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07/05/2016
Supremo tem de cassar o golpe contra o Brasil e honrar sua obrigação de guardião das leis
Palavra Livre - 06/05/2016
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O Supremo não pode lavar suas mãos como Pôncio Pilatos, que, em nome do rito, pregou Jesus na cruz. O PP não pode ser exemplo para os juízes e a democracia . |
Por Davis Sena Filho
Respondo
à pergunta de Paulo Henrique Amorim feita no Conversa Afiada, cuja resposta ele
já sabe. "Sim, Paulo Henrique, o Supremo Tribunal Federal é composto de Pilatos,
juízes que lavam as mãos. E mais do que isto: Alguns desses
"príncipes" de togas e punhos de renda não meteram as mãos na cloaca
fétida do golpismo bananeiro e canalha, mas fecharam os olhos, calaram as bocas
e tamparam seus ouvidos, iguais os três macaquinhos.
Os famosos
símios representam a omissão, a negligência, a pusilanimidade, a covardia de
quem ou aquele que fica em cima do muro ou com olhar na janela, a ver o tempo passar
enquanto o País pega fogo por causa de um golpe vergonhoso promovido pela casa
grande. A burguesia não aceitou a quarta derrota eleitoral consecutiva para o
PT, bem como percebeu que, em 2018, a candidatura Lula poderá se transformar na
quinta vitória da sigla social-democrata, que é o Partido dos Trabalhadores.
Digo
ainda a Paulo Henrique — o jornalista sabe disso — que enquanto alguns dos
juízes lavam as mãos, outros são cúmplices e copartícipes de um golpe
vexaminoso e humilhante para o País, pois o deixa de joelhos, assim como para
milhões de brasileiros que desejam ser parte de uma República desenvolvida e
civilizada, mas jamais cidadãos de um País poderoso e importante como o Brasil,
que, a fórceps, está a ser obrigado a engolir uma trama sórdida e espúria, em
forma de golpe jurídico-parlamentar efetivado por canalhas, que rasgaram a
Constituição e deram um chute na cara no Estado Democrático de Direito.
Picaretas
sem votos suficientes para vencer eleições presidenciais, maus perdedores, que
tratam milhões de brasileiros como idiotas, enquanto muitos desses golpistas
cometeram toda sorte de crimes, tanto é verdade que 120 dos golpistas da Câmara
respondem a processos na Justiça, sendo que muitos deles já são réus. Depois
vem com o papo furado de pedaladas fiscais, a exemplo do serviçal e
lugar-tenente de Aécio Neves, senador Antônio Anastasia, que, quando governador
de Minas Gerais, foi pródigo em cometer pedaladas fiscais, bem com retirou
bilhões do orçamento da Saúde pertencente ao povo mineiro, que resolveu não
votar mais no PSDB e decidiu votar no PT do atual governador Fernando Pimentel.
Nada
como o ditado popular, que serve muito bem para a derrota de Aécio Anastasia:
"Quem não os conhece que os compre". Como o povo de Minas os conhece,
não os comprou e os derrotou nas eleições de 2014. Ponto. Entretanto, a
cafajestada da direita golpista não tem limites e nem fim, ao ponto de
Anastasia, subalterno do golpista incendiário e um dos maiores responsáveis
pelo golpe hediondo e bananeiro como se o Brasil fosse um País pequeno como
Honduras e o Paraguai.
Um
golpe cujo roteiro se evidencia nas mesas de reuniões da direita brasileira no
Congresso, na PGR (MPF), na DPF, na Vara do Moro, nas redações da imprensa
corrupta e sonegadora de impostos, como o Pato Amarelo e golpista da Fiesp, e,
principalmente no STF, que, ao invés de esperar cinco meses para colocar o
deputado Eduardo Cunha em seu devido lugar, que é a cadeia, preferiu se omitir
e negligenciar o processo ilegítimo e ilegal do golpe, porque a presidenta
Dilma Rousseff não cometeu crimes de responsabilidade.
Esta
é a questão essencial e que não permite tergiversações, distorções e
manipulações quanto a esta factual realidade. Simplesmente não cabe, porque
literalmente não existem provas que criminalizem Dilma Rousseff. O golpe de
estado travestido de legal é um processo draconiano, que se iniciou viciado
desde sua origem. Todo mundo sabe disso, porque se percebe a má-fé dos
golpistas e de seus cúmplices.
Será
que os juízes do STF, em nome do rito e da tecnicidade jurídica, bem como por
causa de suas odiosas omissões e negligências não percebem o que está a acontecer?
Os "príncipes" impolutos vão permitir que criminosos tomem o poder de
assalto como se fossem ladrões que roubam a mão armada como ocorre nas ruas das
cidades do País? Seria, então, uma imprudência e irresponsabilidade sem
tamanho, de tal forma que a Justiça ficaria em xeque, no que diz respeito à sua
moral e seu reconhecimento como guardiã das leis por parte do povo do Brasil.
Vou
mais além: se o Supremo não invalidar ou anular o golpe que está a ocorrer no
Senado, sendo que o relator é um político do PSDB e de notória vinculação a
Aécio Neves que passou dois anos em cima sem descer do palanque e a apagar fogo
com gasolina, porque se trata de um golpista incendiário e de um playboy
irresponsável, o STF vai ser alvo de desconfiança da sociedade brasileira
organizada, bem como sua credibilidade para ser reconquistada vai ser uma
questão de muitos anos a fio, porque quando um País tem suas regras, normas e
leis rasgadas para se cicatrizar as feridas demandam muitos anos, quiçá,
décadas, como foi e é o caso do golpe civil-militar de 1964.
Além
do mais, a pantomima, a farra, a bagunça e a folgança cometida e evidenciada
pelos deputados federais foi algo que notabilizou o quanto essa trupe de
deputados é leviana, irresponsável e adepta da pândega em forma de golpe
criminoso, portanto, ilegítimo. Se mostraram complemente alienados,
irresponsáveis e distantes dos interesses reais do Brasil e de seu povo, que há
séculos luta por um País mais justo, democrático e igualitário, que o leve a
conquistar sua emancipação política e econômica de forma plena.
É
inaceitável para o povo brasileiro que a democracia e os direitos civis sejam
considerados uma concessão ou tratados como um favor concedido pela bilionária
burguesia autocrática, antinacionalista, antidemocrática e antirrepublicana,
que tem como seus porta-vozes e capitães do mato os partidos de direita
liderados pelo PSDB e DEM, certos servidores públicos do sistema Judiciário
(Justiça, MPF e PF) muito bem pagos pelo contribuinte, a imprensa comercial dos
magnatas bilionários, que defende a iniciativa privada, mas vive do dinheiro
público e por isto está na hora de tomar vergonha na cara para se privatizar de
fato, porque, como dizem os capitalistas falsamente apregoadores da
meritocracia, "não existe almoço grátis".
Puro
cinismo e hipocrisia aplicados diretamente nas veias, porque todos sabemos que
o grande empresariado tupiniquim, que vive a mostrar a superioridade que não
tem, adora mamar nas tetas do Estado. Essa gente mentirosa e dissimulada é
irremediavelmente patrimonialista. Vou repetir: Pa-tri-mo-ni-a-lis-ta! E um dos
principais motivos do golpe de estado contra a presidente trabalhista Dilma Rousseff
é exatamente a recuperar o controle, por parte da casa grande de alma
escravocrata, do Orçamento da União, dos bancos estatais de fomento, das
políticas de juros do Banco Central, além de fazer o Brasil retornar aos braços
da política externa dos Estados Unidos.
Para
isso, necessário será implementar uma política econômico-financeira de caráter
neoliberal, porque o establishment, a razão do status quo, tem de fazer caixa
e, consequentemente, realizar novamente as gigantescas remessas de lucros, que
permitiram que os governantes de países desenvolvidos mantivessem o padrão de
vida de seus povos nas alturas e que depois se verificou que um dos principais
motivos de essas nações serem tão ricas era proveniente das riquezas geradas
pelos países pobres e em desenvolvimento.
Povos
que ficaram durante séculos a cooperar, e muito, para a prosperidade da gringada
esperta, malandra, de caráter pirata e tão admirada pelos coxinhas de classe
média brasileiros, pois, irrefragavelmente, colonizados, subalternos,
subservientes e portadores de um incomensurável, incomparável e inenarrável
complexo de vira-latas. Nunca vou cansar de afirmar essa considerações sobre os
coxinhas, pois os desprezo profundamente, porque sempre foram preconceituosos,
sectários e violentos. São também conspiradores, bem como, no decorrer da
história, apoiaram golpes de estado, como o ocorrido no fatídico, lúgubre e
sombrio ano de 1964.
Paralelamente
aos coxinhas encolerizados e analfabetos políticos, os deputados davam margem
ao golpe e pareciam secundaristas eufóricos com a patuscada organizada por
eles. Pareciam as galerinhas da Xuxa dos anos 1980 e 1990, saltitantes e a
falar: "O golpe criminoso é pra minha mãe, pro meu pai, pro meu cachorro,
pro meu papagaio e pra você". A galerinha irresponsável e analfabeta
política, como a Xuxa, que há poucos dias disse que apoia o golpe e que também
"Não compreendo por que criticam a Globo. Ela apenas faz jornalismo".
Seria hilário, se não fosse trágico e ridículo tanta alienação e falta de
discernimento sobre a vida e suas realidades.
Se o
procurador-geral-contra a República, Rodrigo Não Devo Nada a Ninguém Janot, em
sua peça de acusação contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o chamou de
"delinquente", bem como reconhece que o deputado chefe dos golpistas
abusou do poder para se vingar do PT e do Governo, que se recusaram apoiá-lo com
votos para que seus atos ilegais e criminosos não fossem levados à Comissão de
Ética, evidencia-se que Cunha, além de praticar a vingança que é algo que conta
muito para um julgamento, também ficou comprovado que ele se aproveitou do
cargo em proveito próprio para influenciar e prejudicar as investigações contra
sua pessoa.
Todo
mundo sabe disso. É perceptível, mas mesmo assim Dilma sofrerá um golpe em um
deposição presidencial em pleno ano de 2016, em um País que é a sétima economia
mais poderosa do mundo, mas que tem uma casa grande vocacionada a ser bananeira
e que não mede qualquer consequência para chegar ao poder como assaltante de
bancos ou de pedestres. Assalto a mão armada, que causa discórdia e profunda
revolta aos brasileiros, que se consideram civilizados, que se submeteram às
regras do jogo democrático e que não subverteram o que é lícito, legal e legítimo com fazem, agora, os
golpistas do Senado e do STF.
O
golpe humilha enorme parcela da sociedade brasileira de índole democrática,
porque politizada. Antonio Anastasia tratou sua "relatoria" apenas
como um instrumento para oficializar o golpe, ou seja, seguir o rito
obrigatório do Senado, porque, apesar dos argumentos robustos e questionadores contra o golpe, Anastasia ficou
lá, com cara de paisagem, sentado em uma cadeira da Mesa Diretora da Comissão
do Golpe de Estado contra uma presidente constitucional e eleita pelo vontade
soberana do povo brasileiro.
A
que ponto chega um político como esse tal de Anastasia, um coxinha derrotado
eleitoralmente, a dar vazão às ações que tomam de assalto o Palácio de Planalto
e a Presidência da República. Pobre do Brasil, País infeliz e azarado.
Ratifico. Um lugar no mapa onde viceja uma "elite" que insiste em
apequená-lo. Trata-se da casa grande ocupada por patifes colonizados, que
lutam, eternamente, para que o Brasil seja uma eterna republiqueta bananeira
para que ela possa ganhar muito dinheiro nas costas de um povo ignorante, sem
instrução e desconhecimento sobre seus direitos constitucionais e trabalhistas.
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