09/12/2016
“Santo” não aceita cheque. É grana viva, mesmo…
Apontado como dono do codinome “Santo” nas planilhas de Odebrecht, a Folha diz que depoimentos de executivos da empreiteira, nos acordos de delação premiada, informam que pelo menos R$ 2 milhões em dinheiro vivo foram entregues ao cunhado do Governador Geraldo Alckmin, Adhemar Ribeiro, em seu escritório.
Seria apenas uma das várias doações clandestinas feitas ao tucano paulista, enquanto as outras teriam sido recebidas através de seu atual secretário de Planejamento, Marcos Monteiro.
O mais “curioso” no caso é que o valor das doações oficiais à campanha de Alckmin pela empreiteira e suas controladas não passa de 10% do que teria sido entregue “cash”, na mão.
Eu já ouvi falar muito em 10% ilegais, mas 90% é a primeira vez.
Doações “por fora” para campanha é prática brasileira desde o tempo do “D. João Charuto”, tanto quanto pagamento de fornecedores por este meio. Quem se fizer de vestal sobre isso é hipócrita.
Mas “paco” de dinheiro – tanto quanto depósito na Suíça, como conteriam os depoimentos sobre o financiamento da Odebrecht a José Serra – é sinal de apropriação privada. Não é o demonizado “caixa 2”, que só os cínicos não sabem que aconteceu desde priscas eras.
É corrupção, mesmo, sem outro nome possível.
Agora, ajude o leitor a este ingênuo blogueiro: se fosse o cunhado de Lula que tivesse recebido a “bolada” em dinheirinho bem lavado, quantos minutos isso teria no Jornal Nacional. Vai ter capa da Veja esta noite?
Vai, né?
PS. O “jeitinho” da Folha de colocar Lula entre os denunciados é comovente. Dizem que o estádio do Itaquerão foi “um presente” para Lula. Se foi “presente”, não teria sido pago, não é? O estádio é de Lula. Ele pode mandar fechar e juntar a parentalha para fazer um “churraquinho na laje”, quer dizer, um “churrasquinho no gramado”? Francamente…
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