.
Como o tempo médio de recolocação no mercado de trabalho anda por volta de oito meses, se ao longo destes 50 anos o infeliz tiver um desemprego a cada 15 anos, vai acrescentar dois anos ao tempo trabalhado, a menos que passe a contribuir como facultativo (para ter direito ao seguro desemprego) ao INSS.
Portanto, o cidadão do exemplo da Míriam só vai se aposentar com integralidade, provavelmente, lá pelos 71 anos, bem pertinho da expectativa de vida no Brasil, hoje em 75. Mas esta expectativa é ao nascer e, além de bem menor em certas regiões é menor ainda para os que, hoje, já são adultos.
Mas como, até na tragédia, o brasileiro não perde o bom humor, já circula um diálogo no Facebook:
-Estou aqui juntando os documentos para dar entrada em minha aposentadoria, pelas novas regras da previdência
-E já está com tudo pronto?
– Já. Só falta a Certidão de Óbito….
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