03/08/2016
Estadão, Dilma e o editorial sem moral. Por Jari da Rocha
O editorial de hoje, do Estadão,
 dedicado a enxovalhar a defesa de Dilma e, principalmente, ao PT não 
surpreende por sua conduta histórica de apoio a golpes nem, tampouco, ao
 desprezo que tem pelo próprio Brasil.
O que esperar de um jornal que empresta sua ‘missão’ jornalística 
para propagar rotineiramente mentiras, sonegar informações que são de 
interesse público e fingir, descaradamente, que se preocupa com o povo 
brasileiro?
Há também de se lembrar das manchetes fantasiosas, matérias falaciosas e o jogo de imagens para manipular a opinião pública.
Da mesma forma não surpreende o tom cínico do editorial ao tenta dar 
ao relatório estapafúrdio do senador Anastasia alguma seriedade. O mesmo
 relatório criticado pelos próprios juristas citados, porque suas teorias foram utilizadas de forma equivocada.
Enquanto Anastasia procurou embasar seu parecer em fatos, dizendo que a gestão de Dilma instaurou “um vale-tudo orçamentário e fiscal que trouxe sérias consequências negativas para o País.
O Estadão diz que o “quase finado governo da petista (Dilma) o mais 
irresponsável e corrupto da história nacional” porque, talvez, não 
encontre em suas próprias páginas os escândalos de corrupção da ditadura
 militar – cuja implantação o Estadão não só apoiou como também 
emprestou a sede do jornal para tramarem o golpe contra o governo João 
Goulart. Depois, teve de publicar receitas de bolo por perder sua 
própria liberdade.
Quando fala em governo ‘irresponsável’ e ‘corrupto’, o Estadão se esquece das denúncias abafadas no mandato de FHC.
Esquece a extinção, por decreto, da Comissão Especial de Investigação
 para combater, justamente, desvios de recursos públicos e também de 
Geraldo Brindeiro, o engavetador geral da república.
Ou do caso Sivam (tráfico de influência e corrupção no contrato de 
execução do Sistema de Vigilância e Proteção da Amazônia ) que, aliás, 
não houve CPI, pois FHC bloqueou.
E a Pasta Rosa que citava as doações ilegais de banqueiros para 
campanhas eleitorais de políticos da base de sustentação do governo FHC?
Ou, quem sabe, o Estadão também “não sabia de nada” sobre a compra de
 votos da reeleição de FHC? Nunca ouviram falar dos deputados Ronivon 
Santiago e João Maia do PFL do Acre, que ganharam R$ 200 mil para votar a
 favor?
O Estadão lutou bravamente para que fosse constituída uma CPI na época ou o caso foi abafado?
O Estadão e sua memória falha, sequer lembra das “consequências 
negativas” que a venda da Vale do Rio Doce trouxe ao país. Vendida num 
leilão por R$ 3,3 bilhões, quando, na verdade, valia mais de R$ 90 
bilhões.
Quem poderia imaginar que haveria uma Mariana no meio do caminho?
Tinha também a privatização de cartas marcadas da Telebrás por R$ 22 
bilhões. Excelente negócio para os interesses do Brasil. Claro que o 
governo FHC teve que investir antes um pouco de grana: R$ 21 bilhões. 
Sobraria ainda 1 bilhão, mas o BNDES financiou parte do dinheiro aos 
‘compradores”.
Teve também o caso do Juiz Lalau da construção do Tribunal Regional 
do Trabalho de São Paulo por R$ 169 milhões. FHC, que liberava as verbas
 para a obra, disse que assinou sem ver.
Tem o caso Proer .
O caso da Sudam: fraudes de mais de R$ 2 bilhões e FHC ‘preferiu’ extinguir o órgão.
Da Sudene: desvios de R$ 1,4 bilhão e o que FHC fez? Extinguiu a Sudene em vez de colocar os culpados na cadeia.
E também o famoso e bilionário caso do Banestado, enfim… caberia mais uma série de irresponsabilidades e casos de corrupção aqui só nestas eras do “príncipe”.
O editorial fala de corrupção, mas não aparece o sobrenome Cunha, 
 nem Neves, Serra, Alckmin, Temer ou Calheiros. Fala de 
irresponsabilidade, mas não menciona o desmonte do SUS, da Educação e do
 estado brasileiro por este governo interino de meia pataca.
Jamais vai mencionar os valores dos juros que são pagos aos 
banqueiros que bancam o próprio jornal com o dinheiro que deveria 
atender ao povo brasileiro.
Insiste em falar em impeachment para não falar das manobras de um 
julgamento sem crime, para ocultar a traição de um vice conspirador que 
sai pra jogar no time adversário. Tenta, a todo custo, não falar em 
golpe enquanto os jornais do mundo todo o chamam pelo nome que lhe cabe.
O Estadão não tem moral.
Por isso, cada vez menos é um jornal.
.

Nenhum comentário :
Postar um comentário
Veja aqui o que não aparece no PIG - Partido da Imprensa Golpista