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24/08/2016
Por que Veja achincalhou o ministro Dias Toffoli?
Brasil 247 - 24 de Agosto de 2016 às 09:11
A reação do ministro Gilmar Mendes à capa de Veja deste fim de
semana desencadeou várias teorias: uma delas, a de que tudo foi armado
para dar um freio de arrumação na Lava Jato e proteger tucanos como
Aécio Neves e José Serra da delação da OAS, uma vez que o próprio
procurador-geral Rodrigo Janot garantiu que Dias Toffoli não foi citado
em nenhum depoimento de executivos da empreiteira; o ponto mais grave da
discussão, no entanto, é jornalístico: o que leva uma revista semanal a
destruir a honra de um ministro do Supremo Tribunal Federal sem que
haja absolutamente nada?
247 – O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, dormiu na
noite de sexta-feira com a honra achincalhada nas redes sociais. O
motivo: a revista já havia divulgado sua capa, em que ele era acusado de
ter sido delatado por Léo Pinheiro, da OAS.
Um dia depois, quem
comprou a revista, teve a sensação de ter comprado gato por lebre.
Dizia-se apenas que Pinheiro havia indicado uma empresa de reformas a
Toffoli, que pagou com seu próprio dinheiro as obras de reforma em sua
casa. Veja, no entanto, insinuava: se ele falou disso, poderá falar de
mais coisas no futuro. Ou seja: não havia um fiapo de prova contra
Toffoli sobre nada, mas poderia vir a existir algo no futuro.
Assim
que a semana começou, o ministro Gilmar Mendes começou a colocar um
freio de arrumação na Lava Jato, insinuando que Toffoli teria sido alvo
da retaliação de promotores por ter contrariado interesses da Lava Jato.
No entanto, o próprio procurador-geral garantiu que Toffoli não foi
citado em nenhum depoimento e insinuou que Veja mentiu ou foi operada
por alguém interessado em melar a Lava Jato (leia mais aqui).
A
teoria da conspiração dominante é de que tudo foi feito para proteger
dois tucanos com pretensões presidenciais: Aécio Neves, já acusado pela
OAS de cobrar propinas de 3% na Cidade Administrativa, e José Serra,
acusado pela Odebrecht de receber, no exterior, uma doação via caixa
dois de nada menos que R$ 23 milhões.
O ponto mais grave da
discussão, no entanto, é jornalístico: o que leva uma revista semanal a
destruir a honra de um ministro do Supremo Tribunal Federal, colocando-o
na capa, sem que haja absolutamente nada?
Quem deve explicações,
mais do que Janot, Toffoli ou Gilmar, são os editores da Abril para
dizer que interesses a capa deste fim de semana esconde.
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