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18/06/2015Imprensa alienígena quer jogar Lula na lama e FHC no altar — Dois pesos e duas medidas
Palavra Livre - 17/06/2015
Por Davis Sena Filho
Quando
o presidente conservador, Fernando Henrique Cardoso, terminou seu
segundo mandato presidencial, o tucano já tratava de questões
pecuniárias sobre a criação do Instituto FHC (IFHC). A entidade para
funcionar recebeu muito dinheiro, além de terem cedido um andar inteiro
para que os trabalhos fossem realizados pelos seus funcionários e
administradores.
A
revista Época e a Veja, por exemplo, bem como os jornalões de direita e
de oposição aos governos trabalhistas de Lula e Dilma, nunca trataram
do assunto com conotação escandalosa, a dar uma repercussão à criação do
IFHC, em uma atmosfera de ilegalidade e malfeitos, como o faz agora,
partidariamente, com o Instituto Lula.
A
entidade do líder petista recebeu dinheiro da empreiteira Camargo
Correa, tal qual a de Fernando Henrique Cardoso, que também foi
financiada pela Sabesp, uma empresa pública paulista, ou seja, o IFHC
recebeu recursos provenientes de impostos e taxas, já que as estatais
são sustentadas pelo dinheiro do contribuinte.
Contudo,
a imprensa dos magnatas bilionários continua a trilhar por veredas
repletas de perversidades e torpezas, manipulações e distorções dos
fatos e das realidades, por motivo de já estar em campanha eleitoral a
presidente da República desde o dia seguinte à vitória de Dilma Rousseff
nas eleições de outubro do ano passado.
É
assim que a banda toca nessas plagas, até porque até hoje não foi
regulamentado o setor econômico de comunicação, que inclui as concessões
públicas das mídias privadas, ideológicas e políticas dos magnatas
bilionários de imprensa, conforme reza a Constituição deste País, que
teima em empurrar certos temas com a barriga, a despeito do prejuízo
causado à grande maioria da população brasileira.
O
Brasil até hoje, passados 27 anos da promulgação da Carta Magna, ainda
não possui um marco regulatório para o segmento midiático, cujos donos
tratam o poderoso País de língua portuguesa, a sexta maior economia do
mundo, como se fosse o quintal da casa (grande) deles.
É
realmente o fim da picada a falta de atitude dos governos do PT quanto a
regular um setor que está nas mãos de megaempresários que já
demonstraram, no decorrer da história, não terem quaisquer compromissos
com o Brasil, bem como, indevidamente e muitas vezes criminosamente,
interferiram na política brasileira, como se fossem um partido de
direita com vocação golpista. E, de fato, este processo draconiano
acontece.
Por
causa desse perfil e essência intervencionista, a imprensa de mercado
que viceja neste País tenta emparedar o Governo Dilma, além de nos
últimos meses estar repercutir uma campanha insidiosa e sem trégua
contra o ex-presidente Lula, que, por intermédio de seu Instituto, tem
respondido a altura às calúnias e às difamações provenientes de
publicações direitistas e de oposição como a Época (Globo) e a Veja
(Abril), duas empresas que há décadas vivem do dinheiro público e de
empréstimos a juros baixos em bancos de fomento.
Duas
pseudo-revistas de passado político deverasmente questionável, a
começar pela associação de dois de seus editores-chefes que se
aventuraram com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, cujo propósito era
desestabilizar o Governo Dilma e o Governo do DF de Agnelo Queiroz.
E assim foi feito durante anos, até a cassação do senador do DEM, Demóstenes Torres, o “Plutarco” da imprensa familiar, também envolvido nesse esquema criminoso, fato este que cooperou para dar fim aos ataques desse grupo ilegal às autoridades do DF e do Governo Central, sendo que muitos caíram, pois perderam seus espaços, tiveram seus nomes jogados na lama, sem direito de defesa na imprensa corporativa e alienígena, como ocorreu com o ministro do Esporte, Orlando Silva. Depois ficou comprovado que ele não cometeu quaisquer malfeitos. Porém, já era tarde. Os inimigos do Governo conseguiram concretizar seus intentos.
Este
é o método fascista praticado por esses meios de comunicação
pertencentes a megaempresários que tem em suas contas bilhões de reais e
que lutam para pautar o País e os mandatários eleitos pela vontade
soberana do povo brasileiro. Tal método é aplicado agora contra o
ex-presidente Lula, por ser ele um virtual candidato à Presidência em
2018.
Seu
Instituto está a ser duramente atacado. Uma forma de desconstruí-lo,
desqualificá-lo e, o mais importante, criminalizá-lo. É surreal. Uma
imprensa empresarial criminosa, mentirosa e manipuladora, acusada de
sonegar impostos e de se partidarizar, acusa Lula de ter recebido
dinheiro para fazer funcionar seu Instituto, que não incorreu em
quaisquer ilegalidades e muito menos recebeu dinheiro público, como
aconteceu com o Instituto de FHC, que também recebeu dinheiro da Camargo
Correa.
Dois
pesos para duas medidas; e muito cinismo e hipocrisia aplicados nas
veias! Esta é a imprensa comercial e privada brasileira e habitada por
jornalistas que vendem a alma para se darem bem na vida. E a imprensa
burguesa se considera séria! Seria cômico se não fosse trágico, ridículo
e surreal. O Instituto Lula recebe financiamento legal de uma
empreiteira para logo virar escândalo midiático.
Por
sua vez, FHC — o Neoliberal I — recebe R$ 500 mil da Sabesp (empresa
pública controlada pelo PSDB) e R$ 7 milhões das empresas Camargo
Correa, Suzano, Grupo Gerdau, Klabin, Odebrecht, dentre outras empresas,
porque foram 12 empresários, que adentraram o Palácio da Alvorada para
que o Neoliberal I pudesse passar o chapéu e, consequentemente, obter
dinheiro para poder criar o Instituto FHC.
Todavia,
os recursos que o Instituto Lula recebeu são escandalosos para a
imprensa de direita, evidentemente. Acontece que o Instituto Lula não
cometeu quaisquer malfeitos, e a verdade é que essas acusações são
fakes, ou seja, farsas montadas para que a imagem de Lula seja
desmerecida e desconstruída perante o povo brasileiro. Como se o povo
fosse burro ou pensasse de forma deturpada e distorcida, como os
coxinhas paneleiros de classe média. Ledo engano. A imprensa familiar
quer jogar o Lula na lama e o FHC no altar. Dois pesos e duas medidas.
Lula não cometeu crime. É isso aí.
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